sábado, 7 de julho de 2012

"Roubo dos subsídios de Natal e de Férias"

«Colegas.
Na sequência de um email que enviei à academia, sobre o tema em epígrafe, recebi msgs de congratulação e algumas a reclamar do abuso que eventualmente faço deste meio para intervir. Quero dizer ainda que a msg que enviei, estava obviamente escrita em tom irónico. Já sabia há muito que nos iam roubar os subsídios e que isso era anti-constitucional, mas só na altura que recebi o boletim de vencimento é que podia afirmar que o roubo se tinha consumado. Tenho espírito científico suficiente….para “ver para crer” e poder afirmar com base nas evidências e não em suposições e intenções.
Digo aos colegas que reclamam e que irão fazê-lo, certamente, uma vez mais, que enquanto não me censurarem e me disserem que devo submeter as minhas mensagens a um visto prévio, continuarei a fazê-lo, pois acho que escrevo apenas quando considero que estão em causa assuntos da maior relevância para a academia (e a questão dos vencimentos e da discriminação é um desses casos) ou para o país.
Dito isto, congratulo-me com a decisão do tribunal constitucional que revoga o confisco dos nossos subsídios devido à violação grosseira do principio da igualdade. Isto agora tem levantado outro problema (???) que é o de saber onde vai o governo buscar o dinheiro para compensar o que já dava como certo, que era o produto do roubo do subsidio de Natal. Na minha opinião é fácil remediar o problema e preveni-lo. Remediar é pôr os privados a pagar o subsidio da Natal e não o cativar aos Funcionários Públicos. Preventivamente é por quem não paga impostos a fazê-lo, sobretudo quem foge ao fisco. Além disso, é preciso moralizar a vida publica e acabar com as mordomias que ainda há por aí (vereadores com motoristas, gestores a ganhar fortunas, parcerias público privadas, etc ,etc). E moralizar os vencimentos, quem sabe, na própria academia e não só. Reconheço que há muita gente que “ganha, metade do que precisa, mas o dobro do que merece” (ver anais da Marinha). O resto é ruído de quem uma vez mais não quer pagar, tipo, Pires de Lima, etc etc...tentar lançar poeira sobre o que é bem claro.
Acho que dei um contributo para a denunciar uma situação de flagrante injustiça. Não me importava de dar o 13º, 12º 11º mês etc, etc, se todos pagassem, mas o que estava em causa não era isso, mas a discriminação. Lamento que o Presidente da República não tenha submetido para apreciação prévia este decreto. Lamento ainda o silêncio cúmplice da academia em relação a este e outros assuntos. Isto pode parecer um assunto de natureza sindical, mas não é. Não pode haver professores e funcionários produtivos sem serem decentemente pagos e vítimas de arbitrariedades. Além disso, se investigamos, lemos, ouvimos e vemos, temos, mais do que ninguém, o dever de denunciar e intervir. Portanto, ajudem a lutar por uma causa que é justa e possível de ser alcançada, o dizer não ao confisco, pelo menos do subsídio de Natal deste ano e fazer com que os privados contribuam com os seus subsídios no próximo ano para tapar os buracos, senão seremos nós a ter que o fazer, novamente.  E isto já dói. “E quem não sente, não é filho de boa gente”.
Abraços e bom fim de semana.

Precioso.

Nota. Faço um apelo à indignação, de novo. Basta de discriminação e de bater no bombo e no lombo de quem tão abnegada e de forma exemplar trabalha para o bem comum, e tão mal tratada tem sido pelos governos e pelo povo. E por nossa culpa, também, pois não temos sabido esclarecer as pessoas. Há gente a ser incrivelmente sobrecarregada com trabalho e ainda passa por um bando de malandros…permanece o estigma dos preguiçosos bem pagos, até um dia rebentarmos todos….Um apelo especial aos colegas que estão nos partidos da maioria, que digam aos seus governantes que tenham juízo…e que cumpram o que o tribunal constitucional aprovou e o espírito do seu parecer…o da igualdade dos cidadãos…os privados têm os mesmos deveres que os funcionários públicos…não pode aplicar-se nunca o princípio de que os lucros são para privatizar e os prejuízos para socializar.»

(reprodução de mensagem, com origem no colega identificado, distribuída universalmente na rede da UMinho, que nos caiu entretanto na caixa de correio electrónico)

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