sexta-feira, 23 de maio de 2014

Eleições para o Senado: mensagem pessoal (para a EEG)

Caros(as) colegas,
Estou na Universidade do Minho (EEG) há 31 anos e alguns meses. Neste tempo, desempenhei quase todos os cargos e missões que podem caber a um professor e investigador, que nunca deixei de ser. Nesse trajeto, nunca vivi encostado a qualquer poder, na Escola de Economia e Gestão ou na Universidade do Minho, ou refém do exercício do poder. Hei-de terminar do mesmo modo! Tal nunca me impediu de debater os temas da Escola/Universidade ou de manter a minha própria abordagem à estratégia e à gestão da Instituição, mesmo que essas visões não agradassem a muitos, mesmo que isso me tivesse causado e continue a provocar desconfortos. Importou-me sempre, sobretudo, estar em paz com a minha consciência.
O momento que a Universidade vive (a Universidade portuguesa e a UMinho, em particular) é especialmente penoso e desmotivador. Entre muitos outros problemas, disso é exemplo o que se passa com o financiamento da investigação e dos centros de investigação. Referindo-se a essa matéria, Carlos Fiolhais, no seu blogue “DE RERUM NATURA”, escrevia ainda há poucos dias (terça-feira, 20 de Maio de 2014) que “A Fundação para a Ciência em Portugal (FCT) devia ser a principal defensora da ciência em Portugal, mas é a principal adversária. Apesar de todos os protestos, […]”. Sabemos também quanto nos últimos anos recuaram o financiamento e autonomia das universidades, e recuaram as nossas condições de trabalho, e de vida.
Notem, no entanto, que nem tudo o que de mau foi feito, nem tudo o que foi precarizado no nosso exercício profissional se deve a poderes externos. Em muitos casos, os poderes internos foram coniventes ou usaram esse enquadramento como pretexto para nos pôr a trabalhar mais horas, dar-nos piores condições de trabalho, transformar-nos em burocratas, com manifesto prejuízo do nosso desempenho como professores ou investigadores ou, simplesmente, como homens e mulheres que deviam ter também tempo para si e para as suas famílias e amigos.
Num tal contexto, entendo eu que lutar pela dignificação da Universidade e pela reposição de condições básicas de trabalho é o mínimo que posso fazer e instar a que os(as) colegas façam, igualmente.
Podendo não parecê-lo, pela insignificância relativa do órgão, é também isso que está em causa nas eleições para o Senado Académico que se vão realizar na próxima 2ª feira, 26 de Maio. Podendo não parecê-lo, pela insignificância da representação por corpos que está em causa, acreditem que tenho bons motivos para pensar que este pode ser um momento decisivo no equacionar do futuro da UMinho e um sinal que fica para quem o queira ler.
A essa luz, atrevo-me a convidá-los a que vão votar na 2ª feira pf. Façam-no com o espírito de alguém que acredita que tem um contributo a dar para que a UMinho possa aspirar a ter futuro e nós nos possamos reconhecer na estratégia da Instituição.
Tenham um bom fim-de-semana!
Saudações académicas,

J. Cadima Ribeiro

(reprodução de mensagem entretanto distribuída universalmente na rede eletrónica da EEG)

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