segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Dos bastidores, agora que se fala da transformação, apressada, da UMinho em fundação

"Através do sítio UM para todos e deste blogue, nomeadamente, terão tido a notícia da convocação de uma reunião extraordinária do CG, com caráter de urgência, para aprovar uma proposta de estatutos da fundação Universidade do Minho, decorrente das negociações entretanto havidos entre o reitor e o ministério. Aparentemente, ter-se-ão conjugado as vontades comuns do reitor em funções e do governo em fim de mandato para dar andamento (apressado) ao assunto. Referindo-se à matéria, já alguém usou a palavra golpada (no que se conjugam as posturas de ambas as partes). Dado o tempo dado aos membros do CG para preparar a reunião (para não falar já da discussão que, desejavelmente, deveria ser desenvolvida entre a comunidade académica, no seu todo), tem que concluir-se que não há interesse em que o assunto tenha discussão séria."

J. Cadima Ribeiro

domingo, 30 de agosto de 2015

"Duas universidades e três politécnicos já aceitam exame nacional do Brasil"

«São já cinco as instituições de ensino superior portuguesas que aceitam o exame nacional brasileiro como prova de acesso. Depois de no ano passado as universidades de Coimbra e do Algarve terem simplificado a entrada de alunos daquele país, este ano quatro institutos politécnicos decidiram seguir o exemplo e firmaram um acordo com o Brasil.
Actualmente, os institutos politécnicos do Porto, Leiria e Beja estão já abertos às inscrições de estudantes que tenham feito a prova de acesso ao ensino superior do outro lado do Atlântico.
Além da simplicidade que este acordo traz, os brasileiros serão ainda beneficiados com propinas mais baixas que as que são pagas pela maioria dos estrangeiros que estuda em Portugal, dado que pertencem à Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa.
O valor oscila entre os 1 500 euros e os 2250 euros de acordo com o curso escolhido.
Em declarações ao site brasileiro G1, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Chico Soares, destacou já as boas oportunidades que se estão a abrir em Portugal para os estudantes brasileiros.
“O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que proporciona muitos acessos à educação superior no Brasil, aos poucos também está abrindo boas oportunidades de estudo em Portugal”, referiu.
Ao mesmo site o vice-presidente do Instituto Politécnico do Porto, Carlos Ramos, deixou claro que o ENEM é um exame confiável, adiantando por isso que “o melhor é utilizar exactamente esse sistema” para receber os alunos daquele país.
Só este instituto politecnico, o último a aderir, conta actualmente com 300 estudantes brasileiros matriculados, que não terão beneficiado desta medida.
O processo de selecção dos estudantes para o ano lectivo que se aproxima começa em Setembro e as informações estão disponíveis nos sites destas cinco instituições de ensino superior.»

(reprodução de notícia SOL online, de 28 de agosto de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

"Primeiros alunos dos programas de dupla licenciatura saem este ano da universidade"

«Por enquanto, este modelo é uma aposta das universidades privadas. A pioneira foi a Universidade Lusíada de Lisboa, que introduziu os programas de "dupla titulação" no ano letivo de 2011/2012.
Os primeiros alunos dos programas de dupla licenciatura, ou dupla titulação, devem chegar este ano ao mercado de trabalho. Os estudantes da Universidade Lusíada, pioneira na implementação deste tipo de programas em Portugal, com a criação de cinco há quatro anos, devem terminar este ano a sua formação, informa a instituição.
O modelo das duplas licenciaturas, que já é comum em países como Estados Unidos e Inglaterra, ainda não chegou ao ensino superior público, mas pode estar para breve. Na prática é uma licenciatura mais longa do que o normal em que os alunos aproveitam as disciplinas comuns aos dois cursos para obterem os diplomas num tempo mais curto do que a simples soma da duração dos dois cursos - ou seja, acabam por fazer mais cadeiras.
Por enquanto, este modelo é uma aposta das universidades privadas. A pioneira foi a Universidade Lusíada de Lisboa, que introduziu os programas de "dupla titulação" no ano letivo de 2011/2012. No ano seguinte foi a vez da Universidade Europeia.
Assim, os primeiros licenciados ao abrigo deste programa "deverão concluir as suas formações ainda no presente ano letivo", explica a Lusíada.
No último ano letivo, a universidade ofereceu 11 licenciaturas com programas de dupla titulação - Gestão de Empresas e Contabilidade ou Direito e Relações internacionais, por exemplo.
Também a Universidade Europeia conta já com 11 cursos duplos a funcionar - um modelo que começou a implementar no ano letivo de 2012/2013, com 159 alunos.»

(reprodução de artigo Diário de Notícias, de 24 de agosto de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

"Universidades mais prestigiadas do mundo são mais baratas que as norte-americanas"

«U.S. News and World Report verificou que algumas das universidades mais prestigiadas do mundo são mais baratas do que as norte-americanas.
Tal como em Portugal, nos Estados Unidos da América as propinas não param de subir. Os estudantes americanos estão cada vez mais endividados. Em média, os jovens devem cerca de $35.000, ou seja, cerca de 31.450 euros.
Segundo o ranking global do U.S. News and World Report, que fez a seleção das universidades mais prestigiadas do mundo, verifica-se que existem muitas universidades que são mais baratas do que as norte-americanas e ainda mais prestigiadas.

1- Universidade de Oxford
Oxford ocupa o quinto lugar das universidades mais prestigiadas do mundo. Para os britânicos ou estudantes da União Europeia, uma licenciatura poderá ficar nos 12.670 euros. Já para os internacionais, o investimento sobe para os 23, 912 euros. No entanto, este valor não chega nem a metade dos custos administrativos e taxas de inscrição que um estudante da Universidade de Harvard terá de pagar.

2- Universidade de McGill
Fundada em 1821, a Universidade de McGill, em Montréal, no Canadá, já formou mais de 138 vencedores da Rhodes Scholarship, uma das bolsas de pós-graduação mais célebres do mundo . É uma das universidades mais prestigiadas no país e no estrangeiro. Para os estudantes canadianos uma licenciatura fica nos 4, 834 euros e para os estrangeiros cerca 11, 429 euros.

3 – Universidade de Melbourne
Na Universidade de Melbourne, os alunos nacionais saem beneficiados em relação aos internacionais. Um estudante australiano paga cerca de 5.567 euros de propinas por ano, enquanto que um estudante internacional paga cerca de 23, 695 euros de propinas. No rankingglobal, esta universidade está no 32º lugar ao lado da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill.

4- Universidade de Munique
Na Universidade de Munique, os estudantes nacionais ou internacionais não pagam propinas, foram abolidas em 2014 pelo Governo alemão. Um estudante desta universidade apenas terá que pagar cerca de 113 euros relativos à taxa de inscrição e custos administrativos.

5- Universidade Nacional de Singapura
A Universidade Nacional de Singapura apesar de ter parcerias com as Universidades de Harvard, Yale e Columbia, tem uma taxa de matrícula muito mais baixa do que nas universidades americanas. As bolsas que o governo dá aos alunos nacionais e estrangeiros faz com que as propinas desta universidade se tornem baixas relativamente às universidades norte-americanas. Os estudantes nacionais pagam cerca de 5.089 euros e os internacionais, 10.182 euros por ano.

6- Universidade de Pequim
Mundialmente, a Universidade de Pequim encontra-se no 39º lugar, logo a seguir às universidades de Nova Iorque e Boston. Para um estudante chinês as propinas rondam os 702 euros. Para os internacionais as propinas andam à volta dos 3.655 euros. Este é o valor que um estudante de Harvard gasta em livros e despesas pessoais.

7- Universidade de Helsínquia
Na Filândia os estudantes nacionais ou estrangeiros da Universidade de Helsínquia também não pagam propinas. Para além das licenciaturas, os mestrados e doutoramentos também são gratuitos. Esta universidade encontra-se no lugar 100 do ranking das universidades mais prestigiadas do mundo, enquanto que a Universidade de Brow, nos EUA, está no 106º lugar e cobra por ano cerca de 47.731 euros.

8- Universidade de Toronto
A Universidade de Toronto é particularmente mais barata para os estudantes que residem no Canadá. O curso no total ficaria cerca de 4,151 euros. No entanto, para alunos estrangeiros as propinas rondam os 24.253 euros. Esta será uma boa opção para os americanos que queiram ficar perto de casa e ao mesmo tempo procurem uma experiência internacional.

9- Universidade de Zurique
Um curso na Universidade de Zurique ronda os 11,239 euros para os estudantes internacionais. No caso dos nacionais fica ainda mais barato, cerca de 900 euros. Caso não seja perito em alemão, inscreva-se já num curso, pois para frequentar esta universidade terá de saber falar fluentemente alemão.»

(reprodução de notícia Observador, de 26/8/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"Avaliação dos centros de investigação – Epílogo"

«No mundo da ciência, os trabalhos maus são eliminados durante a avaliação por pares. No caso da nossa agência financiadora, ela foi avaliada por quatro peritos contratados pelo Ministério da Educação e Ciência e, sem surpresa, apresenta uma apreciação favorável do desempenho da Finis coronat opus”! Depois de iniciado há dois anos, o processo da avaliação dos centros de investigação terminará no próximo mês. As unidades que contestaram o financiamento atribuído pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) terão de apresentar o plano de atividades 2015-2017 adaptadas ao orçamento efetivamente disponível. Apesar de quase metade dos centros financiados não ter concordado com os montantes propostos, esta última fase do processo não levantou uma vaga de protestos semelhante à do verão passado, quando metade das unidades foi eliminada da competição pelos recursos financeiros. Das duas, uma: ou a etiqueta de qualidade é mais importante do que o apoio financeiro ou os centros de investigação e desenvolvimento (I&D), resignados e fartos de um processo marcado por ambiguidades e numerosos vícios de forma, procuram outras vias para se financiar.
A atribuição da substancial parte de financiamento das unidades de I&D aos projetos estratégicos apresentados pelas mesmas unidades, sem serem conhecidos à partida os limites monetários ou regras precisas, é o melhor exemplo daquilo que não se deve fazer, isto é, criar disparidades no financiamento, na realidade pouco competitivo. Trata-se mais de um financiamento das instituições do que de ideias propriamente ditas, tal como ocorre num projeto de investigação. É óbvio que num prazo de três anos é praticamente impossível assegurar a coerência interna do projeto aglutinador da atividade de vários grupos de trabalho.
Mesmo sendo pouco detalhado, o Regulamento de Financiamento não foi respeitado, no que se refere à sua estrutura e aos montantes aprovados para o triénio 2015-2017. Na carta justificativa, os gestores da FCT explicam esta situação de forma curiosa: “Tendo a FCT constatado que o financiamento total solicitado para a execução dos planos estratégicos do conjunto das unidades de I&D ultrapassava largamente a dotação orçamental disponível (…), a FCT assumiu como base para o cálculo do financiamento total a atribuir o financiamento estratégico solicitado por cada unidade.” Dir-se-ia que é uma consequência direta da situação em que os limites financeiros dos projetos estratégicos não foram definidos. Questionada sobre se a próxima avaliação dos centros assegurará a proporcionalidade entre as verbas atribuídas e os resultados produzidos, a FCT permanece muda.
Efetivamente, será muito difícil de esperar que um centro com o financiamento “per capita” por exemplo dez vezes superior ao seu competidor produza dez vezes mais ou melhor de que este competidor.
Provavelmente a cumprir uma agenda política, a FCT decidiu recentemente afirmar o seu papel da guardiã de excelência e competitividade e de altos valores éticos. O envio de dois documentos – “Resultados da avaliação e auto-avaliação” e “Proposta de Código de Conduta Responsável em Investigação Científica – só pode servir estas nobres aspirações. Na Proposta de Código, define-se a má ciência como a resultante de erros metodológicos ou de outra natureza, interpretação errada de dados, erro na prova, negligência ou comportamento eticamente censurável. É difícil não associar estas definições a numerosos casos de metodologia mal concebida e sujeita a alterações oportunistas e análise superficial dos materiais apresentados, que ocorreram durante a avaliação das unidades de investigação. No mundo da ciência, os trabalhos maus são eliminados durante a avaliação por pares. No caso da nossa agência financiadora, em contraste com o documento “Resultados da avaliação e auto-avaliação”, a avaliação foi feita por quatro peritos contratados pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) e, sem surpresa, apresenta uma apreciação qualitativa geralmente favorável do desempenho da fundação. O documento está em contraste com o número de reclamações e críticas, apresentadas após a divulgação dos resultados dos concursos.
Embora a FCT não corra o risco de declarar a insolvência, a semelhança com o sector financeiro, em que os bancos em situação periclitante, foram muito positivamente avaliados por auditores de grande prestígio, é grande. Os exercícios de relações públicas, que visam melhorar a imagem da instituição por via da promoção de valores éticos (em si uma iniciativa louvável), de compromisso com a excelência e da avaliação encomendada não melhoram necessariamente as relações com o meio académico. Antes pelo contrário, irritam e criam mais desconfiança quando lançados em associação com medidas no mínimo controversas. O mesmo vale para as declarações sobre o incondicional apoio à inovação e criatividade, não acompanhadas pelo delineamento inovador dos concursos, que deveriam premiar o que é de mais original e relevante na investigação.
O hábito nacional de investir na ciência e no conhecimento, promovido por José Mariano Gago, permitiu afirmar Portugal como um parceiro de qualidade em todos os domínios de I&D. Os dados da dinâmica de crescimento da produção científica no pais comprovam-no claramente e são de conhecimento geral. No entanto, as limitações orçamentais impostas nos últimos anos constituem um enorme desafio para o MEC e a FCT, isto é, o desafio de não desperdiçar as conquistas das últimas duas décadas. As experiências que vivemos durante o ultimo mandato da presidência da FCT não são tranquilizadoras. Há medidas, tanto dentro como fora do sistema científico, que devem ser adoptadas para que o dinheiro público investido traga o retorno desejado. A título de exemplo:
1.    Criar um quadro legal/financeiro específico para I&D. No atual sistema, as unidades e os seus projetos de investigação, executados no âmbito de instituições públicas, não diferem dos projetos de edifícios, pontes ou estradas a cargo do Estado. Em consequência, a alucinante mutação das normas, que regem estas atividades, acarreta um desperdício de tempo gigantesco para os cientistas responsáveis, forçados a dedicar o grosso do seu tempo à gestão administrativa;
2.    Separar organicamente a avaliação da I&D do financiamento das unidades e dos projetos numa nova FCT, separada do MEC, tal como proposto no relatório de avaliação dos quatro peritos. Trata-se de duas tarefas de grande envergadura que, como mostram os últimos exemplos, dão um grande poder ao decisor e ultrapassam a capacidade da FCT no seu quadro atual. A existência duma agência de “ranking” responsável pela avaliação dos centros e dos projetos e outra responsável tecnicamente pela gestão do financiamento pouparia muito “stress” aos investigadores e aos gestores da I&D.»

TOMASZ BOSKI 
(Coordenador do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve)

[reprodução de artigo de opinião, datado de 27 de agosto de 2015]

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

"Novas regras nas bolsas deixam universidades sem sistema"

«As novas medidas referentes às bolsas de estudo estarão no centro na dificuldade de acesso à plataforma.

As candidaturas às bolsas de estudo no Ensino Superior estão abertas deste o dia 25 de junho, mas os serviços de ação social das universidades e politécnicos só conseguiram aceder à plataforma dois meses depois, o que coloca em causa todas as datas previstas para que os processos estejam completos.
De acordo com o Jornal de Notícias, o caso foi denunciado pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), reportando que “a situação foi identificada logo no dia 25 de junho e comunicada à Direção-Geral do Ensino Superior [DGES], que, no dia seguinte, informou estar a desenvolver todos os esforços para que os trabalhos decorram com a maior celeridade possível”, explicou Carlos Alberto Videira.
No mesmo dia as instituições foram informadas que já tinha sido “efetuada (…) passagem para produção que contempla as alterações previstas”, o que permitiria dar início a todo o processo.
Contudo, uma fonte dos serviços de ação social da Universidade de Aveiro garantiu que até à passada sexta-feira não foi possível trabalhar na plataforma. “A análise dos processos está atrasada, o que trará consequências para os estudantes e atrasos na disponibilidade das bolsas”, elucidou.
As novas regras das bolsas permitirão aumentar o limite de elegibilidade, o que fará com que mais alunos terão acesso à bolsa de estudo. No e-mail enviado às instituições, a DGES informou que serão informadas sobre novas alterações em breve.
Contactado pelo JN, o Ministério da Educação e Ciência afirma não ter “conhecimento de qualquer problema na plataforma”, garantindo que está tudo operacional.»


[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"Campanha contra praxes agressivas tem nova imagem"

«Nova imagem foi criada por Joana Abreu, aluna de mestrado da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, e vai ser distribuída por todas as instituições de ensino superior

A aluna de mestrado Joana Abreu, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, venceu o concurso para a criação da nova imagem da campanha “Diz não às praxes agressivas e violentas”, anunciou esta segunda-feira o Ministério da Educação.
Em comunicado, o Ministério da Educação e da Ciência (MEC) referiu que a nova imagem da campanha procura recordar “que todos os estudantes, aqueles que acolhem e aqueles que chegam, podem dizer ‘não’ sempre que sintam que os seus direitos estão em causa”. 
A nova imagem vai ser distribuída por todas as instituições de ensino superior, de modo a que possa chegar aos estudantes a partir de 07 de setembro. 
O ministério de Nuno Crato recorda que estreou, no ano letivo anterior, uma campanha de sensibilização no ensino superior contra as praxes agressivas e violentas, composta por 700 cartazes e 60 mil folhetos com o objetivo de informar os “estudantes recém-chegados ao ensino superior acerca do caráter voluntário da participação na praxe, frisando que nenhum estudante pode ser discriminado por decidir não participar”. 
Adicionalmente, foi criado um endereço de correio eletrónico (praxesabusivas@mec.gov.pt), que continua ativo, para recolher denúncias de abusos. 
 “O MEC lembra também que cabe ao provedor do Estudante e aos gabinetes de apoio ao estudante de cada instituição um papel ativo na preparação da integração dos novos alunos e na disponibilização de recursos de acompanhamento psicológico e jurídico aos estudantes que solicitem apoio e que denunciem situações de coação ou violência”, sublinhou o mesmo comunicado. 
Em fevereiro, o MEC revelou ter recebido, desde setembro, 74 denúncias relativas a praxes abusivas, através do endereço eletrónico criado para o efeito, tendo remetido 41 casos reportados para as universidades e politécnicos.»

(reprodução de notícia TVI24, de 24 de agosto de 2015- 

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

terça-feira, 25 de agosto de 2015

"Bolsas de Estudo: AAUM denuncia problemas no processo de análise"

«ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA refere que estudantes estão a deparar-se com insuficiências e erros da plataforma da Direcção Geral do Ensino Superior que tem “ignorado” os pedidos de ajuda e de esclarecimento.

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) denunciou ontem os problemas com que os estudantes minhotos, que apresentaram candidatura a bolsa de estudo, se estão a deparar por alegadas falhas na plataforma da Direcção-Geral do Ensino Superior e que tem impedido a análise dos processos.
Segundo a AAUM, a plataforma ainda não permite notificar os estudantes no caso de faltarem documentos num determinado processo. “O caso da Universidade do Minho, a notificação foi accionada, experimentalmente, na última sexta-feira por parte da DGES, visto que a plataforma ainda não está completamente funcional”, diz a AAUM em comunicado.
Por outro lado, a associação estudantil diz que têm sido vários os estudantes que têm contactado a AAUM e os Serviços de Acção Social dando conta da impossibilidade de carregar os documentos em falta exigidos pela DGES para conclusão do seu requerimento a bolsa. “A Direcção-Geral do Ensino Superior tem ignorado os pedidos de ajuda e de esclarecimento perante um problema que se arrasta há sensivelmente dois meses.
O último contacto da DGES consta do dia 26 de Junho e refere que ‘encontra-se a desenvolver todos os esforços para que os trabalhos decorram com a maior celeridade possível’. Até ao momento nenhum Serviço de Acção Social foi avisado da implementação das necessárias medidas de regularização da plataforma”, acrescenta a AAUM, afirmando que deste modo, a plataforma não permite dar sequência aos processos de bolsas de estudo, estando o processo de análise na plataforma praticamente parado com um atraso de cerca de dois meses relativamente ao ano anterior.
“Esta situação terá como principal consequência o não pagamento de bolsas já no início do mês de Setembro, conforme aquilo que consta do novo Regulamento de Atribuição de Bolsas após reivindicação dos estudantes”, diz ainda a propósito a AAUM.
Perante a situação, a AAUM diz ter vindo sucessivamente a alertar para os problemas que têm afectado o processo de atribuição de bolsas no último ano.
E, tal como os estudantes que têm contactado directamente a DGES, diz ter recebido como resposta “o silêncio e a indiferença”.
“Perante tal postura não nos resta outra solução que não a de denunciar esta situação e pedir a intervenção do governo que, em última análise, também é responsável pelos problemas causados pela DGES. Exigem-se consequências e o afastamento dos responsáveis por esta situação.»

(reprodução de notícia Correio do Minho, de 25 de agosto de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Níveis de bem-estar, por país, em 2014


(Mapa obtido via World Economic Forum)

domingo, 23 de agosto de 2015

"´Há cada vez mais estudantes` a oferecer postais a turistas"

Notícia Açoreano Oriental 
Estudantes de Coimbra trajados a rigor oferecem postais a turistas para pagar propinas:

"Garantiu um lugar na universidade em 15 minutos. Singularidade: tem 9 anos"

«Se tudo correr como o potencial de Carlos faz prever, acabará licenciado antes de chegar ao 9º ano. Sim: tem de frequentar o ensino normal em simultâneo com a experiência universitária

Mesmo para quem começou a ler aos três anos, chegar à universidade aos 9 é um feito. Que esteve ao alcance de Carlos Santamaría Díaz, porque cedo se percebeu que as suas capacidades não se ajustavam ao percurso letivo tradicional, tendo os pais optado por fazê-lo saltar etapas e seguir um percurso de ensino - em tudo - alternativo.
Atualmente, Carlos é um dos mais aplicados estudantes da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM), onde todos os dias, das cinco às nove da tarde, assiste às aulas do curso de bioquímica e energia molecular na Faculdade de Química.
Citados pelo jornal “El Pais”, os pais não gostam de usar a palavra “génio”. Constatam apenas aquilo de que se foram apercebendo: a facilidade para aprender e tirar boas notas, mesmo que adormecesse na escola primária, a ânsia em saber sempre mais sobre quase tudo e a evidência de que aos cinco anos já um livro de ciências do ensino secundário lhe era perfeitamente acessível.
Carlos limita-se a recordar que nenhuma matéria lhe custava muito, mas nenhuma lhe agradava por aí além. “Aborreciam-me muito”, confessa.
Os pais procuraram então encontrar um caminho onde o filho se adaptasse melhor. Não foi fácil. No México reconheciam a sua memória extraordinária, mas colocavam reservas à sua real capacidade de entender os assuntos sobre os quais falava.
A família rumou a Espanha, à procura de uma solução. Que não encontraram, ainda que se tenham cruzado com uma professora de química diretora de um laboratório em Alboraya que aceitou receber Carlos uma hora por semana, para lhe ensinar temas científicos avançados que o rapaz adorava.
Encorajados por esta professora, voltaram ao México e decidiram tentar a sorte na UNAM. Quinze minutos de entrevista bastaram para que Carlos fosse aceite na universidade.
Curioso é que para continuar o seu percurso como estudante universitário, Carlos Santamaría terá de prosseguir os estudos no nível de ensino a que corresponde à sua idade. A solução foi encontrada através de um programa espanhol que lhe permitirá fazer o 4º ano, realizando exercícios trimestrais e fazendo um exame final junto da embaixada.espanhola.

Se tudo correr como o seu potencial faz prever, isso significa que acabará licenciado antes de chegar ao 9º ano.»

(reprodução de notícia Expresso online, de 21/08/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sábado, 22 de agosto de 2015

"Lisboa é onde se paga mais aos licenciados"

«Maior abismo salarial é registado entre capital e Centro.
A Área Metropolitana de Lisboa é a zona do País onde os trabalhadores com habilitações ao nível do Ensino Superior recebem, em média, os salários mais elevados. O valor para a capital é de 2220 euros e ultrapassa em 679 euros o ganho mensal médio calculado na região Centro. Para o Algarve, a diferença ascende a 633 euros; no Norte, chega aos 512 euros, e o Alentejo conta com menos 437 euros do que a Área Metropolitana de Lisboa. Os dados são referentes ao ano de 2012 e ajudam a caracterizar os trajetos educacionais do País no relatório ‘Retrato Territorial de Portugal’, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Nesta perspetiva, Lisboa supera a média estabelecida para o território continental – que atingiu os 1913 euros – em mais de 300 euros. Já os indicadores que ilustram a relação entre as habilitações dos trabalhadores e os seus empregos sugerem "um acentuar do desajustamento" entre estes dois parâmetros. Em 2014, cerca de 21% do total de portugueses com profissões não qualificadas tinham habilitações ao nível do ensino Secundário ou Superior. Um aumento de 5,6% face ao valor registado em 2011 (15,6%). Foi no Algarve que, em 2014, esta situação se apresentava de forma mais acentuada – a taxa aproximava-se dos 32%. O relatório dá, ainda, conta de que os estabelecimentos de Ensino Superior são frequentados cada vez mais por mulheres, sendo a maioria dos diplomados no ano letivo 2012/2013, incluindo doutorados, do sexo feminino. Aliás, diz o relatório que, "desde o ano letivo 1993/1994, o número de mulheres inscritas e diplomadas tem-se mantido superior ao dos homens", refere o documento. 

(reprodução de notícia Correio da Manhã online, de 22 de agosto de 2015)


[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

"Incêndio causa danos avultados no museu de ciência de Paris"

«O incêndio de grande dimensão que deflagrou na madrugada desta quinta-feira na “Cité des Sciences”, em Paris, o maior museu de ciência da Europa, provocou avultados danos materiais, indicaram fontes oficiais.
Mais de 120 bombeiros estão no local a combater as chamas e dois deles sofreram ferimentos ligeiros.
O edifício que alberga o museu começou a arder pelas 2h30 (1h30 em Portugal continental) e, apesar de os bombeiros já terem conseguido controlar as chamas no interior, mantêm-se activos alguns focos de incêndio.
Segundo as primeiras estimativas, cerca de 10.000 metros quadrados do edifício terão sido afectados pelas chamas.
O trabalho dos bombeiros está a ser dificultado pelas características do próprio museu, dentro do qual o fogo gerou um significativo aumento de temperatura.
Um porta-voz explicou que o sistema de alarme anti-incêndios estava desligado porque o edifício está em obras, para transformar uma das alas em centro comercial.
As chamas, visíveis do telhado do edifício, levaram à interrupção da circulação de algumas linhas de transportes públicos da capital francesa.»

(reprodução de notícia Público online, de 20/08/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

"Privadas permitem fazer dois cursos de uma vez"

«Sara inscreveu-se em Gestão Hoteleira no antigo ISLA Campus Lisboa (atual Universidade Europeia). Mas esta madeirense de 23 anos entendia que lhe faltavam os números, a contabilidade. Até que decide matricular-se na dupla licenciatura de Gestão Hoteleira e Gestão de Empresas.

São dois cursos num só, com uma duração de quatro anos. Sara Murteira formou-se este ano com uma média de 17 valores. É das primeiras duplas licenciadas do país.
"As duplas licenciaturas são correntes em países como os Estados Unidos, Inglaterra e mesmo Espanha", explica ao JN o presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), Alberto Amaral. O CEO (presidente-executivo) da Europeia, por sua vez, ilustra que, este ano, "pela primeira vez, no top5, em Espanha, dos cursos com médias de entrada mais altas, três eram duplas licenciaturas". Mas que modalidade é esta, afinal? "É uma licenciatura mais longa do que a normal, em que os alunos aproveitam as disciplinas comuns às duas licenciaturas para obterem os diplomas num tempo mais curto do que a simples soma da duração dos dois cursos", desmonta Alberto Amaral.»

(reprodução de notícia Jornal de Notícias online, de 19 de agosto de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

Enrolment rate in primary education in the world


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

terça-feira, 11 de agosto de 2015

"Ensino superior — um equívoco chamado Bolonha?"

«É muito provável que o atual modelo de ensino superior seja portador da capacidade de redução da mobilidade social ascendente.

Das 85 instituições que nos chegaram provindas do início da idade moderna (séc. XVI) e que mantêm no essencial as suas características, 70 são universidades. O motivo para tal está relacionado com o respeito dos vários poderes pela tarefa das universidades na preservação e capacidade de produzir conhecimento e qualificação. Acresce a relativa imutabilidade dos seus produtos base de formação. Porém, nas décadas recentes, com a sua democratização, parece ter chegado o tempo das mudanças e alterações. Desde 2006 o ensino superior passou a funcionar (também em Portugal) enquadrado num acordo de cariz europeu conhecido por processo de Bolonha.
O mesmo teve como principais alterações que para se obter uma licenciatura bastariam três anos, correspondendo a 180 créditos. O ensino devia ser de banda larga tendo em atenção a volatilidade do conhecimento. Aos mestrados (cuja frequência devia expandir-se), caberia a função de especialização (tenderiam a repor o antigo 4º ano da licenciatura). O ensino devia passar de magistral e expositivo para interativo, em que o processo de aprendizagem era colocado no aluno, desenvolvendo-se as capacidades de investigação, de trabalho autónomo. Acrescia a promoção da mobilidade.
Passados estes anos, podemos fazer um breve balanço da forma como estes pressupostos funcionaram/vão funcionando.
Desde logo há uma linha divisória fundamental: as faculdades/instituições que captam uma maioria de alunos com notas acima de 15 valores têm mais facilidade em aplicar o processo de Bolonha, pois estes trazem um nível de preparação que potenciam o ensino baseado na aprendizagem autónoma (sabem andar pelo seu próprio pé). Dos restantes, a maioria necessitam que lhes peguem na mão, que os guiem, de maior trabalho e apoio do docente, pois as suas competências estão aquém do desejável para enveredarem pelo trabalho autónomo. Este aspeto interage com outras alterações. Vejamos.
O encolhimento dos cursos de quatro para três anos levou a que muitos programas fossem compactados para suportarem matérias tidas como fundamentais, o que resulta numa sobrecarga de trabalho em pouco espaço de tempo; à retirada de muitas Unidades Curriculares tidas como não fundamentais mas que forneciam o enquadramento das matérias, ajudando o estudante a amadurecer e aumentar os seus conhecimentos. Os cursos focalizaram-se nas matérias tidas como úteis ou indispensáveis. Como resultado, o diplomado até pode ter melhores competências de saber-fazer, mas, sabe pensar? Sabe o enquadramento de missão? A história da coisa? Não é isto a negação da apregoada banda larga?
Os mestrados passaram a ter uma abordagem mais ligeira. Todavia, as exigências de corpo docente qualificado e de produção científica adequada limitam a sua criação. Acresceu os sucessivos cortes de financiamento que empurraram as instituições para obterem receitas através de propinas elevadas. O resultado é que, enquanto no passado o 4º ano era o natural último ano da licenciatura, muitas vezes focalizado na especialização do aluno, agora a maioria não acede ao mestrado pois não tem dinheiro para suportar a propina. E para muitas famílias, uma vez atingida a meta da licenciatura, é tempo do novel diplomado ir trabalhar. Neste seguimento, há um desinvestimento do Estado no ensino superior e uma transferência de custos para as famílias. O maior problema está todavia na perda de competências pois os diplomados com três anos estão aquém dos anteriores com quatro anos. Perdem os próprios, perde o país.
Há hoje muitos estudantes que terminam os cursos com 21 anos; são imaturos; as famílias tendem a proteger mais que no passado e têm menos experiências acumuladas em termos de resiliência. Leem menos jornais e sabem menos de atualidade pois estão muito focados em circuitos fechados, como as redes sociais. As licenciaturas de três anos vem agravar a situação pois reduzem o tempo de contacto com a instituição, com colegas, com o movimento associativo, com os professores, com a academia. Perde-se em parte o sentido de corpo, de pertença, a fase de amadurecimento pós adolescência. Por outro lado, dá-se um bom impulso ao desemprego pois com o ciclo de formação curto, mais facilmente se engrossa a estatística conexa. Desvaloriza-se ainda socialmente o diploma de licenciatura.
Quanto à mobilidade, é fácil encontrar à chegada ao ensino superior valores de 50% de estudantes que declaram ter intenção de efetuar mobilidade. Porém, quando terminam o curso apenas 2% o concretizou. Questionados sobre o motivo, o principal argumento é a falta de capacidade financeira.
Sabemos hoje de forma clara que os estudantes provindos de famílias com mais capital humano acumulado e/ou poder económico, chegam melhor preparados ao ensino superior. Podem pois rentabilizar o modelo Bolonha, sendo mais autónomos, frequentando mestrados no seguimento da licenciatura e usufruindo da mobilidade. Os restantes tendem a ser prejudicados pois o modelo anterior de licenciatura de quatro anos fornecia-lhes uma formação mais robusta e preparava-os melhor, quer do ponto de vista das competências adquiridas quer da maturação para enfrentar o mercado de trabalho.
É fácil encontrar loas ao processo de Bolonha em muitos relatórios de avaliação entretanto produzidos. Para as grandes instituições e países que disputam o mercado internacional de formação, admito que o mesmo é interessante. Para Portugal e nomeadamente para os filhos da classe média baixa e baixa, tenho sérias dúvidas que o resultado final seja positivo. Neste seguimento, é muito provável que o atual modelo seja portador da capacidade de redução da mobilidade social ascendente. Naturalmente que este artigo é apenas uma opinião pessoal enquanto docente do ensino superior.»

Hélder Carrasqueira

(reprodução de artigo de opinião Público online, de 11 de Agosto de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

"Adeus a Crato"

«Já no lavar dos cestos, o Governo procura mascarar o desastre que impôs às instituições de Ensino Superior. Dos cortes orçamentais à vergonha da avaliação dos centros de investigação, passando pela sistemática violação da autonomia, o ministro Nuno Crato tem dado um concerto de não-governação, subtraindo recursos e, sobretudo, esperança àqueles que ainda acreditam num Portugal onde a criação de valor pelo conhecimento é a chave do futuro.
Os cortes impostos nos orçamentos das universidades e politécnicos ao longo da legislatura podem ter sido defensáveis do ponto de vista das finanças públicas. Agora o que não se compreende é que, em paralelo, o Governo tudo tenha feito para inibir a capacidade das instituições captarem verbas próprias no sentido de comporem os seus orçamentos e de manterem as suas atividades de ensino e investigação.
A intrusão permanente na autonomia, devidamente consagrada na legislação, foi ao ponto da clara violação da lei, por omissão, ao inibir algumas universidades de acederem ao estatuto de fundações, conforme previsto no Regulamento Jurídico das Instituições de Ensino Superior. O ministro Crato meteu os pedidos legítimos das universidades na gaveta, por tempo indeterminado, acenando com um novo quadro legal que nunca viria a existir.
A fórmula do financiamento das instituições foi sendo arrastada, até que agora, a semanas do final da legislatura, o secretário de Estado promete um novo modelo, a introduzir a partir de 2016, que pode prever um orçamento suplementar às universidades em maiores dificuldade. O detalhe macabro é que esta "promessa" é para pagar pelo próximo Governo.
Na semana passada, Poiares Maduro e Nuno Crato forçaram a celebração de um acordo para a criação de centros de investigação avançados nas universidades de Évora, Trás-os-Montes e Beira Interior. Algo que, mais uma vez, só terá existência para 2016. Bem esteve o reitor da UBI, António Fidalgo, que perante a discriminação negativa de não lhe serem atribuídas verbas como aos outros, bateu com a porta e recusou validar mais esta falsa inauguração. Mal estiveram os outros reitores, que deixaram a solidariedade em casa e lá fizeram o frete ao Governo.
É incerto o resultado das próximas eleições. Contudo, o simples facto de ser certo (digo eu) que as universidades se vão ver livres de Crato, o mais incapaz ministro da Educação de que me recordo, é já uma vitória. E seria dupla vitória se o futuro primeiro-ministro percebesse que o Ensino Superior exige um ministro a tempo inteiro.»

José Mendes

(reprodução de artigo de opinião Jornal de Notícias online, de 10 de Agosto de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

domingo, 9 de agosto de 2015

sábado, 8 de agosto de 2015

"Universidades compensam falhas na ação social"

«O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas garante que as formas de financiamento alternativas têm crescido nos últimos anos.
Em declarações à Antena 1, António Cunha admite que os apoios que as universidades dão aos estudantes compensam falhas da ação social, embora sublinhe que “a questão deve ser vista no contexto da realidade nacional versus realidades locais”.
As universidades públicas reforçam de novo os apoios financeiros aos alunos para evitar o abandono ou para atrair outros estudantes.
Há um fundo de emergência para as situações mais graves, mas há também outro tipo de apoios, como bolsas para captar alunos para cursos onde a procura é baixa.
Termina esta sexta-feira a primeira fase de candidaturas ao ensino superior e 45 mil alunos já concorreram. De acordo com o Ministério da Educação e Ciência há mais candidatos do que no ano passado quando cerca de 42 mil e 500 estudantes se inscreveram para o ensino superior.»

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

"Sabe quais são as universidades com mais prémios Nobel neste século? Só há 2 europeias no top 10"

«O domínio dos Estados Unidos é esmagador, numa lista liderada pela Universidade de Stanford. Desde 2000, já viu sete dos seus professores receberem um Nobel. O ranking foi feito pela revista “Times Higher Education”

Entre as 10 universidades com mais professores premiados com um Nobel no século XXI, oito são norte-americanas. O domínio só é contrariado pelo Technion - Instituto de Tecnologia de Israel e pelos Institutos Max Planck, da Alemanha.
O ranking, divulgado esta sexta-feira, foi feito pela revista “Times Higher Education” (THE) e coloca a Universidade de Stanford, com sete prémios Nobel atribuídos a professores desta instituição desde 2000, em primeiro lugar. Seguem-se as universidades de Columbia, Califórnia - Berkeley, Princeton, Chicago, Instituto Médico Howard Hughes, California – Santa Barbara, MIT e as europeias Technion e Max Planck.
Para esta ordenação não entraram em linha de conta os prémios Nobel da Literatura e da Paz. Várias instituições de renome e projeção internacional ficaram fora do top 10, como Harvard ou Cambridge. E outras nem sequer figuram na lista, por não terem “produzido” nenhum Nobel neste século. Oxford é uma delas.
“Esta lista dá uma ideia das universidades que lideram as respectivas áreas de investigação, aquelas que atraem e apoiam os melhores investigadores do mundo e que estão dispostas a dar aos seus académicos a liberdade e as condições para que levem o seu potencial ao máximo”, comentam os editores da THE.
Quanto às universidades asiáticas que têm vindo a conquistar pontos nos rankings internacionais, mas que estão ausentes destes, os autores lembram o que é preciso para atingir a excelência: “Muitas universidades do sudeste asiático têm beneficiado de grandes investimentos nas últimas décadas e têm sido feitas reformas interessantes. Mas falta alcançar a criatividade, a liberdade e a diferença que podem levar às descobertas científicas mais importantes”

O RANKING POR PAÍSES
A tabela da “Times Higher Education” também ordena os países que contam com o maior número destas distinções, atribuídas anualmente por comités suecos e noruegueses (no caso do Prémio Nobel da Paz), em diversas áreas. Sem surpresas, os EUA voltam a liderar e contam com quase metade (71) dos 146 prémios Nobel atribuídos este século.
Em 2006, conseguiram mesmo o feito de reunir todos os prémios desse ano e todos os distinguidos estavam ligados a instituições do país. A área da Economia é aquela em que os norte-americanos mais se distinguiram nos últimos anos.
O Reino Unido aparece em segundo, com 12 prémios Nobel desde 2000, maioritariamente na área da Medicina. A Austrália distingue-se por ser o único país em que os três prémios foram atribuídos na mesma área: também em Medicina. Japão, Alemanha, Israel, França, Rússia, Noruega, Bélgica, China e Itália são outros dos países com motivos adicionais para estarem orgulhosos dos seus académicos.
A THE é ainda responsável pelo World University Rankings, um dos mais referenciados no que respeita à comparação internacional entre universidades.»

(reprodução de artigo Expresso online, de 6 de Agosto de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]