quarta-feira, 22 de julho de 2015

"Reitoria Universidade Lisboa acusada de favorecimento ilegítimo, reitor nega"

«A providência cautelar teve origem na empresa Quidgest (produtora de software), uma das candidatas no concurso de mais de dois milhões de euros.
A Reitoria da Universidade de Lisboa é acusada de favorecimento ilegítimo num concurso público internacional por uma das empresas candidatas, que interpôs uma providência cautelar, mas o reitor garante que a lei foi cumprida com "máxima transparência".
A providência cautelar teve origem na empresa Quidgest (produtora de software), uma das candidatas no concurso de mais de dois milhões de euros, mas a Reitoria apresentou uma resolução invocando prejuízos pela suspensão do concurso, pelo que a providência não teve efeito suspensivo, disse o administrador da empresa à Lusa.
A Quidgest considera que no concurso houve "um favorecimento ilegítimo relativamente ao vencedor", diz que o júri reduziu "drasticamente" a pontuação dos candidatos perdedores, e que houve "facilidades concedidas à empresa vencedora", que apresentou uma proposta financeira "mais gravosa".
João Paulo Carvalho, administrador da empresa, admitiu à Lusa que as acusações são graves mas garantiu que estão assentes num "estudo minucioso, detalhado, de tudo o que são argumentos, falhas do júri e avaliações consideradas pouco objetivas".
"Não é porque hoje acordámos mal dispostos, há aqui efetivamente um conjunto de razões que escapam à razão", ainda que, disse, o concurso tivesse critérios objetivos e transparentes.
Contactado pela Lusa o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, negou as acusações e afiançou que o concurso (instalação de um sistema integrado de gestão financeira e de recursos humanos) "correu termos em total cumprimento da lei e com a máxima transparência", tendo o contrato sido remetido, conforme a lei, ao Tribunal de Contas.
"A Quidgest interpôs uma providência cautelar em sede própria, a Universidade disse o que considerou relevante sobre o assunto, cabe ao Tribunal decidir e a Universidade respeitará a decisão", disse o reitor, escusando-se a prestar mais declarações por se tratar de um processo que está em tribunal.
Já a empresa em questão diz que não vai desistir de tentar anular o concurso ou reverter a decisão.
João Paulo Carvalho explica porquê: "A maior parte dos erros, falhas e avaliações incorretas feitas neste procedimento são aquele tipo de falhas que normalmente traz má fama a concursos públicos".
Considerando que essa "má fama é grandemente imerecida", porque muito do que se faz é "do mais transparente e aberto", o responsável acrescenta que por isso mesmo é preciso fazer "o que seja necessário para que um caso que parece ser um caso isolado não seja visto como uma norma".»

(reprodução de notícia Diário de Notícias online, de 22 de julho de 2015)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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