quarta-feira, 18 de julho de 2012

À margem do CG: algumas notas soltas (70)

A reunião do Conselho Geral de 16 de Julho pp. teve um começo prometedor: abriu com a discussão da situação dos assistentes recém-doutorados que, por força da lei do orçamento de Estado de 2012, têm a respectiva progressão remuneratória coarctada, a que se junta o tratamento singular no contexto das universidades portuguesas que o reitor da UMinho resolveu reservar-lhes; quer dizer, enquanto que nas outras instituições está previsto que tenham direito a um contrato como professores auxiliares (mantendo o estatuto remuneratório da categoria anterior), entre nós, ao que parece, terão o respectivo contrato como assistente prorrogado até data incerta, uma excepção que se duvida que se compagine com qualquer lei em vigor, tanto mais que o novo ECDU não contempla a figura de assistente universitário. No meio da controvérsia que ocupou uma boa parte da manhã da reunião do órgão, estabeleceu-se um consenso final expresso na ideia que, façam-se contractos com os ditos colegas com o estatuto de assistente ou de professor auxiliar (sem a correspondente remuneração), todos esses processos vão ter como sede de resolução os tribunais.
À complexidade da problemática que se invoca soma-se a que anda associada à de um número indeterminado de assistentes convidados que, no quadro das disposições transitórias do ECDU em vigor, terão direito a ser contratados igualmente como professores auxiliares, mesmo que não tenham à presente data qualquer vinculo contratual com a Universidade do Minho (o que vale para as outras, do mesmo modo).
Se a reunião começou bem, acabou ainda melhor, com três dos ilustres membros externos a produzirem emotivas reflexões sobre o estado da economia do país e as tremendas oportunidades que tal contexto reserva às universidades, em geral, e à Universidade do Minho, em particular. Tão tremendas e emotivas foram essas prelecções que o presidente do Conselho Geral (ele também um ilustre membro externo), antes de dar por encerrados os trabalhos do dia, não resistiu a questionar o colectivo sobre se alguém mais quereria dar conta do respectivo estado de alma.
Não sendo caso para retirar do momento que antes refiro ilação imediata sobre o contributo que os membros externos têm trazido ao funcionamento do CG da UMinho, esse episódio serviu para sublinhar quão falhada resultou a ideia de que viria daí grande mais-valia para o funcionamento das instituições de ensino superior nacionais e para a respectiva capacidade de estabelecerem um relação mais profícua e fluida com a envolvente social e económica. Tendo concluído isso há muito, conforme verti numa destas notas soltas, o episódio de ontem só me espantou pela expressão de ridículo que atingiu, que o comentário (bem humorado) do presidente serviu para sublinhar.

J. Cadima Ribeiro

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