terça-feira, 11 de outubro de 2011

À margem do CG: algumas notas soltas (60)

Na mensagem que enderecei à academia a 5 de Outubro pp., intitulada “Prestação de contas, a 5 de Outubro de 2011”, informava, a dado passo, que “[…] foi recentemente desencadeado o debate no Conselho Geral sobre a estratégia que a UMinho deverá prosseguir no futuro, no horizonte do médio e do longo prazos, tendo entretanto sido interpeladas as presidências das Escolas/Institutos no sentido de estenderem às UOEI esse debate que interessa a todos”. Acrescentando que “a audição dos agentes da instituição afigura-se-me imprescindível, sendo que cada um de nós tem que assumir a sua quota parte de responsabilidade no sucesso ou insucesso desse processo”.
Imagino que o que disse tenha deixado a curiosidade sobre “as questões” que, no contexto do abrir da discussão em sede de CG, foram enunciadas pelo reitor (e reformuladas num controverso documento produzido pelos “elementos externos” do CG), que, subsequentemente, foram encaminhadas pelo presidente do CG para os presidentes das Escolas/Institutos. Para satisfazer, parcialmente, essa eventual curiosidade, e também a título de contributo para a discussão alargada que gostaríamos que viesse a existir (independentemente do enviesamento com que são formuladas algumas das questões), aqui deixo algumas dessas (quase todas) perguntas:

«1. Sobre o carácter completo da Universidade e as novas áreas de oferta educativa:
Questões:
• Faz sentido abrir novas áreas de ensino e investigação? Que áreas (Por exemplo: Desporto, Farmácia, Tecnologias de Saúde, Ciências Forenses, …)?
• A actividade nestas áreas deve desenvolver-se ao nível do ensino graduado ou pós-graduado?
• A partir de que unidades orgânicas estes projectos/cursos devem ser lançados?
• O lançamento de novas áreas deverá implicar o encerramento de áreas existentes?
2. Que critérios para encerrar cursos ou departamentos?
Questões:

A UMinho, tal como outras universidades públicas, tem sido pródiga na criação de novos cursos, em especial ao nível da pós-graduação. Porém o encerramento de cursos tem estado fora da tradição universitária portuguesa, apesar da reconhecida fragilidade de alguns projectos de ensino. Importa encontrar um quadro de referência neste domínio e tomar posição sobre questões como as seguintes:
• Como lidar com cursos de baixa procura, mas suportados por grupos de investigação com classificação de “excelente”?
• Qual a posição da UMinho sobre formações básicas de procura reduzida, por exemplo: Filosofia e Física?
• Que relevância deve ser atribuída ao critério da empregabilidade?
3. A geometria das Unidades Orgânicas
Questões:

A actual geometria das UOEI - unidades orgânicas de ensino e investigação – bem como das respectivas subunidades é a mais adequada à prossecução dos objectivos da UMinho, em termos de eficiência e de promoção da pluridisciplinaridade?
4. Alargamento Institucional
Questões:
A inevitável racionalização da rede de estabelecimentos de ensino superior públicos estará na agenda política dos próximos anos e deverá levar a integrações e fusões de instituições universitárias e politécnicas.
• Qual deverá ser a estratégia da UMinho neste domínio?
• […]
• Deverá a UMinho assumir alguma proactividade?
• […]
• Poderá a UMinho desenvolver doutrina quanto à subsistência ou não de dois sistemas de ensino superior em Portugal: Universitário e Politécnico?
5. Sobre o conceito de universidade de investigação e sua relação com o de universidade
completa
Questões:

• Que medidas e orientações devem ser tomadas para garantir que todos os centros da UM tenham o reconhecimento de “muito bom” ou “excelente”?
• O que fazer com os centros que, repetidamente, não atinjam esse estatuto?
• Como compatibilizar o propósito da UM ser uma universidade completa com a dificuldade de ser excelente em todos os ramos?
• A UM deverá desenvolver actividade de investigação de qualidade em todas as áreas em que oferece projectos de ensino?
6. Sobre o ensino de qualidade e diferenciado:
Questões:
• Que requisitos formais para o lançamento de novos cursos?
• Que competências transversais deverão ser oferecidas pela UM?
• Que novas capacidades de análise desenvolver?
• Que estímulos diferenciadores podem ser usados?
7. Sobre a interacção com a sociedade
Questões:
• Que critérios para seleccionar as temáticas de aproximação ao financiamento e em que
medida se devem ajustar à missão da UMinho?
• Empreendorismo na comunidade académica, como deve ser valorizado?
• Como deverá ser montada uma estratégia de fundraising que capte donativos da sociedade?
8. Em relação à Universidade inclusiva e sustentável
Questão:
Que temas eleger com implicações em diferentes domínios onde a UM não pode ficar indiferente, em relação a novas áreas da sua interacção com os estudantes e a sociedade em que estes estão inseridos: acção social, infra-estruturas, questões éticas, temáticas religiosas, boas práticas de desenvolvimento sustentável?
9. Outros temas possíveis:
Poderia ainda fazer sentido alargar a reflexão a mais alguns temas, embora eventualmente menos agudos:
• Universidade internacionalizada
• Universidade participada e descentralizada
• Universidade eficiente e eficaz.»

A seu tempo, daremos mais notícias sobre esta matéria, não deixando de aguardar com expectativa o que a este respeito venha a ser decidido pelo Conselho Geral e suas Comissões e convenientemente e atempadamente divulgado à Academia.

J. Cadima Ribeiro

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