«Governo, universidades e politécnicos asseguraram hoje, sem apresentar números, que não houve este ano lectivo um aumento do abandono escolar no ensino superior devido a carências económicas.
A garantia foi dada aos jornalistas, no final de uma reunião de trabalho, no Ministério da Educação e Ciência, em Lisboa, entre o ministro, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e o vice-presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.
O ministro da Educação e da Ciência, Nuno Crato, afirmou que «não há sinais de que haja um maior abandono [do ensino superior] por motivos económicos», sendo apenas «possível encontrar um caso ou outro» de desistência.
Na mesma linha, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Rendas, disse que «o padrão global [de abandono] não se alterou», admitindo «situações difíceis».
O vice-presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Rui Teixeira, alegou, por sua vez, que «não há [este ano lectivo] uma diferenciação», em termos de casos de desistência da matrícula por razões económicas, «em relação ao ano lectivo anterior».
O Ministério da Educação, universidades e politécnicos concordaram hoje em monitorizar o«potencial agravamento da situação».
No entanto, um inquérito realizado aos universitários portugueses, realizado pela Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD) e apresentado em Março, revelou que quase metade dos alunos do ensino superior atravessa dificuldades económicas e muitos temem abandonar o curso ainda neste ano lectivo.
De acordo com os promotores do estudo, aos inquéritos, que foram feitos já este ano nas universidades e politécnicos de Portugal Continental e Açores, responderam 4.000 alunos num universo de cerca de 130 mil estudantes.
Dos 4.000 inquiridos, 1.855 (48 por cento) afirmou passar dificuldades económicas, destes, 1.224 (65 por cento) disseram temer abandonar o ensino superior por esse motivo e 1.275 (69 por cento) revelaram que não recebem bolsa de acção social.
Nos inquéritos foi perguntado aos alunos se se sentem preparados para entrar no mercado de trabalho, tendo 2.214 (58 por cento) respondido que não e 1.620 (42 por cento) que sim.»
(reprodução de notícia Lusa/SOL online, de 9 de Maio de 2012)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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