«No
quadro da discussão e votação do “Valor das Propinas de 1º
Ciclo e Mestrados Integrados para o ano letivo de 2012/13”, em sede de reunião do
Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho realizada a 16 de Julho de 2012,
declaro que votei contra a proposta submetida pelo Reitor pelas seguintes
razões:
i)
se a posição do signatário era de uma provável
abstenção na matéria, na reunião de dia 21 de Maio, onde foi primeiramente apresentada
a proposta do Reitor de um aumento que fixava as propinas no montante máximo
legalmente permitido, a argumentação apresentada na ocasião por parte dos
alunos (nomeadamente, por Luís Rodrigues) orientou-me no sentido de secundar a
posição estudantil aí defendida;
ii)
acresce que a proposta da reitoria alegava na
ocasião, e na proposta agora submetida explícita, que o aumento das propinas
servirá para a criação de um “fundo de apoio aos estudantes carenciados”,
argumento então refutado pelos alunos, entre outros membros do Conselho Geral, dado defenderem que não cabia à UMinho estar a
substituir-se ao governo no que às responsabilidades de apoio aos alunos com carência
económica diz respeito;
iii)
outra razão da posição que agora tomei prende-se
com a circunstância de as famílias estarem a ser duramente castigadas pelo
Estado em matéria de rendimentos (via aumento de impostos e redução directa de
salários), não sendo por isso um aumento do encargo com as propinas um pequeno
acréscimo de esforço que se lhes pede mas, antes, um esforço a somar a muitos
outros, que as estão a levar à exaustão. Esta foi, aliás, a posição
defendida por Hélder Castro, actual presidente da Associação Académica da
Universidade do Minho (AAUM) em declarações prestadas ao Correio do Minho, em
2012/05/23. Isto releva
porque, no quadro atual massificado de acesso ao ensino, não é legitimo afirmar
que o encargo adicional que está em causa recairá sobre os mais favorecidos, e
portanto se configura uma medida redistributiva do rendimento;
iv)
finalmente, em abono da votação que fiz, há
também razões que podem ser invocadas sobre a relação entre as Instituições e a
sua envolvente e, logo, que relevam da dimensão responsabilidade de social
daquelas para com a comunidade onde estão inseridas, que importa não
desconsiderar.
Braga,
16 de Julho de 2012
O
vogal do Conselho Geral da UMinho
J.
Cadima Ribeiro»
Nota: votação da proposta apresentada pelo reitor - 6 votos contra; 3 abstenções; e 10 votos a favor.
Nota: votação da proposta apresentada pelo reitor - 6 votos contra; 3 abstenções; e 10 votos a favor.
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