Foi difundida na rede da UM uma mensagem de interpelação às listas candidatas ao Conselho Geral com o título "De como uma campanha se pode distanciar da realidade...". Gostaria de, a título pessoal, comentar brevemente algumas das questões colocadas às listas nessa mensagem.
1º- Financiamento da Universidade
Este assunto, por muito que nos preocupe, não tem solução fácil e à vista. Se, por um lado, temos tido o nosso reitor muito activo a reclamar justiça na distribuição de verbas por parte do Ministério, por outro lado, temos assistido a actuações esporádicas e desastrosas deste para para tapar o buraco financeiro. Isso foi o que aconteceu no final de 2007, quando decidiu ir buscar aos projectos de ensino e de I&D verbas as verbas que estavam disponíveis. Note-se que nem sequer discutiu o assunto com os responsáveis pelos respectivos Centros de Custos (ver texto). Que sobre a matéria tem havido, de facto, um silêncio ensurdecedor por parte das listas candidatas, isso é um facto. A lista em que me integro, a lista B, já se pronunciou sobre este assunto, procurando trazê-lo para o debate. Fê-lo tanto na conferência de imprensa como nos seus sítio e blogue.
É certo que não apontou soluções, mas também é certo que com a continuação em funções do actual reitor na UM, também não será fácil ao Conselho Geral apresentar soluções inovadoras. O reitor tem um papel importante na definição da estratégia instituição. Embora a estratégia seja sancionada pelo Conselho Geral, a menos que se vislumbre um volte-face nas relações entre o Ministério e o actual reitor, core-se o risco de se assistir a uma situação de impasse.
Por estas e outra razões derivadas do legado do actual reitor, a lista B pede um Novo Ciclo a partir do dia em que o Conselho Geral entre em funções, com a sua saída voluntária e a entrada de um novo reitor que traga uma visão mais fresca e mais em consonância com a estratégia do que virá a ser o Conselho Geral eleito. Nas relações entre a Universidade e a tutela, a diplomacia é muito importante. Os responsáveis das outras Universidades têm sabido usá-la, mas ainda ontem se viu no dia da Universidade que esse não é o caminho escolhido pelo nosso reitor. Este tem escolhido, sim, a política do confronto, na continuação de outras acções como foi ter aproveitado a presença da líder da oposição em Braga para lhe fazer as suas queixas. A meu ver, a política, nesse sentido, não deveria ser para aqui chamada. Só complica!
É certo que não apontou soluções, mas também é certo que com a continuação em funções do actual reitor na UM, também não será fácil ao Conselho Geral apresentar soluções inovadoras. O reitor tem um papel importante na definição da estratégia instituição. Embora a estratégia seja sancionada pelo Conselho Geral, a menos que se vislumbre um volte-face nas relações entre o Ministério e o actual reitor, core-se o risco de se assistir a uma situação de impasse.
Por estas e outra razões derivadas do legado do actual reitor, a lista B pede um Novo Ciclo a partir do dia em que o Conselho Geral entre em funções, com a sua saída voluntária e a entrada de um novo reitor que traga uma visão mais fresca e mais em consonância com a estratégia do que virá a ser o Conselho Geral eleito. Nas relações entre a Universidade e a tutela, a diplomacia é muito importante. Os responsáveis das outras Universidades têm sabido usá-la, mas ainda ontem se viu no dia da Universidade que esse não é o caminho escolhido pelo nosso reitor. Este tem escolhido, sim, a política do confronto, na continuação de outras acções como foi ter aproveitado a presença da líder da oposição em Braga para lhe fazer as suas queixas. A meu ver, a política, nesse sentido, não deveria ser para aqui chamada. Só complica!
2º- Como colmatar a deficiente máquina administrativa instalada na Academia?
Partilho esta sua opinião, aliás expressa num pequeno texto disponível no site da lista B. O problema é sempre o mesmo: será que mantendo-se o reitor em funções por mais ano e meio, vai mudar alguma coisa durante esse período? Já duas listas, pelo menos, se referiram à necessidade de operar uma descentralização na instituição: a lista B e a lista C. No entanto, a lista B quer mudanças já, e que não sejam só de cosmética Será que a outra também as quer já?
3º- Como implementar a "coesão" quando dentro da mesma academia co-existem diferentes exigências de qualidade e desempenho, geralmente em prejuízo daqueles a quem se impõem os maiores padrões de referência?
Bom, de facto tenho alguma dificuldade em responder a esta questão. Penso que quando algumas listas falam em coesão, não devem estar a pensar concretamente na questão quer coloca. Aliás, pode ser contraditório referir "descentralização" e "coesão" no mesmo texto, mas isso já nos leva a outro tipo de discussão. A meu ver este problema não tem solução fácil, porque em áreas diferentes os padrões de produção científica são necessariamente diferentes. Talvez esta questão e a outra que segue tenham uma mesma resposta.
4º- E como lidar com a tradição perniciosamente instalada na academia de desresponsabilizar ou mesmo desobrigar de exigência de qualidade e desempenho quem está no topo da carreira , mas, em contrapartida, demandar elevados níveis de resposta a quem está na base da carreira ou mesmo no início da profissão?
A resposta a que me refiro estará no próximo ECDU - Estatuto da Carreira Docente Universitária.Há elementos na lista B que participam activamente no acompanhamento dos esforços dos Sindicatos no sentido que se chegue a um ECDU justo. Para tanto, tem sido procurada a sensibilização e promovida a informação dos colegas via blogues, e-mails, etc. Eu tenho o que está ao meu alcance neste domínio.
5º- E como responder de forma concertada e eficaz a uma massa estudantil cada vez menos preparada para o raciocínio, para o estudo, imbuída de uma cultura de facilitismo, mas a quem, apesar de tudo, compete à universidade formar e preparar para o mercado de trabalho?
5º- E como responder de forma concertada e eficaz a uma massa estudantil cada vez menos preparada para o raciocínio, para o estudo, imbuída de uma cultura de facilitismo, mas a quem, apesar de tudo, compete à universidade formar e preparar para o mercado de trabalho?
Não sendo a pessoa mais entendida neste assunto, remeto para textos de colegas meus da lista B, do IEC/IEP, que referem as mesmas preocupações e avançam algumas propostas. Enmtre essas proposta está, por exemplo:
Termino felicitando-o pela sua iniciativa, que espero que sirva de exemplo para outros e possa ser percebida como um contributo para que tenhamos um debate frutuoso sobre a universidade, especialmente nos dias de campanha que se aproximam.
Jaime Rocha Gomes
Jaime Rocha Gomes
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