domingo, 1 de março de 2015

"SNESup considera que a dignificação do sistema de ensino superior está comprometida"

«O SNESup – Sindicato Nacional do Ensino Superior – considera que a dignificação do sistema de ensino superior está comprometida. A medida anunciada alcança um público limitado, estando situado entre os 4.000 a 5.000 alunos, o que representa cerca de 10% dos candidatos da 1ª fase de 2014.
O SNESup compartilha da posição anunciada pelo Presidente do CNE (Conselho Nacional de Educação) sobre as alterações ao sistema de acesso. “Tal não pode comprometer a qualidade e a dignidade das instituições e do sistema. A posição demonstrada pelo CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) dá razão aos receios de muitos de que se esteja a comprometer o ensino politécnico e as suas formações, colocando-o numa posição constrangida aos ciclos curtos” afirma Gonçalo Velho, professor e vice-presidente da direção do SNESup.
“Estamos de acordo que é necessário mais ensino superior, visível pela prevalência de algumas ideias feitas na sociedade portuguesa, mas tal não pode ser conseguido numa lógica de facilitismo, nem de menorização. É necessário pensar o sistema, desde o acesso e proximidade, até à sua ligação com os percursos e formações, numa lógica de qualificação, sendo que hoje existem politécnicos capazes de dar formação avançada, cumprindo com os critérios mais rigorosos que possamos estabelecer, em nada ficando atrás das universidades. Aproveitar esse potencial e essas equipas constituídas pela geração mais qualificada é essencial para o país” reforça o professor Gonçalo Velho.
“Se há docentes doutorados e qualificados nos politécnicos, se há equipas a trabalhar ao melhor nível internacional, não podemos desbaratar tudo em nome de um aumento marginal no número de alunos. Salvaguardar o equilíbrio do sistema não pode ser feito através de medidas ad hoc que podem ter graves custos a médio prazo” conclui Gonçalo Velho.
O SNESup reafirma que não se deve pensar o sistema apenas numa lógica de massificação, mas sobretudo de qualidade, pelo que a própria lógica de financiamento deveria ser pensada de forma a não contribuir para situações de desequilíbrio e desespero.»

(reprodução de notícia LOCAL.PT , de 27 de Fevereiro de 2015) 

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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