sexta-feira, 23 de maio de 2014

Lista C - Novos Desafios, Novos Rumos: que Senado queremos ter?

O Senado Académico, devendo ser o órgão de  coordenação, prospetiva e planeamento em matérias pedagógicas e científicas que ultrapassem o âmbito das unidades orgânicas” (ponto 1 do artigo 49º dos Estatutos da Universidade do Minho), possui no entanto uma composição que facilmente dificulta o seu adequado funcionamento pelo grande número de senadores por inerência, se o perspectivarmos como espaço de coesão, sim, mas também como espaço de democracia e de debate de ideias, e de planeamento.
A agenda das reuniões do Senado não é divulgada nem as suas atas publicitadas e com indicação dos debates havidos; o uso de 'notas informativas' que nada dizem de substantivo fazem de todos nós uns ignorantes sobre um órgão que tem tido até agora uma acção importante no que respeita à dimensão lectiva. E dado ser esta  a realidade, é sobre essa dimensão que deixamos aqui algumas reflexões.
Que visão estratégica tem emanado deste órgão? Foi ele consultado sobre as negociações/decisões tomadas sobre a criação do consórcio da grande universidade do Norte? Se foi, que debates existiram, que posições foram tomadas? Se foi consultado, por que os seus membros, incluindo os que têm assento por inerência, não ouviram nem deram conhecimento aos membros das escolas da UM desse processo? De nada sabemos, excepto que em 2015 podemos estar sem horas lectivas suficientes para não haver despedimentos, que podemos ter que ir leccionar para o Porto ou Vila Real. Sob que estrutura? Sob que organização interinstitucional, ou uma só? Não sabemos. Mas é já para o ano.
Queremos formar bons profissionais mas também profissionais bons, que saibam pensar, transferir conhecimento, aprender a aprender a aprender, que saibam usufruir esteticamente a vida....tudo qualidades humanas de enorme valor social mas não passível de métricas.
Mas para educarmos com qualidade vários requisitos são necessários:
1- TEMPO - Precisamos de tempo para adequar a nossa investigação à docência, escolher e avaliar as metodologias lectivas e conhecermos os estudantes pelos nomes.
2- RESPEITO - Precisamos de nos sentir tratados com respeito, alunos e docentes, no que respeita a dimensão lectiva. A universidade é um espaço de educação de adultos e os processos de infantilização dos nossos estudantes promovidos pelo poder esquecem-no.
3- COOPERAÇÃO - Temos que aprender todos a partilhar o que sabemos e a aprendermos uns com os outros. Isto inclui o modo como devemos olhar para os colegas das instituições que connosco vão fazer parte do consórcio da grande universidade. O NDNR considera-os a todos como pares e não como rivais, e defenderemos que essa deverá ser a postura negocial da UM,  que deve partir dos departamentos afins de todas as instituições envolvidas. Mas temos que começar por arrumar  a nossa casa; temos que estar atentos no Senado a cursos que se sobrepõem, a guerras de poder dentro e entre escolas que  prejudicam toda a academia.
4- EQUIDADE - Lutaremos, como o temos feito, por uma universidade  que não tenha diferentes pesos e medidas ao nível organizacional, por imposição reitoral Porque existem escolas que se podem organizar em projetos lectivos em função de áreas científicas e outros apenas em projectos departamentais?
5- RIGOR - Quantas horas de estudo independente estão de facto os nossos alunos a realizar, e não nos referimos aos trabalhos de grupo feito quantas vezes apenas a duas mãos... Referimo-nos a quantos livros completos leram nossos alunos, quantos papers  semântica e gramaticalmente correctos escreveram? Quantos consideramos passíveis de publicação?
6- COERÊNCIA - Faz sentido a quantidade de horas dedicadas à elaboração de propostas de reestruturações e criação de cursos face ao consórcio das instituições universitárias em que estamos envolvidos, ainda que não saibamos como? Não deveríamos aguardar o resultado das negociações para depois nos dedicarmos a este tipo de tarefas? Ocupar os docentes e os membros do Senado a avaliar dezenas de reestruturações, de criação e extinção de cursos quando falta apenas um ano lectivo para tudo ser reequacionado na prática lectiva de várias instituições, nomeadamente com cursos afins, é uma política coerente? Que Visão ela possui? Não denota uma gestão dos recursos humanos inútil e sem sentido?
 7- CRIATIVIDADE - Além da crescente internacionalização que temos conseguido, temos que possibilitar a certificação de presença (estatuto de ‘ouvinte’) de pessoas em unidades curriculares isoladas, ou agrupadas em número insuficiente para constituição de um grau académico, estimular a criação de currículo pelos usuários da Universidade (independentemente da sua idade cronológica) recorrendo a todas as possibilidades que a UM possibilita, são potencialidades positivas do processo de Bolonha que estão por explorar nesta Instituição.

Por tudo isto dia 26 (2ª feira!) votem LISTA C...Com Coragem!


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