domingo, 27 de setembro de 2015

"Conheça as universidades mais inovadoras do Mundo"

«Na lista das 100 universidades premiadas em inovação, 26 são europeias. Portugal não consta na lista. Conheça o top completo e as instituições académicas com os melhores níveis de inovação e influência.

A palavra inovação pode servir para caracterizar diferentes conceitos. Há quem use inovação para se distinguir da concorrência, outros para marcarem uma ruptura com as estratégias até à data adoptadas, onde os membros são encorajados a pensar de uma forma criativa e diferente, ou ainda para descrever produtos únicos. Em todas elas, uma coisa é transversal: a inovação é uma qualificação cada vez mais ambicionada, quer no mundo académico, quer no meio profissional. Pedem-se novas ideias, novas estratégias e pede-se especialmente a produção de produtos e investigações que contribuam para a evolução tecnológica e económica.
Muitas dessas inovações ganham forma justamente no meio académico. A pensar nisso, a Thomson Reuters criou um "ranking" de avaliação das 100 universidades mais inovadoras do mundo. Para distinguir as instituições, a agência utilizou uma dezena de critérios, que se focam, essencialmente, na análise do número de patentes registadas na World Intellectual Property Organization, assumindo-se como sinónimo do interesse de cada instituição em registar e proteger as suas descobertas, o número de patentes que foram efectivamente usadas por terceiros e a sua internacionalização, as publicações feitas pela universidade, a colaboração com outras instituições, o impacto comercial e o número de citações que as patentes tiveram.
Os autores do "ranking" afirmam que a lista visa "chegar à essência do que realmente significa ser-se inovador", sublinhando que as instituições eleitas criam "tecnologia útil" e têm "um grande impacto económico" e são por isso "as melhores para alguém investir e criar um verdadeiro impacto na inovação".
Não obstante, os autores do estudo destacam que a ausência da lista não quer dizer que uma instituição não é inovadora, exemplificando que uma pequena escola de artes pode ter uma taxa de inovação baixa e ainda assim possuir um dos mais inovadores departamentos de ciência computacional no mundo.
Na lista das 26 instituições europeias são destacados três critérios: o número total de pedidos de patentes, o número de patentes concedidas (com base na sua utilidade, inovação, originalidade e complexidade) e o seu impacto comercial.
No Top 100, o domínio dos Estados Unidos é claro. O resto das universidades do "ranking", com peso de 50%, está no Canadá, Europa e Ásia. Se reduzirmos a lista e olharmos para as 20 melhores universidades na área da inovação, encontramos apenas duas universidades europeias - Imperial College London e a belga KU Leuven – e três universidades asiáticas. As restantes 15 estão sediadas nos Estados Unidos.
A Universidade de Stanford, em Silicon Valley, Califórnia, berço de tecnologia e inovação por excelência, lidera o Top 100 das Universidades mais Inovadoras, com uma pontuação de 1685. Foi desta universidade que saíram os fundadores da GoogleYahoo e Hewlett-Packard, três das maiores empresas de tecnologia do mundo. A instituição académica regista mais patentes na área de farmácia e biotecnologia e no índice do impacto comercial obteve um valor de 90,4, quando a média total está nos 54,2.
Em segundo lugar surge o famoso Massachusetts Institute of Technology, ou, como é conhecido, o MIT, com 1671 pontos. Já o terceiro lugar é atribuído à Universidade de Harvard, com uma pontuação de 1609. A lista continua com o império das universidades americanas até ao 10.º lugar, quando surge a Korea Advanced Institute of Science & Technology (KAIST), na Coreia do Sul.
É no 11.º que se inaugura a presença europeia, com o Imperial College London, em Inglaterra. Com uma pontuação de 1478 pontos, o Imperial College London deu aulas a Alexander Fleming, vencedor do prémio Nobel em 1945 pela sua co-autoria na descoberta de penicilina. Entre 2008 e 2013, a instituição preencheu 301 patentes, sendo que 26,2% foram aprovadas e tiveram um impacto comercial de 58,8. A Imperial College London foi fundada em 1907, o que a torna relativamente nova quando comparada às duas outras instituições europeias que surgem nos primeiros lugares do ranking. 

No 16.º lugar surge a Universidade Católica de Louvain (Katholieke Universiteit Leuven), fundada em 1425 e que com 299 candidaturas de patentes consegui uma taxa de aprovação de 39,8%, conseguindo um impacto comercial de 49. É novamente em Inglaterra que surge a terceira universidade europeia mais bem classificada no "ranking". Em 25.º lugar no Top 100 e com uma pontuação de 1398, a Universidade de Cambridge, a segunda academia mais antiga de Inglaterra, apresentou 232 patentes, tendo conseguido registar 33,6% com sucesso e conquistando uma influência comercial de 54,5. A academia onde estudou Isaac Newton e Alan Turing aposta hoje no registo de patentes nas áreas de farmácia e biotecnologia. Esta é também a Universidade que mais prémios Nobel viu associados a uma instituição, com 91 distinções associadas.

No Top 20 destaca-se ainda a Universidade da Califórnia (University of California System) como a instituição que mais pedidos de patente propôs (2380 pedidos). No entanto, a maior taxa de sucesso de aprovação vai para a Coreia do Sul, com a Universidade Korea Advanced Institute of Science & Technology (KAIST) a conseguir uma taxa de aprovação de 84,3%. No mesmo Top 20 é o MIT que consegue maior sucesso no seu nível de influência, com uma avaliação de cerca de 150.
Todos estes critérios foram compilados pela Property & Science Business of Thomson Reuters. 



Top
Universidade
Pedidos de Patentes
Patentes atribuídas
Influência Comercial
1
594
40,10%
90,4
2
1222
46,40%
150,3
3
761
35%
102,5
4
412
38,10%
59,1
5
533
48%
54,4
6
300
47,70%
65,5
7
958
37,30%
69,6
8
408
68,10%
56,5
9
533
35,60%
66,7
10
884
84,30%
69
11
301
26,20%
58,8
12
339
81,10%
69
13
2380
35,50%
65,4
14
346
40,80%
55,1
15
339
32,40%
57,4
16
299
39,80%
49
17
329
28,50%
59,7
18
762
54,10%
60,5
19
729
24,01%
65,7
20
502
55,00%
66,3
»
(rerodução de notícia JORNAL DE NEGÓCIOS online, de 26 Setembro 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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