Caros(as)
colegas,
Estou
na Universidade do Minho (EEG) há 31 anos e alguns meses. Neste tempo,
desempenhei quase todos os cargos e missões que podem caber a um professor e
investigador, que nunca deixei de ser. Nesse trajeto, nunca vivi encostado a
qualquer poder, na Escola de Economia e Gestão ou na Universidade do Minho, ou refém
do exercício do poder. Hei-de terminar do mesmo modo! Tal nunca me impediu de
debater os temas da Escola/Universidade ou de manter a minha própria abordagem à
estratégia e à gestão da Instituição, mesmo que essas visões não agradassem a muitos,
mesmo que isso me tivesse causado e continue a provocar desconfortos. Importou-me
sempre, sobretudo, estar em paz com a minha consciência.
O
momento que a Universidade vive (a Universidade portuguesa e a UMinho, em
particular) é especialmente penoso e desmotivador. Entre muitos outros
problemas, disso é exemplo o que se passa com o financiamento da investigação e
dos centros de investigação. Referindo-se a essa matéria, Carlos Fiolhais, no
seu blogue “DE RERUM NATURA”, escrevia ainda há poucos dias (terça-feira, 20 de
Maio de 2014) que “A Fundação para a Ciência em Portugal (FCT) devia ser a
principal defensora da ciência em Portugal, mas é a principal adversária.
Apesar de todos os protestos, […]”. Sabemos também quanto nos últimos anos
recuaram o financiamento e autonomia das universidades, e recuaram as nossas
condições de trabalho, e de vida.
Notem,
no entanto, que nem tudo o que de mau foi feito, nem tudo o que foi precarizado
no nosso exercício profissional se deve a poderes externos. Em muitos casos, os
poderes internos foram coniventes ou usaram esse enquadramento como pretexto
para nos pôr a trabalhar mais horas, dar-nos piores condições de trabalho,
transformar-nos em burocratas, com manifesto prejuízo do nosso desempenho como
professores ou investigadores ou, simplesmente, como homens e mulheres que
deviam ter também tempo para si e para as suas famílias e amigos.
Num tal
contexto, entendo eu que lutar pela dignificação da Universidade e pela reposição
de condições básicas de trabalho é o mínimo que posso fazer e instar a que
os(as) colegas façam, igualmente.
Podendo
não parecê-lo, pela insignificância relativa do órgão, é também isso que está
em causa nas eleições para o Senado Académico que se vão realizar na próxima 2ª
feira, 26 de Maio. Podendo não parecê-lo, pela insignificância da representação
por corpos que está em causa, acreditem que tenho bons motivos para pensar que
este pode ser um momento decisivo no equacionar do futuro da UMinho e um sinal que
fica para quem o queira ler.
A essa
luz, atrevo-me a convidá-los a que vão votar na 2ª feira pf. Façam-no com o espírito
de alguém que acredita que tem um contributo a dar para que a UMinho possa aspirar
a ter futuro e nós nos possamos reconhecer na estratégia da Instituição.
Tenham
um bom fim-de-semana!
Saudações
académicas,
J.
Cadima Ribeiro
(reprodução de mensagem entretanto distribuída universalmente na rede eletrónica da EEG)
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