1.
Um dos mais exigentes desafios da próxima década, e por isso também mais aliciantes, prende-se com a construção do Espaço Europeu de ensino superior (decorrente do processo de Bolonha), para o qual as universidades devem preparar-se, aprofundando mecanismos de autoavaliação e de avaliação externa. A Universidade do Minho não deve ficar alheada deste movimento, antes pelo contrário, deve participar nele de forma activa e retirar daí o máximo benefício em proveito dos seus alunos, razão de ser da sua existência.
2.
No contexto nacional, a UM pode considerar-se duplamente periférica: na sua região de implantação (Norte de Portugal) e relativamente ao centro do poder político nacional de que muito depende a definição das suas políticas institucionais. O actual sistema de financiamento e a “tradicional” visão dos poderes nacionais e regionais têm confluído no estreitamento da sua margem de manobra, que só foi superada, no passado distante, com a compensação de um poder de influência política que se manifestou de forma desproporcionada relativamente a esta dupla periferia. Esta apreciação pode ser demonstrada à saciedade pela situação que se tem vivido nos anos mais recentes, onde a reduzida capacidade de influência política da actual reitoria se tem manifestado deficitária para garantir as suas políticas institucionais.
3.
Para atender a este tipo de desafios, há sempre várias abordagens possíveis: uma abordagem de “evolução na continuidade”, com grandiloquentes princípios de adaptação da situação actual com pequenos passos de aparente mudança, mas mantendo substancialmente tudo na mesma; uma visão edílica de como seria uma universidade “ideal” que nunca existirá e que tolda a visão dos decisores para uma efectiva adaptação à realidade em permanente evolução; uma outra ainda que, partindo da situação actual e adoptando uma visão estratégica de antecipação do futuro, propõe passos seguros de mudança numa política reformista, pragmática e de consolidação progressiva.
Perfilhamos esta última visão.
4.
A defesa intransigente dos interesses da UM junto da tutela, promovendo e exercendo influência política, deve ser o ponto de partida para a sua reconsideração como universidade de referência para as políticas institucionais do ensino superior público nacional.
5.
É crucial o aprofundamento de programas de acção inovadores que visem a atracção de financiamento, de investigadores e de novos talentos, através de investigação de excelência, elevada qualidade dos projectos pedagógicos, transferência de conhecimentos exemplar, abertura com a indústria, cultura interdisciplinar, elevada empregabilidade dos diplomados e internacionalização em todos os aspectos, com particular enfoque para os países lusófonos.
6.
A criação de ambientes de trabalho saudáveis e a estruturação de políticas sociais inclusivas para toda a Academia, mantendo uma relação estreita com os seus ex-alunos, devem constituir prioridades para, de forma consequente, transformar a Universidade numa comunidade de afectos.
José M. P. Vieira
Obs: uma versão mais desenvolvida deste texto está disponível no fórum do nosso sítio (isto é, da Lista B - Novos Desafios, Novos Rumos)
Um dos mais exigentes desafios da próxima década, e por isso também mais aliciantes, prende-se com a construção do Espaço Europeu de ensino superior (decorrente do processo de Bolonha), para o qual as universidades devem preparar-se, aprofundando mecanismos de autoavaliação e de avaliação externa. A Universidade do Minho não deve ficar alheada deste movimento, antes pelo contrário, deve participar nele de forma activa e retirar daí o máximo benefício em proveito dos seus alunos, razão de ser da sua existência.
2.
No contexto nacional, a UM pode considerar-se duplamente periférica: na sua região de implantação (Norte de Portugal) e relativamente ao centro do poder político nacional de que muito depende a definição das suas políticas institucionais. O actual sistema de financiamento e a “tradicional” visão dos poderes nacionais e regionais têm confluído no estreitamento da sua margem de manobra, que só foi superada, no passado distante, com a compensação de um poder de influência política que se manifestou de forma desproporcionada relativamente a esta dupla periferia. Esta apreciação pode ser demonstrada à saciedade pela situação que se tem vivido nos anos mais recentes, onde a reduzida capacidade de influência política da actual reitoria se tem manifestado deficitária para garantir as suas políticas institucionais.
3.
Para atender a este tipo de desafios, há sempre várias abordagens possíveis: uma abordagem de “evolução na continuidade”, com grandiloquentes princípios de adaptação da situação actual com pequenos passos de aparente mudança, mas mantendo substancialmente tudo na mesma; uma visão edílica de como seria uma universidade “ideal” que nunca existirá e que tolda a visão dos decisores para uma efectiva adaptação à realidade em permanente evolução; uma outra ainda que, partindo da situação actual e adoptando uma visão estratégica de antecipação do futuro, propõe passos seguros de mudança numa política reformista, pragmática e de consolidação progressiva.
Perfilhamos esta última visão.
4.
A defesa intransigente dos interesses da UM junto da tutela, promovendo e exercendo influência política, deve ser o ponto de partida para a sua reconsideração como universidade de referência para as políticas institucionais do ensino superior público nacional.
5.
É crucial o aprofundamento de programas de acção inovadores que visem a atracção de financiamento, de investigadores e de novos talentos, através de investigação de excelência, elevada qualidade dos projectos pedagógicos, transferência de conhecimentos exemplar, abertura com a indústria, cultura interdisciplinar, elevada empregabilidade dos diplomados e internacionalização em todos os aspectos, com particular enfoque para os países lusófonos.
6.
A criação de ambientes de trabalho saudáveis e a estruturação de políticas sociais inclusivas para toda a Academia, mantendo uma relação estreita com os seus ex-alunos, devem constituir prioridades para, de forma consequente, transformar a Universidade numa comunidade de afectos.
José M. P. Vieira
Obs: uma versão mais desenvolvida deste texto está disponível no fórum do nosso sítio (isto é, da Lista B - Novos Desafios, Novos Rumos)
Sem comentários:
Enviar um comentário