Caros Colegas,
A Lista B - Novos Desafios, Novos Rumos, que agora se candidata ao Conselho Geral da Universidade do Minho, junta um vasto grupo de docentes e investigadores preocupados com o caminho que a instituição tem trilhado nos últimos anos. E preocupados com o futuro que se avizinha. E que, por isso, pretendem contribuir, de forma positiva, para alterar esse rumo.
Vemos uma Universidade com uma Estratégia assente em pressupostos que são meros desejos, estimativas baseadas em propostas de crescimento que são claramente irrealistas. De facto, aumentar em cerca de 50 % o número de alunos em menos de uma década, implicaria, a nosso ver, um quase idêntico aumento de pessoal e de instalações físicas, bem como a adequação dos recursos financeiros necessários para suportar esse aumento. A trajetória recente do financiamento das universidades públicas, em que o investimento do Estado na formação por aluno quase desceu para metade numa década apenas, não permite antever essa inversão tão célere e acentuada das políticas públicas. A situação financeira do País e da Europa, infelizmente, também não permite suportar tamanho otimismo. Supor a possibilidade de se fazerem investimentos avultados em instalações físicas, que facilmente atingiriam várias dezenas de milhões de Euro, por forma a que eles estivessem operacionais em 2020, implicaria, por um lado que eles já estivessem hoje a ser lançados e que, por outro lado, houvesse perspetivas e garantias de arrecadar as verbas adicionais necessárias. Uma coisa e outra não estão a ocorrer nem ocorrerão. Acresce que importaria sustentar, de forma séria e estudada, que esse crescimento colossal do número de alunos corresponde efetivamente a necessidades de formação que a sociedade apresente. A situação atual, em que quase metade dos jovens recém-licenciados continuam desesperadamente à procura de emprego, leva-nos a achar improvável que essa realidade se venha a alterar de forma significativa nos próximos anos.
Assim sendo, importará rever, de forma séria e competente, a planificação estratégica da Universidade, sob pena de o seu futuro poder estar ameaçado. O próximo Conselho Geral deve, por isso, em estreita cooperação com o Reitor, promover essa urgente revisão do planeamento estratégico.
Vemos também uma Universidade em que o funcionamento se está a tornar cada vez mais burocrático, ineficiente, fazendo uso defeituoso das ferramentas informáticas que, em vez de nos ajudar, começam a ser sério empecilho ao nosso desempenho. É matéria sobre a qual importa agir. O Conselho Geral deve estar atento a esta problemática, que ameaça seriamente o nosso futuro.
Vemos uma Universidade em que o Ensino é frequentemente colocado em segundo plano. Os curricula dos cursos foram elaborados de forma apressada, implementando, tardiamente e à ultima da hora, e ainda sob pressão, o necessário ajustamento ao processo de Bolonha. Todos conhecemos aspetos que funcionam mal, que deveriam e poderiam ser melhorados, mas a Universidade está cristalizada em suportes informatizados e supostos mecanismos de garantia da qualidade, que atrofiam a capacidade de participação dos docentes, ou seja, de se tomarem as decisões que sejam mais ajustadas. O Conselho Geral não pode continuar desatento a esta realidade.
Vemos uma Universidade em que a Investigação é fomentada de forma descoordenada, sem estratégia clara. Os centros de investigação ajustam-se por imperativos meramente economicistas em função de programas ou de oportunidades proporcionadas pela tutela. De cada vez que essas oportunidades mudam, a estrutura de investigação ajusta-se, apenas numa perspetiva de arrecadar algum financiamento adicional, quase sempre pouco significativo. Esquecendo-se, por isso, a verdadeira razão da Investigação: servir a formação do docente e as necessidades científicas, culturais, e do conhecimento em geral, a bem da sociedade. A prevalência das métricas para quantificar os resultados da investigação, assentes exclusivamente em critérios editoriais, alinha perfeitamente nesta postura de servilismo e de ausência de espírito crítico, o que repudiamos. O Conselho Geral pode e deve ter um papel determinante na alteração da postura da Universidade nesta matéria. Pode e deve propor iniciativas que induzam uma verdadeira adequação da investigação à missão central da Universidade. Também aqui se pode e deve Inovar.
Não vemos, portanto, que a nossa Universidade seja um espaço em que a investigação tenha obrigatoriamente de assumir uma centralidade excessiva, relegando ensino e outras vertentes fundamentais da nossa atuação, para planos secundários, como outros, a nosso ver erradamente, nos pretendem convencer. A investigação deve assumir um papel importante no contexto da formação do docente e da geração de conhecimentos úteis à sociedade. Mas isso não pode ser feito à custa, nem prejudicando, as outras dimensões da Universidade. Porque não queremos uma Universidade sem futuro.
O Conselho Geral, no quadro das suas competências deve, por isso, assumir a Responsabilidade que inteiramente lhe cabe, atuando com a máxima Transparência e fomentando a participação dos órgãos e das pessoas que integram a Universidade. Isto implica uma mudança de postura, em relação ao que foi o Conselho Geral, neste seu primeiro mandato. É essa mudança que nos propomos levar a cabo.
Independentemente do nível de confiança que no dia 13 os colegas nos queiram atribuir, os nossos eleitos nortear-se-ão, por estes princípios e visão. Se dessa confiança resultar que teremos uma posição determinante no próximo Conselho Geral, assumiremos na íntegra a responsabilidade que tal implica.
Para gerir a Universidade segundo novos moldes. Com uma estratégia adequada e realista, com transparência e assumindo que só com a participação ampla de todos, será possível garantir um futuro para esta Universidade.
Assim sendo, importará rever, de forma séria e competente, a planificação estratégica da Universidade, sob pena de o seu futuro poder estar ameaçado. O próximo Conselho Geral deve, por isso, em estreita cooperação com o Reitor, promover essa urgente revisão do planeamento estratégico.
Vemos também uma Universidade em que o funcionamento se está a tornar cada vez mais burocrático, ineficiente, fazendo uso defeituoso das ferramentas informáticas que, em vez de nos ajudar, começam a ser sério empecilho ao nosso desempenho. É matéria sobre a qual importa agir. O Conselho Geral deve estar atento a esta problemática, que ameaça seriamente o nosso futuro.
Vemos uma Universidade em que o Ensino é frequentemente colocado em segundo plano. Os curricula dos cursos foram elaborados de forma apressada, implementando, tardiamente e à ultima da hora, e ainda sob pressão, o necessário ajustamento ao processo de Bolonha. Todos conhecemos aspetos que funcionam mal, que deveriam e poderiam ser melhorados, mas a Universidade está cristalizada em suportes informatizados e supostos mecanismos de garantia da qualidade, que atrofiam a capacidade de participação dos docentes, ou seja, de se tomarem as decisões que sejam mais ajustadas. O Conselho Geral não pode continuar desatento a esta realidade.
Vemos uma Universidade em que a Investigação é fomentada de forma descoordenada, sem estratégia clara. Os centros de investigação ajustam-se por imperativos meramente economicistas em função de programas ou de oportunidades proporcionadas pela tutela. De cada vez que essas oportunidades mudam, a estrutura de investigação ajusta-se, apenas numa perspetiva de arrecadar algum financiamento adicional, quase sempre pouco significativo. Esquecendo-se, por isso, a verdadeira razão da Investigação: servir a formação do docente e as necessidades científicas, culturais, e do conhecimento em geral, a bem da sociedade. A prevalência das métricas para quantificar os resultados da investigação, assentes exclusivamente em critérios editoriais, alinha perfeitamente nesta postura de servilismo e de ausência de espírito crítico, o que repudiamos. O Conselho Geral pode e deve ter um papel determinante na alteração da postura da Universidade nesta matéria. Pode e deve propor iniciativas que induzam uma verdadeira adequação da investigação à missão central da Universidade. Também aqui se pode e deve Inovar.
Não vemos, portanto, que a nossa Universidade seja um espaço em que a investigação tenha obrigatoriamente de assumir uma centralidade excessiva, relegando ensino e outras vertentes fundamentais da nossa atuação, para planos secundários, como outros, a nosso ver erradamente, nos pretendem convencer. A investigação deve assumir um papel importante no contexto da formação do docente e da geração de conhecimentos úteis à sociedade. Mas isso não pode ser feito à custa, nem prejudicando, as outras dimensões da Universidade. Porque não queremos uma Universidade sem futuro.
O Conselho Geral, no quadro das suas competências deve, por isso, assumir a Responsabilidade que inteiramente lhe cabe, atuando com a máxima Transparência e fomentando a participação dos órgãos e das pessoas que integram a Universidade. Isto implica uma mudança de postura, em relação ao que foi o Conselho Geral, neste seu primeiro mandato. É essa mudança que nos propomos levar a cabo.
Independentemente do nível de confiança que no dia 13 os colegas nos queiram atribuir, os nossos eleitos nortear-se-ão, por estes princípios e visão. Se dessa confiança resultar que teremos uma posição determinante no próximo Conselho Geral, assumiremos na íntegra a responsabilidade que tal implica.
Para gerir a Universidade segundo novos moldes. Com uma estratégia adequada e realista, com transparência e assumindo que só com a participação ampla de todos, será possível garantir um futuro para esta Universidade.
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