quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lista B - Programa de candidaturas ao Conselho Geral e ao Senado 2013 (VIII)

                                                IV. a Universidade do minho que queremos
                                                     UNIVERSIDADE E COMUNIDADE
1. A Universidade do Minho assume-se, hoje, como uma Instituição com algum envolvimento com a região onde se insere, mas claramente aquém do seu potencial, carecendo essa relação de eficácia em matéria de dinamização do tecido económico, social e cultural, em muitos casos. A ideia que defendemos é que a ligação da Universidade à sociedade deve constituir um eixo estruturante da estratégia da instituição. Devemos também ter em consideração que aquilo que hoje consideramos por sociedade é cada vez mais abrangente, como o crescente poder dos mercados financeiros não nos deixa esquecer.
2. A Universidade do Minho deve privilegiar as atividades que conduzam a uma forte e estreita interação com o meio envolvente, seja ela de cariz empresarial, institucional ou associativo. Esta é, de facto, uma das missões centrais da Universidade, que parcialmente a justificam. Se a docência e a investigação se enquadram, desde logo, nesta dinâmica de ligação à sociedade (ao contribuir para a formação da população e para o desenvolvimento de conhecimento com interesse social), a importância da interação e do serviço à sociedade impõe uma estruturação estratégica que garanta o envolvimento em níveis mais profundos, consolidados e eficazes.
3. Apesar da criação de novas interfaces, reflexo do dinamismo específico de alguns grupos de uma ou outra Escola, a cultura de promoção da ligação à sociedade ainda não se afirmou internamente com firmeza. Um mecanismo de interface que potencializará esse reconhecimento por parte da Sociedade para com a Universidade passa pela agilização das figuras de Observatório, que devem integrar académicos, mas também cidadãos da denominada sociedade civil, interagindo em prol de um espaço de discussão esclarecido que, recebendo a análise crítica própria do juízo académico, enriqueça as leituras próprias da sociedade civil. Esta figura de interface - a figura dos Observatórios – potenciará a parceria em prol de financiamentos bem sucedidos junto de várias instituições, nomeadamente, europeias. Finalmente, a envolvente sócio-económica do Minho, recheada de experiências de associativismo empresarial e industrial de relevo, entre outras figuras de associativismo de cidadãos, facilmente acolheria esta iniciativa.
4. Procuraremos dar grande importância à estruturação do modelo de ligação da Universidade à sociedade envolvente, para além da região minhota, mas também dentro dela. Esse modelo deve assentar nos seguintes vetores:
i) reforço e consolidação das infraestruturas de interface existentes, promovendo o alargamento das colaborações de docentes universitários, nas suas áreas específicas de atuação, dentro da universidade, antes de mais, mas também com as instituições de ensino politécnico da região, e de outras universidades públicas próximas geograficamente, como a U.T.A.D.. Os indicadores da O.C.D.E. legitimam a realização de fusões das instituições universitárias por parte da tutela governamental, pelo que será vantajoso que ela ocorra por negociação direta das próprias instituições (como ocorreu no caso de duas universidades de Lisboa) ao invés de termos que nos sujeitar a decisões políticas e financeiras impostas pela referida tutela. Em vez de olharmos as instituições que mais perto de nós se encontram como inimigas, propomos uma atitude de cooperação negociada que traria vantagens para todas elas. Ainda neste espírito, podemos contemplar colaborações com universidades espanholas da Galiza, no que respeita tanto à investigação, como ao ensino. A existência de projetos europeus como as Eurocidades e o Eixo Atlântico devem ganhar expressão concreta, ao nível das ações e estabelecimento de parcerias em projetos de ensino, investigação e extensão universitária, o mais rápida e alargadamente possível, nas várias áreas por eles abrangentes.
ii) promoção de novas infraestruturas, em áreas que as justifiquem, seja nos domínios da prestação de serviços, seja na componente de investigação aplicada, seja ainda na vertente de formação, nomeadamente ao nível pedagógico. Elas devem resultar de processos de deteção de oportunidades e de necessidades, articulando-se com as estratégias das unidades e subunidades de ensino ou subunidades de investigação mais diretamente envolvidas;
iii) organização da componente administrativa da Universidade, nomeadamente na área contabilística e financeira, por forma a agilizar os procedimentos implícitos às ações de colaboração entre docentes e entidades externas;
iv) criação de mecanismos de reconhecimento interno do desempenho dos docentes na área da ligação à Sociedade, bem como no que se refere à docência (por exemplo, a docência só tem usualmente visibilidade nas provas de agregação, e poderia tê-la em qualquer concurso), por forma a promover as iniciativas e o empenho individuais, sem os quais a estratégia global da Universidade nesta área fica fortemente prejudicada. De salientar que nem todas as formas de interação com a Sociedade têm que ser proveitosas financeiramente, dado a universidade possuir também responsabilidades cívicas e de cidadania.

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