terça-feira, 5 de março de 2013

Eleições para o CG: o 1º debate entre as listas

O primeiro debate entre as três listas de candidatura ao Conselho Geral  da Universidade do Minho, para representação do corpo dos professores e  investigadores, decorreu de forma cordata e bastante esclarecedora. Os  três intervenientes no debate que teve lugar em Azurém foram o Prof. Licínio Lima (Instituto de Educação),  em representação da lista A, o Prof. Fernando Castro (Escola de Engenharia), pela lista B, e o Prof. Jorge Pedrosa (Escola de Ciências da  Saúde), pela lista C, ficando a moderação a cargo do Prof. Sousa Miranda. 
Num primeiro momento, cada representante fez uma breve síntese das  ideias-chave do seu programa, tendo a lista B sido a única a preparar  uma apresentação em forma, explicitando o seu compromisso com a academia em torno dos princípios da Responsabilidade, Transparência e Participação. Seguiu-se a fase de discussão com duas perguntas do moderador e cerca de uma dezena da assistência. A sessão terminou com uma ronda de "alegações finais" das três listas.
Merecendo destaque a empatia pessoal transmitida pelo Prof. Fernando Castro, este debate permitiu ressaltar importantes diferenças entre  as listas a sufrágio. Assim, ficou claro/a:
- o contraste entre a visão da lista B de uma Universidade centrada na  missão de Ensinar e a insistência numa "Universidade de Investigação"  defendida pela lista C;
- a necessidade de avaliação e revisão dos pressupostos mais irrealistas  do "Plano Estratégico da U.M." (p. ex., aumento em cerca 50% do número de alunos até 2020...), defendida pela lista B, e a conformação da  lista C com aquele plano;
- o alinhamento da lista C com o (no mínimo) atribulado processo de  decisão da passagem ao "regime fundacional", obstinadamente promovido pelo actual  reitor - embora o programa escrito seja completamente omisso sobre ambos os aspectos – enquanto a lista B defendeu  que teria sido melhor que tão radical alteração estatutária passasse (no  passado e eventualmente também no futuro, se a questão se voltar a colocar) por “referendo interno”;
-  a concordância da lista C com a política de "reserva" de informação  por parte do C.G., contra a política de máxima Transparência defendida  pela lista B, em consonância com o pensamento da academia manifestado  em inquérito recentemente realizado;
- o contraste entre o perfil de Reitor defendido pela lista B - uma personalidade de diálogo, motivada, atenta às pessoas e à realidade interna e externa da UMinho – e o perfil de continuidade (eventualmente da  mesma pessoa) defendido pela lista C, e a recusa de definição de  qualquer perfil por parte da lista A.
Discutindo-se o modo de enfrentar as dificuldades decorrentes da  situação de "resgate financeiro" do Estado Português, do défice demográfico e da indefinição quanto ao modelo de Ensino Superior que o governo irá propor, constitui nota particularmente preocupante a introdução no debate do problemático conceito de "necessidade" ou  "utilidade relativa" dos professores* por parte do colega Rui Reis, candidato posicionado no segundo lugar da lista C.  A lista B, do mesmo modo que se preocupa que cada vez mais alunos  estejam a ser "deixados para trás" pela dificuldade em suportar as  propinas, sente ser seu dever defender como um dos valores  essenciais da vida universitária a sua "universalidade", com todas as  áreas e pessoas a ter oportunidade de desempenharem um papel relevante e imprescindível no  mosaico que constitui a nossa Universidade.
Por conseguinte, entendemos que nenhuma  solução a procurar para as dificuldades comuns poderá passar por "deixar para trás" também os professores considerados menos "competitivos"... ou  menos "úteis". Lamentamos por isso a introdução no debate de um conceito  que pode ter o seu lugar num programa de "Universidade de Investigação e  de Excelência" mas que, naquilo que depender da lista B - Novos Desafios, Novos Rumos, jamais terá lugar na Universidade do Minho.

* O Prof. Rui Reis disse, a dado passo de uma sua intervenção no debate, o seguinte (citação feita de memória): "[...] e dando de barato que todos os  professores sejam igualmente úteis/necessários".

NDNR

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