Esta história do
“fundo de apoio aos estudantes carenciados” tem que se lhe diga. Em primeiro
lugar, porque a invocação da necessidade da sua criação torna patente a
crescente demissão do Estado de, através dos mecanismos instituídos de acção
social, atender às dificuldades vividas pelos estudantes provenientes de
famílias de menores rendimentos. Por outro lado, a respectiva criação
configuraria/configura, de algum modo, a substituição do Estado nessa
componente de promoção do acesso ao ensino “universal” dos jovens portugueses
pelas instituições de ensino superior e, logo, pelas famílias, legitimando
porventura uma ainda maior retirada do Estado da obrigação constitucional de promover
a qualificação dos portugueses e o seu bem-estar, independentemente das suas
origens sociais.
J. Cadima Ribeiro
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