«Estimado Sr. Vice-Reitor Rui Vieira de Castro,
Caras/os Colegas,
Apesar de estar de baixa médica por motivos
oncológicos graves, não me quero demitir desta tarefa de fornecer
algumas ideias sobre o modo como os docentes (docentes-investigadores,
se quiserem, considerando eu que outros utentes das Bibliotecas
defenderão os seus interesses) deverão poder aceder aos livros das
diversas Bibliotecas da UM. Para que não me digam um dia, enquanto
existir, que não falei atempadamente, e porque sempre gostei muito de
livros.
Para quem não estiver interessado em ler toda a minha
argumentação a este respeito (ver o anexo: “Os livros a quem os quer
ler e necessita deles”), deixo apenas a conclusão que se encontra no
ponto 9:
“[...] peço que nos deixem na maior paz possível
nesta questão dos livros (ao menos, nesta!). Responsabilizem
directamente quem, por negligência ou mero azar, extraviou um livro,
não o devolveu quando outra pessoa o queria ler, etc, o que já estava
previsto desde que entrei para a UM [há quase 30 anos]. Mas não nos
sobrecarreguem com mais tarefas de sociedade burocratizada, pois não se
conseguem vislumbrar os benefícios da regulamentação pretendida e já
temos regulamentações que cheguem. A meu ver, o regime anterior a este
Regulamento (quer seja o da renovação a 14 ou 30 dias, permitam-me
designá-los assim) mostrava-se perfeitamente adequado: numa primeira
versão, tínhamos de mostrar/devolver os livros requisitados ao longo do
ano lectivo, o que se fazia por Junho ou Julho, podendo requisitá-los
imediatamente se não fossem necessários à Universidade ou a outra
pessoa. Numa segunda versão, recebíamos, também por esses meses, uma
folha com os livros requisitados, devendo devolver a folha devidamente
assinada dentro de aproximadamente um mês. Este último é o regime que
prefiro (não vou pormenorizá-lo mais, quase todos sabemos qual era o
seu conteúdo, aqui incluindo o Sr. Vice-Reitor), por ser o que
proporciona maior liberdade a quem lê e investiga. Se há um número
desmedido de extravios - quod erat demonstrandum -, então que se passe
para a tal fiscalização anual. Mas não nos perturbem o prazer da
leitura e investigação quando o tempo já é tão pouco para elas,
aplicando-lhes regras que fazem dos livros requisitados uma bomba a
contra-relógio que pode explodir-nos nas mãos quando menos o esperamos”.
Saudações académicas
Laura Ferreira dos Santos
Profª Associada
IE»
(reprodução do corpo principal de mensagem ontem distribuída universalmente na rede da UMinho pela colega identificada)
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