quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

À margem do CG: algumas notas soltas (74)

Cumpre-me começar esta nota com um pedido de desculpas aos habituais leitores desta coluna por, em devido tempo, não ter produzido a nota informativa (alternativa) que uso divulgar na sequência de cada reunião do Conselho Geral. Ficaram os(as) caros(as) colegas pior informados sobre o que aconteceu na reunião de 3 de Dezembro pf. e fiquei eu com este sentimento de dever incumprido, que se foi tornando mais presente à medida que a dita reunião ia ficando mais longe no tempo e os factos menos vivos na minha memória.
Em minha defesa, no entanto, posso abonar a circunstância de ter tornado públicas nos dias imediatamente seguintes duas declarações de voto em que condensava argumentos usados no questionamento de duas matérias votadas na sessão, respectivamente: o regulamento eleitoral que enquadra as eleições para o órgão, cujo processo está em curso; e o “Plano Estratégico da UMinho (2013-2020)”, submetido pelo reitor. A desculpa é fraca, convenhamos. Digo-o à semelhança de como, popularmente, se usava dizer que “a carne é(era) fraca”, sublinhando a facilidade com que o comum dos mortais cede(ia) à preguiça e/ou envereda(va) por caminhos considerados menos nobres.
Depois de um dia inteiro em que foram veiculadas múltiplas informações e em que houve oportunidade para o debate de matérias diversas em agenda, e outras, o momento culminante da reunião foi aquele em que, no contexto da abordagem ao plano estratégico da instituição proposto pelo reitor, este (o reitor, entenda-se), interpelado criticamente por um dos vogais do órgão, declarou solenemente que não respondia às observações/comentários que escutara. Digo “solenemente” porque podia ter ficado calado, mas não quis.
Foi pena que assim tivesse sido porque: i) deixou-me (porventura, a outros também) a sensação de que só lida bem como elogio e o desfilar de argumentos de circunstância (e há/houve no CG quem lá esteja/estivesse só para lhe fazer esses fretes); ii) deixou passar, uma vez mais, a ideia de estarmos perante alguém que “nunca se engana e raramente tem dúvidas” (outro tanto aconteceu com a problemática da eventual transformação da UMinho em fundação, em que se fixou, contra toda a evidência da gestão política do ensino superior nacional mantida pela respectiva tutela); iii) contrariamente à posição de outros “conselheiros”, pareceu ser adepto de exercícios eivados de “dimensões épicas e grandiloquentes” (LL), mesmo que inconsequentes ou razoavelmente vazios de consistência; ii) não se importará que “Nalguns números, a forma como eles aparecem podem (possam)  ter leituras muito diferentes” (ALL); e v) menos se importará ainda que soe estranha “A ideia de estar sempre a crescer”, que a outros (ACC) surgirá bizarra.
Para A. Cunha, no seu papel de reitor, teria bastado que a discussão tivesse ficado pela declaração de que “O documento já está muito consistente, muito forte, com uma visão arrumada” (AM). Saberia certamente descontar o “já está”, denunciador de um trabalho inacabado, como aliás, são por natureza todos os planos. 
Chatos! Sim, há “conselheiros” que são uns chatos, e melhor teria sido que não tivessem sido eleitos ou, pelo menos, entrassem nas salas de reuniões mudos e saíssem calados. Isso sim, é que era um Conselho Geral perfeito.

J. Cadima Ribeiro

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