IV. a Universidade do minho que queremos
UNIVERSIDADE E COMUNIDADE
3. Apesar da
criação de novas interfaces, reflexo do dinamismo específico de alguns
grupos de uma ou outra Escola, a cultura de promoção
da ligação à sociedade ainda não se afirmou internamente com firmeza. Um mecanismo de interface que
potencializará esse reconhecimento por parte da Sociedade para com a Universidade
passa pela agilização das figuras de Observatório, que devem integrar
académicos, mas também cidadãos da denominada sociedade civil, interagindo em
prol de um espaço de discussão esclarecido que, recebendo a análise crítica
própria do juízo académico, enriqueça as leituras próprias da sociedade civil.
Esta figura de interface - a figura dos Observatórios – potenciará a parceria
em prol de financiamentos bem sucedidos junto de várias instituições,
nomeadamente, europeias. Finalmente, a envolvente sócio-económica do Minho,
recheada de experiências de associativismo empresarial e industrial de relevo,
entre outras figuras de associativismo de cidadãos, facilmente acolheria esta
iniciativa.
4. Procuraremos
dar grande importância à estruturação do modelo de ligação da Universidade à
sociedade envolvente, para além da região minhota,
mas também dentro dela. Esse modelo
deve assentar nos seguintes vetores:
i) reforço e consolidação das
infraestruturas de interface existentes, promovendo o alargamento das
colaborações de docentes universitários, nas suas áreas específicas de atuação,
dentro da universidade, antes de mais, mas também com as instituições de ensino
politécnico da região, e de outras universidades públicas próximas
geograficamente, como a U.T.A.D.. Os indicadores da O.C.D.E. legitimam a
realização de fusões das instituições universitárias por parte da tutela
governamental, pelo que será vantajoso que ela ocorra por negociação direta das
próprias instituições (como ocorreu no caso de duas universidades de Lisboa) ao
invés de termos que nos sujeitar a decisões políticas e financeiras impostas
pela referida tutela. Em vez de olharmos as instituições que mais perto de nós
se encontram como inimigas, propomos uma atitude de cooperação negociada que traria
vantagens para todas elas. Ainda neste espírito, podemos contemplar
colaborações com universidades espanholas da Galiza, no que respeita tanto à
investigação, como ao ensino. A existência de projetos europeus como as
Eurocidades e o Eixo Atlântico devem ganhar expressão concreta, ao nível das
ações e estabelecimento de parcerias em projetos de ensino, investigação e
extensão universitária, o mais rápida e alargadamente possível, nas várias
áreas por eles abrangentes.
ii) promoção de novas infraestruturas, em áreas que as justifiquem, seja
nos domínios da prestação de serviços, seja na componente de investigação
aplicada, seja ainda na vertente de formação,
nomeadamente ao nível pedagógico. Elas devem resultar de processos de
deteção de oportunidades e de necessidades, articulando-se com as estratégias
das unidades e subunidades de ensino ou subunidades de
investigação mais diretamente envolvidas;
iii) organização da componente administrativa da Universidade, nomeadamente
na área contabilística e financeira, por forma a agilizar os procedimentos
implícitos às ações de colaboração entre docentes e entidades externas;
iv) criação de mecanismos de reconhecimento interno do desempenho dos
docentes na área da ligação à Sociedade, bem como no que se refere à docência (por exemplo, a docência só tem usualmente visibilidade nas
provas de agregação, e poderia tê-la em qualquer concurso), por forma a
promover as iniciativas e o empenho individuais, sem os quais a estratégia
global da Universidade nesta área fica fortemente prejudicada. De salientar que
nem todas as formas de interação com a Sociedade têm que ser proveitosas
financeiramente, dado a universidade possuir também responsabilidades cívicas e
de cidadania.
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