«Sistema pretende oferecer ao utilizador “uma experiência imersiva, em que o utilizador navega livremente pelas ruas”.
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desenvolveu um modelo informático destinado a sistemas de reconstrução 3D de ambientes urbanos. O projecto foi seleccionado pelo Google, que actualmente está a financiar o trabalho iniciado por investigadores portugueses.
O Google Street View já permite visitar grande parte do planeta através de uma perspectiva tridimensional. Mas a visualização de uma rua, por exemplo, fica limitada ao que foi captado pela câmara do Google montada num carro. O projecto, que começou a ser desenvolvido em 2014 por dois grupos de investigação do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Universidade de Coimbra, tem como objectivo proporcionar “uma experiência imersiva, em que o utilizador navega livremente pelas ruas”, indica a instituição em comunicado.
Os investigadores criaram um sistema que obtém reconstruções 3D detalhadas de cidades, que ainda se encontra em fase de protótipo, mas que chamou a atenção do Google durante um concurso mundial de ideias, ao qual a equipa da Universidade de Coimbra concorreu. O trabalho acabou por ser seleccionado e recebeu o apoio financeiro do motor de busca norte-americano.
Carolina Raposo, João Barreto e Gabriel Falcão, que fazem parte da equipa, explicam que a novidade desta tecnologia é que o algoritmo usado no sistema tem por base a “utilização de planos, não só para descrever a cena, mas também para calcular o movimento da câmara”. “Isto faz com que os modelos em 3D sejam gerados automaticamente e armazenados de forma muito compacta (ao contrário dos métodos existentes que trabalham com nuvens de pontos), permitindo a sua rápida transmissão”, indicam citados na nota da universidade.
A tecnologia usada para desenvolver o sistema tem outra particularidade. É “capaz de trabalhar com um número reduzido de imagens”. “Isto acontece porque é frequente que o mesmo plano seja ‘visto’ pelas câmaras em posições distantes, permitindo recuperar o movimento. Tal não se verifica com os métodos actuais que requerem que as imagens sejam adquiridas em posições fisicamente próximas e, consequentemente, necessitam de muito mais informação”, indicam ainda os investigadores.»
(reprodução de notícia Público online, de 25/05/2015)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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