«Engenharia e Física são as áreas em que há mais cursos com menos de dez alunos colocados nos dois últimos anos.
Há 16 cursos em risco de não poder abrir vagas no próximo ano lectivo. É este o universo de licenciaturas e mestrados integrados que nos dois últimos anos lectivos tiveram menos de dez alunos colocados. Nesta situação há 15 licenciaturas e um mestrado integrado, e as áreas da Engenharia e da Física as mais afectadas. Não se incluem aqui as formações em artes do espectáculo, que são excepção à regra segundo a qual os cursos com este nível de procura ficam impedidos de abrir novas vagas no ano seguinte.
Esta é uma das conclusões do levantamento realizado pela Direcção Geral do Ensino Superior (DGES) e já enviado às instituições - a que o Económico teve acesso - para complementar o despacho em que se definem as regras que as universidades e politécnicos terão de seguir na fixação da oferta para o próximo concurso nacional de acesso.
A regra que impede a abertura de vagas nos cursos com menos de dez colocados nos dois anos anteriores já foi aplicada em 2013/2014, tendo resultado - revela agora o estudo da DGES - no encerramento de 24 ciclos de ensino. Dois terços (16) estavam em funcionamento em politécnicos e os oito restantes em universidades. As áreas de Engenharia Civil e de Gestão e Administração foram as mais afectadas.
Os dados, que deverão ser publicados no ‘site' de estatísticas do Ministério da Educação e Ciência (DGEEC) em Junho, revelam ainda que houve um curso - o de Engenharia de Biossistemas do Instituto Politécnico de Viseu - que não colocou um único aluno nas 45 vagas abertas em 2012/13 e 2013/14.
O despacho de vagas foi apresentado no final da semana passada pelo ministro da Educação, Nuno Crato, e pelo secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, e as instituições têm agora cerca de um mês para o adoptar, a tempo do arranque do concurso nacional de acesso, agendado para 17 de Julho. Para o reitor da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD), Fontaínhas Fernandes, as regras foram apresentadas num prazo que, para as instituições, é "impossível de gerir internamente", defendendo que o ministro deveria começar a trabalhar neste assunto "atempadamente, desde Setembro ou Outubro".
(reprodução de notícia Económico online, de 14 de Maio de 2014 - ANA PETRONILHO)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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