terça-feira, 31 de maio de 2016

segunda-feira, 30 de maio de 2016

"Oito finalistas recebem 200 ofertas de emprego"

«Engenharia Têxtil da Universidade do Minho tem lista de espera de empresas que precisam de profissionais qualificados.
É cada vez mais aliciante ser engenheiro têxtil em Portugal. No campus de Guimarães da Universidade do Minho, em pleno coração do que outrora foi a crise do setor, cada finalista daquele curso recebeu, em média, 25 ofertas de emprego. Ao todo, foram 200 propostas de trabalho para os oito finalistas deste ano do curso em regime pós-laboral, o que reflete a necessidade que o setor tem em encontrar profissionais qualificados.
Por incrível que seja, só recentemente começaram a aparecer interessados em frequentar o curso. Há três anos que o regime pós-laboral não é escolhido por ninguém. Já a vertente normal da licenciatura, iniciada em 2013, só este ano teve a oferta de dez vagas completas. No ano de estreia apenas entraram quatro alunos e só um deles escolheu o têxtil como primeira opção. No ano passado foram ocupadas sete das dez vagas.»

(reprodução de notícia JORNAL DE NOTÍCIAS online, de 30 de maio de 2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

domingo, 29 de maio de 2016

sexta-feira, 27 de maio de 2016

"Universidades contra plano de acesso facilitado a alunos de cursos curtos"

«Governo quer equiparar técnicos superiores profissionais a curso superior e dispensar alunos de prova de ingresso em licenciatura. Universidades e associações exigem limitação de vagas e 12.º ano a candidatos.

A entrada numa licenciatura dos estudantes que concluem um curso Técnico Superior Profissional (Tesp) deverá passar a ser mais fácil a partir do próximo ano lectivo. A medida consta da proposta de reformulação destes cursos de dois anos, criados pelo anterior Governo, que o Ministério da Ciência e Ensino Superior tem estado a discutir, desde Abril, com os parceiros. As universidades e as associações académicas concordam com a ideia, mas querem que as regras para essa passagem sejam claras e mais apertadas.
A possibilidade de os alunos que concluíram os Tesp ingressarem posteriormente numa licenciatura já estava prevista desde que, há dois anos, foi criada esta nova oferta no ensino superior. No entanto, os estudantes que o desejassem fazer deviam realizar uma prova de ingresso, da qual só estariam dispensados se pretendessem manter-se na mesma instituição de ensino que tinham antes frequentado. A proposta do ministério liderado por Manuel Heitor vai agora no sentido de deixar cair esse exame de acesso para flexibilizar esta transição. A alteração é vista pelo Governo como uma forma de levar mais alunos para o ensino superior e ajudar o país a cumprir a meta europeia de ter 40% da população entre os 30 e os 34 anos com um curso superior até 2020.
Assim sendo, a proposta da tutela prevê que, a partir do próximo ano lectivo, passem a ser os institutos politécnicos – que têm o exclusivo destes cursos, tanto no ensino público como no privado – a fixar as regras de ingressos nas suas licenciaturas para os estudantes que terminem um Tesp. O Governo vai também mudar o regime jurídico dos graus e diplomas do ensino superior, passando estes cursos de curta duração a ser considerados como uma oferta do sector. Por isso, fonte do Ministério da Ciência e Ensino Superior sublinha ao PÚBLICO que a transição para as licenciaturas deve ter em conta que “estudantes com um curso superior estão a ingressar noutro curso superior”, reduzindo os obstáculos a esta mudança.
O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Cunha, entende que os Tesp são cursos que “fazem todo o sentido e que fazem falta à sociedade portuguesa” e elogia a “aposta” que o Governo pretende fazer nestas formações. O representante do sistema universitário é também favorável à possibilidade de os alunos entrarem numa licenciatura depois de concluído um curso de curta duração, mas quer que essa passagem seja feita com regras apertadas. “Têm que existir critérios que permitam validar as competências das pessoas”, sublinha.
Do mesmo modo, as principais federações e associações académicas, entre as quais a Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, concordam com a eliminação das barreiras à progressão dos diplomados dos Tesp para as licenciaturas, mas tem reservas semelhantes às dos reitores. Desde logo, os estudantes querem que o ingresso nos cursos de curta duração passe a exigir que os candidatos tenham previamente concluído o 12º ano. Neste momento, estas formações estão abertas a alunos que tenham o ensino secundário incompleto. “A ausência deste requisito reproduz, num eventual futuro acesso a um curso de licenciatura, um regime de acesso privilegiado”, criticam as associações académicas num parecer enviado à tutela.
Ao mesmo tempo, os representantes dos alunos temem que a entrada de diplomados com cursos de curta duração em licenciaturas diminua o número de vagas disponíveis no concurso nacional de acesso ao ensino superior e exigem que a nova lei contenha “uma percentagem máxima do número de vagas” que podem ser atribuídas aos alunos que vêm dos Tesp.
Os cursos de curta duração foram criados há dois anos e são uma oferta com uma forte componente de formação profissional, que inclui um estágio final em empresas, com as quais as instituições de ensino superior têm estabelecido protocolos de colaboração. No primeiro ano, tiveram um arranque a meio-gás e funcionaram apenas 13 dos 92 cursos autorizados, tendo-se inscritos 379 alunos. No ano passado, entre quase 500 cursos aprovados, houve cerca de 3000 inscritos, a maioria dos quais em cursos das áreas de informática, audiovisuais e gestão.

Acesso ao superior será revisto

O Governo quer mudar a forma de acesso ao ensino superior e nomeou um grupo de trabalho que vai discutir o sistema de fixação de vagas e a maneira como as universidades e politécnicos selecionam os estudantes que entram nas suas licenciaturas. Neste momento, a grande maioria dos alunos é colocada no sistema de ensino através do concurso de acesso, um sistema único de âmbito nacional em que os alunos são seriados tendo em conta as notas do ensino secundário e os exames nacionais.
A comissão nomeada pelo ministro Manuel Heitor esta semana tem até 30 de Junho para apresentar um relatório com as conclusões desta avaliação e as propostas de alteração, bem como um plano de acção a curto e médio prazo. Do grupo de trabalho fazem parte o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, João Guerreiro, o director-geral do ensino superior, João Queiroz, e ainda dois representantes das universidades públicas, dois representantes dos institutos politécnicos públicos, um representante das instituições de ensino superior privadas e dois membros do gabinete do ministro.»

(reprodução de notícia PÚBLICO online, de 27/05/2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

terça-feira, 24 de maio de 2016

"Universidade de Aveiro paga as propinas aos caloiros"

«Para todos os alunos com nota de candidatura de 17,5 valores.

Por Sérgio Pereira Cardoso A Universidade de Aveiro (UA) vai conceder isenção de propinas aos alunos que a coloquem como primeira opção de ingresso no ensino superior e tenham média igual ou superior a 17,5 valores, anunciou na segunda-feira a instituição. Todos os caloiros que preencham esses critérios vão estar isentos, pelo menos, durante o primeiro ano. Isto porque o benefício das bolsas de estudo - que a academia de Aveiro vai entregar já a partir do próximo ano letivo e que equivalem ao valor anual das propinas - pode ser estendido até ao final da licenciatura e, caso prossigam os estudos, do mestrado, bastando que para isso, ao longo dos anos e sem interrupções, mantenham ou superem a média com que entraram na Universidade. De acordo com uma nota informativa divulgada pela Reitoria da Universidade, o mesmo se aplica aos alunos que ingressem num mestrado integrado. O objetivo, segundo Gonçalo Paiva Dias, vice-reitor e responsável pela área académica da UA, é "atrair ainda mais alunos de qualidade excecional, mas também incentivar esses estudantes a manter essa mesma excelência durante todo o seu percurso de formação". 

"Com o novo formato de bolsas, qualquer estudante que ingresse em qualquer curso, em primeira opção e com 175 pontos ou mais de média de candidatura, beneficiará de uma bolsa equivalente à propina nacional, benefício de que pode continuar a usufruir durante todo o seu percurso de formação, incluindo na continuação para estudos de mestrado, desde que mantenha o mesmo nível de prestação e que não interrompa os estudos entre os dois ciclos de ensino", frisou.»

(reprodução de notícia CORREIO DA MANHÃ online, de 24.05.2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 23 de maio de 2016

"(ABIC) considera que a Universidade do Minho está a actuar de forma ´abusiva`"

Notícia RUM 
Bolseiros de Investigação acusam UM de atitude "abusiva":
http://rum.pt/news/bolseiros-de-investigacao-acusam-um-de-atitude-abusiva

"Três universidades portuguesas entre as melhores do mundo"

«O “ranking” é do “Financial Times” e dele constam 50 estabelecimentos de ensino.
A Católica Lisbon School of Business and Economics e as faculdades de Economia da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade do Porto estão entre as 50 melhores do mundo no “business school rankings” do jornal britânico “Financial Times”.
A escola de Economia da Universidade Católica de Lisboa é a instituição portuguesa com melhor classificação na edição de 2016. Ocupa o 41º lugar no “ranking” para os programas feitos à medida das empresas, numa subida de dez lugares face à listagem do ano passado.
No que diz respeito aos programas abertos, a Católica perdeu quatro lugares, descendo do 38º para o 42º lugar. Ainda assim, no cômputo geral, a Católica Lisbon ocupa o 38º posto e é a única escola portuguesa de negócios entre as 50 melhores do mundo.
Segue-se a Nova School of Business and Economics (Nova SBE), que melhorou a sua prestação nos programas feitos à medida, subindo do 69º para o 63º lugar. Ocupa também a 63ª posição nos programas abertos, mas piorou aqui a classificação face a 2015, ano em que tinha ficado colocada no 60º posto.
Por fim, a Porto Business School aparece em 70º lugar no “ranking” dos programas abertos. Subiu três patamares face ao ano passado e melhorou também a sua classificação na lista dos programas feitos à medida, onde se encontra no 64º lugar (estava em 70º em 2015).
O “ranking” do “Financial Times” incide sobre as formações para executivos e analisa escolas de todo o mundo. No geral, a espanhola Iese Business School está à frente na edição deste ano, estando em 1º lugar nos programas feitos à medida e em segundo nas formações abertas.
Seguem-se, na classificação geral, a IMD (Suíça) e a francesa HEC Paris. Pode ver aqui o "ranking" completo do jornal britânico.»

(reprodução de  notícia RENANCENÇA online, de 23 de maio de 2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

domingo, 22 de maio de 2016

"Web of Science, Scopus y la batalla por el ´Nuevo Mundo`”

Artigo EC3metrics.com 
Web of Science, Scopus y la batalla por el “Nuevo Mundo”: 
https://ec3metrics.com/web-of-science-scopus-la-batalla-nuevo-mundo/

sábado, 21 de maio de 2016

sexta-feira, 20 de maio de 2016

quinta-feira, 19 de maio de 2016

"Libraries from across the globe to show you just how transcendent they can be"

Artigo UP WORTHY.COM
Check out 25 breathtaking libraries from all around the world:
http://www.upworthy.com/check-out-25-breathtaking-libraries-from-all-around-the-world?g=2&c=reccon3

(sugestão de visualização  que nos chegou via Facebook)

terça-feira, 17 de maio de 2016

"Universidade, Politécnico ou outra coisa"

«Na semana passada, o Ministro e a Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior visitaram o Politécnico de Leiria. Tendo o Conselho Geral aprovado como orientação estratégica a evolução para universidade, era inevitável que o tema surgisse nos encontros com empresários, autarcas e a comunidade académica.
Não é um assunto fácil de discutir, porque os quadros de referência são muito diversos e a questão suscita reacções fortes. A “simples” discussão sobre se o sistema deve ser binário ou não, tem por trás conceitos percebidos de forma diversa.
Seria importante distinguir entre o conceito de instituição ou estabelecimento universitário e politécnico, por um lado, e o de formações de tipo universitário ou politécnico, por outro. Na lei, começando pela Lei de Bases do Sistema Educativo, uma universidade pode oferecer formações universitárias e politécnicas, como a Universidade de Aveiro, mas uma instituição politécnica não pode oferecer ensino universitário, nem o grau de doutor.
Admitamos que é claro o que são formações universitárias e politécnicas, apesar das sobreposições existentes. Quanto mais não seja identificando-as pela forma como surgiram.
O Politécnico de Leira tem no seu seio um número significativo de doutorandos, enquadrados em projetos de I&D que dão resposta a necessidades de conhecimento da região, com a orientação efetiva, mesmo que não formal, de docentes seus. No entanto, os graus serão depois conferidos por universidades, portuguesas ou estrangeiras. Daqui resulta a necessidade identificada, também pelos seus parceiros empresariais e autárquicos, de poder conferir o grau de doutor.
O busílis está na tipologia das instituições. Para uma instituição politécnica poder conferir o grau de doutor, das duas, uma: ou se alteram leis como a LBSE e o RJIES que são leis da Assembleia; ou a instituição “evolui” para universidade.
Evoluir para universidade não implica necessariamente criar faculdades ou uma panóplia de departamentos universitários. Pode, na sua versão mais simples, manter as formações e a orgânica actual, criando uma unidade orgânica universitária para enquadrar os doutoramentos. Chame-se universidade politécnica, à espanhola, ou qualquer nome inspirado noutro país.
É uma nova tipologia institucional? Pode ser considerado assim, mas encaixa-se no quadro legal existente. Se o argumento é a diversidade, esta é uma via que até reforça a diversidade institucional.»



[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"Entram 1800 alunos por ano em medicina e 200 são licenciados noutras áreas"

Notícia Público online:
Entram 1800 alunos por ano em medicina e 200 são licenciados noutras áreas 
Em duas décadas, triplicou o número de alunos nos cursos de medicina.

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 16 de maio de 2016

"Entrepreneurial universities and peripheral regional innovation systems"

Brown, Ross (2016), "Mission impossible? Entrepreneurial universities and peripheral regional innovation systems", Industry and Innovation, Vol. 23, N. 2, pp. 189-205 
 - http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13662716.2016.1145575 

(referência de artigo científico que nos caiu entretanto na página do Twitter, como sugestão de leitura veiculada por Vasco Eiriz)

sábado, 14 de maio de 2016

"O concurso de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, de 2016, vai ser lançado na próxima semana e prevê atribuir 1200 bolsas""

«Há mais bolsas de doutoramento e menos de pós-doutoramento do que em 2015. Os resultados deverão ser conhecidos em Novembro.
O concurso de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, de 2016, vai ser lançado na próxima semana e prevê atribuir 1200 bolsas, avançou à Lusa o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), entidade que concede anualmente estes subsídios.
Paulo Ferrão diz que deverão ser concedidas 800 bolsas de doutoramento e 400 bolsas de pós-doutoramento, com os candidatos a poderem submeter as suas candidaturas entre 15 de Junho e 15 de Julho. Os resultados deverão ser conhecidos em Novembro.
O presidente da FCT falava à Lusa após a assinatura, em Lisboa, de um protocolo de cooperação científica e tecnológica entre Portugal e a Comunidade Ismaelita, para a África lusófona.
O concurso de 2016 proporcionará mais 267 bolsas, face ao número das aprovadas em 2015 (um total de 933 de doutoramento e pós-doutoramento, de acordo com o portal da FCT).
O aumento previsto do número de bolsas irá concentrar-se nas bolsas de doutoramento — mais 401 comparativamente a 2015 —, dado que o número de bolsas de pós-doutoramento será menor — menos 134 em relação ao ano passado. O programa do Governo  prevê a progressiva substituição de bolsas de pós-doutoramento pela contratação de doutorados.
A FCT é a entidade pública, na dependência do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, que subsidia a investigação em Portugal.»

(reprodução de notícia PÚBLICO online, de 12/05/2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, 13 de maio de 2016

quinta-feira, 12 de maio de 2016

"Qual é a característica distintiva de Portugal?"

«Tem razão o Presidente da República em insistir na estabilidade como factor primordial na criação de confiança – interna e externa. Tal como é premente a estabilidade no sistema de ensino e a sua rápida adaptação aos requisitos da economia digital.
Os investidores comparam e avaliam um conjunto de fatores considerados decisivos para o investimento num determinado setor (industrial, serviços, financeiro) num determinado país. Os dois fatores decisivos para estabelecer operações em Portugal são, em primeiro lugar, a estabilidade e a transparência do ambiente político, legal e regulatório e, em segundo lugar, a qualidade e a diversidade da força de trabalho.
Estas são as duas características consideradas mais importantes para a atratividade de Portugal de acordo com o estudo de opinião da EY realizado em 2014 a um painel de 200 administradores e diretores de empresas de vários países, a maior parte europeias, das quais um pouco mais de metade com operações em Portugal.
Todavia, os líderes de empresas estabelecidas em Portugal continuam a valorizar muito a infraestrutura de transportes e logística, seguida dos custos de trabalho – presume-se que por serem baixos –, refletindo o facto de muitas das empresas que representam serem industriais e exportadoras. Fatores que antes pesavam na decisão de investimento, como I&D e o ambiente de inovação e a importância da língua portuguesa como instrumento facilitador nas interações com a lusofonia, são agora considerados pouco importantes.
Por seu lado, os líderes de empresas não estabelecidos em Portugal colocam em primeiro lugar a estabilidade, a qualidade e a diversidade da força de trabalho. Também importante para esses investidores é a dimensão do mercado interno, que, como se sabe, é pequena.
A diferença de opinião entre os estabelecidos e os não estabelecidos revela não apenas objetivos estratégicos diferentes (mercados externos e mercado interno), mas também reflecte a melhoria da percepção quanto à qualidade profissional dos portugueses. Num momento em que há na Europa procura de engenheiros, existe aqui uma oportunidade que está a ser aproveitada sobretudo pelo setor dos serviços: são pessoas sem emprego com qualificações onde predominam as humanísticas. De novo, surge a questão dos menores custos de trabalho, mas desta vez em relação a pessoas com maiores qualificações. Todavia, escasseiam profissionais de engenharia e pessoas que, além disso, também dominem disciplinas relacionadas com a gestão.
Escrevi há uns anos neste jornal que o melhor ativo português são os portugueses. Esta é também a opinião de alguns dos principais líderes da indústria em Portugal. “Se eu tivesse de selecionar apenas uma característica verdadeiramente distintiva de [Portugal], colocaria a ênfase na qualidade do nosso capital humano”, disse Carlos Melo Ribeiro da Siemens, empresa que contrata centenas de engenheiros saídos das universidades portuguesas, no estudo da EY sobre a atratividade de Portugal.
Mas, o antigo leader da VW Autoeuropa, António de Melo Pires, considera que Portugal ainda sofre as consequências da entrada tardia na Revolução Industrial e que o modelo de ensino das universidades e politécnicos tem de se adaptar a um mundo em mudança. Diz que há falta de recursos humanos adequados, o que cria uma situação estranha: há desemprego, mas há vagas por preencher em posições bem pagas. E acrescenta: “Não há outra alternativa para a sociedade portuguesa – e consequentemente para a indústria doméstica — que a de qualificar os seus recursos humanos, o seu mais valioso ativo.”
Tem razão o Presidente da República em insistir na estabilidade como fator primordial na criação de confiança – interna e externa. Estes dados sugerem que o ‘branding’ para posicionar Portugal como destino de investimento estrangeiro se apoie nas seguintes ideias: a) afirmação de estabilidade e transparência política, legal e regulatória, e b) pessoas qualificadas, diligentes e prontas para mais e mais qualificação. De imediato, é preciso estabilidade no sistema de ensino e a sua rápida adaptação aos requisitos da economia digital.»

Nuno Cintra Torres 
Investigador e Professor Universitário
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.

(reprodução de artigo ECONÓMICO online, de 11 de maio de 2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Coisas do triste quotidiano da UMinho: "Circular VRT/GD-04/2016: Procedimentos para obtenção de feedback sobre o feedback nos processos de avaliação do ensino"

«Para quando o feedback sobre os processos de avaliação de desempenho docente, em termos substantivos, ou seja, em subidas de escalão, há muito prometidas? Ou continuamos a brinca às avaliações?
Confesso que aos 55 anos, com mais ou menos 25 de anos casa (como professor, mais 5 como aluno de licenciatura, 4 de mestrado, 5 de doutoramento)…merecíamos feedback e mais respeito.
Sei que me desviei do tema, mas como a avaliação do ensino é, a meu ver, erradamente conexa com a de desempenho, achei adequado relembrar.
Aguardo feedback ou seja, um pronunciamento…confesso que não gosto muito de inglesismo. 
Vejo tantos bacocos a usá-los na tv, sobretudo na área da economia, que ganhei alergia.
Abraços e beijinhos.
Precioso»

(reprodução de mensagem difundida universalmente na rede eletrónica da UMinho pelo respetivo signatário, no contexto de um debate aberto nesse canal pela distribuição da Circular em título, e que reúne já múltiplas contribuições de outros colegas) 


Notícias do ILCH: “todos são chamados a participar activamente para a construção do futuro"

Notícia RUM
ILCH vai aumentar a oferta educativa:
http://rum.pt/news/ilch-vai-aumentar-a-oferta-educativa

terça-feira, 10 de maio de 2016

Do quotidiano da UMinho: "RE: Circular VRT/GD-04/2016"

«Assunto: RE: Circular VRT/GD-04/2016: Procedimentos para obtenção de feedback sobre o feedback nos processos de avaliação do ensino
Burocratizar é o que está dar.
Para mim, o que é preciso é simplificar o que difícil, não complicar o que é fácil.
O atual ministro da economia queixou-se na Antena 1, e bem, que na instituição onde trabalhava, para se fazer uma simples deslocação, o processo passava por uma cadeia enfadonha de assinaturas, com uma morosidade e consumo de tempo e recursos humanos, inaceitáveis.
Esperemos que agora nos ajude a sair desta teia burocrático.

Quem tem gestão científica, e sobretudo financeira, de projetos, sabe do que estou a falar. De uma asfixia burocrática.
Confesso que passo muito mais tempo a tratar de problemas financeiros, a desbloquear verbas e a fazer contas, do que a investigar, o que lamento muito. A ponto de em breve desistir desta coisa dos projetos. Começa a ser impossível pagar algumas despesas, ou garantir que nos façam trabalhos, pois os pagamentos fazem-se tarde e a más horas.
E, insisto, estou à espera das consequências da avaliação de desempenho, que está ligada  a esta, senão, tudo isto não passa de uma brincadeira.
Precioso»
(reprodução de mensagem entretanto difundida universalmente na rede eletrónica da UMinho pelo respetivo signatário, no contexto de um debate aberto nesse canal pela distribuição da Circular em título, e que reúne já múltiplas contribuições pouco abonatórios para os "gestores" da casa) 
Comentário (de J. Cadima Ribeiro): do debate agora suscitado, até parece que temos uma comunidade académica viva, o que está muito longe de ser verdade; porventura ressuscitou, mas não é garantido que não volte a "apagar-se" a muito breve prazo. Paz para a sua alma!

"Universidades portuguesas e estrangeiras criam novo centro de investigação em Portugal"

«O novo Centro de Investigação de Excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão, hoje apresentado, resulta de uma parceria entre cinco universidades portuguesas - Minho, Porto, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa - e a britânica 'University College London'.
Com sede no Avepark - Parque de Ciência e Tecnologia, em Guimarães, este centro pretende centrar-se em investigação multidisciplinar, que será traduzida em métodos inovadores a serem aplicados na prevenção e no tratamento de doenças músculo-esqueléticas, neuro-degenerativas e cardiovasculares.
"O objetivo é criar algo estruturante para a investigação em Portugal, um centro que seja uma bandeira da ciência portuguesa e um dos principais centros internacionais nesta área da medicina, criando conhecimento de topo e, ao mesmo tempo, produtos e terapias que possam ser utilizadas em pacientes", disse à Lusa o vice-reitor para a 
investigação da Universidade do Minho (UM) -- entidade coordenadora - à margem da apresentação, no Porto.
O vice-reitor Rui Reis explicou que o centro não terá uma estrutura física construída de raiz, à parte do edifício sede, sendo utilizados os laboratórios, infraestruturas e equipamentos científicos das universidades envolvidas no projeto.
"Não fazia sentido construir novos equipamentos quando as universidades têm tão bons espaços disponíveis e que, pela sua utilização, irão receber uma contrapartida financeira", frisou.
Durante os primeiros sete anos de atividade, o novo centro deverá ter um financiamento europeu de 60 milhões de euros, referiu Rui Reis.
"Ao fim dos sete anos, o centro tem de ser autossustentável à custa de financiamento conseguido em concursos, contratos e projetos nacionais e internacionais, o que não nos assusta", acrescentou.
Prevendo que o Centro de Investigação de Excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão começa a funcionar em meados de 2017, depois de tratados os acordos entre universidades, questões jurídicas e aprovação do financiamento, o vice-reitor adiantou que serão contratadas "centenas de pessoas".
"O centro irá contribuir para o aumento da competitividade do setor da biomedicina e estimular, de forma geral, o emprego científico altamente qualificado e o crescimento económico a vários níveis", sustentou.
E considerou: "Deverá também ter condições para atrair talento científico internacional".
Questionado sobre o porquê desta parceria com a 'University College London', Rui Reis salientou que nesta área da medicina regenerativa esta universidade é das "melhores do mundo".
Além disso, frisou, "tem um conjunto de características, não só científicas, mas de valorização do conhecimento passando o que se faz nos laboratórios para terapias".
"Em Portugal, nós somos muito competitivos em termos científicos, mas não temos um percurso de valorizar o conhecimento e de fazer toda a parte dos ensaios clínicos e passar isto para aplicação real em pacientes", esclareceu.
O centro conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo.»

(reprodução de notícia Diário de Notícias online, de 9 de maio de 2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 9 de maio de 2016

domingo, 8 de maio de 2016

"Caçados por simular sequestro em praxe"

«Alunos de Engenharia disseram à polícia que era brincadeira.
Atuaram como verdadeiros criminosos e esconderam a identidade atrás de capuzes, enquanto amarravam e colocavam, à força, um jovem dentro da bagageira do carro, em Guimarães. Uma testemunha viu toda a ação e deu o alerta às autoridades, pelas 15h00 de quarta-feira. O carro foi localizado e os suspeitos encontrados. Mas, afinal, não passavam de cinco alunos universitários e o sequestro, que deixou as autoridades em alerta, era uma praxe académica. Durante algumas horas, PSP de Guimarães e inspetores da PJ de Braga e do Porto encetaram diligências para encontrar uma viatura Volvo em Guimarães. A matrícula e a descrição do carro foram dadas às autoridades por uma moradora. A mulher encontrava-se na varanda da sua residência, perto da universidade, quando viu a viatura a aproximar-se de um parque de estacionamento. Do interior saíram 4 pessoas, encapuzadas, que abordaram um jovem. Este acabou posto no chão, de mãos atadas e colocado, à força, dentro do porta-bagagens. Depois, o grupo abandonou o local na viatura. Acreditando estar perante um sequestro, a testemunha avisou a polícia. Algumas horas depois, o carro – propriedade da mãe de um dos alunos – foi encontrado, bem como os cinco envolvidos, estudantes na Escola de Engenharia da Universidade do Minho. A ‘vítima’ terá dito que foi surpreendida, mas cedo percebeu que estava a ser praxada pelos seus colegas de curso. Os jovens envolvidos na praxe podem vir a responder por simulação de crime.»

(reprodução de notícia CORREIO DA MANHÃ online, de 08.05.2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sábado, 7 de maio de 2016

Polémicas


(reprodução de imagem que nos caiu entretanto em pagina do Facebook)


quinta-feira, 5 de maio de 2016

"Passagem da Universidade Nova a Fundação gera polémica"

«Professores e reitores estão de acordo. Mas um grupo de alunos intitulado Brigada Universitária em Luta que promete fazer tudo para o evitar
eguir o mesmo rumo de universidades como a do Porto, ou o ISCTE, também a Universidade Nova de Lisboa anunciou o seu intuito de passar a fundação pública, ao abrigo da lei que instituiu o regime jurídico das instituições do ensino superior. Em comunicado tornado público, em meados de Abril, um grupo de professores, entre eles António Câmara, João Mário Grilo, Teresa Pizarro Beleza, e os vice- reitores João Paulo Crespo, João Sáágua, Severiano Teixeira e Pedro Pita Barros, apoia o reitor António Rendas neste "compromisso e responsabilidade" de passar a fundação: "Porque uma universidade pública só pode ter relevância se for internacionalmente competitiva".
Os professores e reitores consideram que a NOVA-Fundação garante todas as prerrogativas da universidade pública, acrescentando-lhe os reforço da autonomia e flexibilidade de gestão do direito privado, necessária, dizem, "para competir no espaço global do ensino superior e da ciência e ganhar os desafios do futuro".
Em suma, a autonomia e flexibilidade de fundação permitir-lhe-ia "premiar o mérito", "gerir melhor o orçamento"e "aumentar o apoio aos estudantes carenciados".
Quem não se mostra nada convencido das boas intenções e bons resultados desta mudança de regime é um grupo de alunos intitulado BUL (Brigada Universitária em Luta) que promete fazer tudo ao seu alcance de forma a elucidar os estudantes para todas as consequências da Fundação. Em primeiro lugar, alerta Fernando Quaresma, membro do Bul e aluno de Ciência Política e Relações Internacionais da FCSH, este é um sinal preocupante para o ensino superior, em Portugal: "trata-se de um prelúdio de privatização anunciada para todas as universidades públicas".
Adverte ainda que nas faculdades que já passaram a fundações "o ensino não melhorou, antes pelo contrário": " o estado não voltou a investir e as instituições ficaram reféns dos privados". Tal situação pode condicionar, diz, a eliminação de cursos não rentáveis, como os de ciências sociais, em benefício dos de economia, gestão e finanças. "É a mercantilização do ensino superior".
Fernando Quaresma teme ainda o aparecimento de cadeiras viradas para as empresas patrocinadoras, estágios curriculares nessas mesmas empresas, e doutorandos limitados na sua investigação, caso alguma dessas empresas investidoras estejam envolvidas. " Não pode haver livre investigação e o desenvolvimento intelectual dos estudantes quando há conflito de interesses".
Para o vice-reitor Pedro Pita Barros estes argumentos não fazem qualquer sentido. As propinas de licenciatura não irão subir porque são tabeladas pelo estado e as de mestrado, doutoramente ou pós-graduação já eram de valor livre. Segundo o vice-reitor e economista, a principal vantagem da Nova-Fundação é a "maior capacidade de gestão da universidade": "a passagem a fundação permite melhor gestão do património imobiliário, permite contratar pessoas a partir das receitas próprias com maior flexibilidade, facilita mecenato da sociedade civil e parcerias com outras instituições da sociedade". E acrescenta: "não deixa de ser universidade pública, com objectivos de serviço público".
O estudante Fernando Quaresma lamenta a sobrecarga excessiva sobre os alunos, os juros de mora sobre as proprinas e o anúncio para o próximo ano lectivo do aumento de 100 euros de propinas de mestrado, doutoramentos e pós -graduações (em 500 euros para alunos internacionais). "Há mestrados que podem atingir os 10 mil euros". E está firmemente convencido de que são os próprios estudantes que financiarão os mais carenciados. Por isso, até o reitor decidir reverter o processo, estão previstas uma série de iniciativas de protesto: sessões de escalrecimento, um hastag no Facebook (#Nãovaiterfundação), abaixo-assinados, aquilo a que chamam "um dia de combate à fundação" (com concertos e aulas a céu aberto) e pinturas de murais no muro da FCSH, "que estão constantemente a ser censuradas". Geralmente na manhã seguinte já estão cobertas de branco: "É um ataque duplo aos estudantes. Temos direito constitucional à propaganda política".
Para já não estão previstas greves, nem bloqueios da universidade, mas o estudante avisa que "estamos dispostos a ultrapassar todos os riscos para defender o ensino público, tendencialmente gratuito e de qualidade. Já há muitos estudantes que são deixados de fora do ensino superior por causa das propinas". Lamenta ainda que "os alunos não sejam tidos em conta nas decisões da sua própria universidade. As universidades são feitas para nós".»

(reprodução de notícia VISÃO online, de 04.05.2016) 

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

terça-feira, 3 de maio de 2016

"Nota Informativa do Conselho Geral | Reunião de 2 de maio de 2016"

«Nota Informativa do Conselho Geral | Reunião de 2 de maio de 2016
 
Reuniu no dia 2 de maio, pelas 9h30, na Sala de Reuniões da Reitoria, no Largo do Paço, o Conselho Geral da Universidade do Minho. Constavam da Ordem de Trabalhos:
·         - Assuntos de iniciativa do Conselho Geral
·         - Assuntos de iniciativa do Reitor
 
Assuntos de iniciativa do Conselho Geral
 
Em relação aos assuntos de iniciativa do Conselho Geral, foram prestadas diversas informações pelo Presidente do Órgão. De seguida, procedeu-se à aprovação das Atas números 8/2015 e 1/2016, referentes às reuniões ocorridas, respetivamente, nos dias 14 de dezembro de 2015 e 15 de fevereiro de 2016. Após votação pelos membros do Conselho Geral, a ata nº 8/2015 foi aprovada por unanimidade e a ata nº 1/2016 foi aprovada por maioria.
Foram alvo de apreciação, enquadrados nos respetivos pontos, os Memorandos apresentados pelas Comissões Especializadas do Conselho Geral, nomeadamente de Governação e de Assuntos Institucionais, sobre a Revisão dos Estatutos da UMinho; Planeamento e Assuntos Financeiros, sobre os Planos de Atividades e Orçamentos da UMinho e dos SASUM para 2016.
No ponto relativo à revisão dos Estatutos da UMinho, o Presidente do Conselho Geral começou por dar nota dos diversos contributos que a Academia endereçou ao Órgão durante o período previsto para a consulta pública. Perante a relevância desses contributos, entendeu o Conselho Geral aprofundar o debate em torno dos mesmos na próxima reunião agendada para junho do corrente ano, tendo aí lugar a aprovação na especialidade dos Estatutos da UMinho.
 
Assuntos de iniciativa do Reitor
 
Neste ponto da agenda, o Reitor disponibilizou diversas informações relevantes sobre a Universidade do Minho, nomeadamente sobre o enquadramento do Ensino Superior, da FCT e investigação, dos projetos de investigação e desenvolvimento no âmbito da CCDR-N, dos rankings internacionais e do Consórcio UNorte, entre outras informações.
O Reitor apresentou várias propostas que foram amplamente discutidas e sobre as quais foram tomadas as seguintes deliberações:
- Aprovado, por unanimidade, o Plano de Atividades da UMinho – 2016;
- Aprovado, por unanimidade, o Orçamento da UMinho – 2016;
- Aprovado, por unanimidade, o Plano de Atividades dos SASUM – 2016;
- Aprovado, por unanimidade, o Orçamento dos SASUM – 2016;
- Aprovada, por maioria, a proposta de fixação do valor das propinas para os cursos de 1.º ciclo e de mestrado integrado para o ano letivo de 2016/2017;
- Aprovada, por maioria, a proposta de fixação do valor das propinas para o 2º e 3ºciclos de estudos para o ano letivo de 2016/2017;
- Aprovada, por maioria, a proposta de fixação do valor das propinas do estudante internacional para o ano letivo 2016/2017.
 
 
O Presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho,
Álvaro Laborinho Lúcio»
 
(reprodução de mensagem, distribuída universalmente na rede da UMinho, que nos caiu entretanto na caixa de correio eletrónico)

segunda-feira, 2 de maio de 2016

"Em defesa da velha ideia de Universidade"

«O que faz uma grande universidade no século XXI é basicamente o mesmo que fez as grandes universidades no passado, desde a sua génese, na Grécia Antiga, à sua consagração, na Idade Média Cristã.
“O que faz uma grande universidade no século XXI?” Este foi o tema de um debate estimulante — mas também preocupante — que teve lugar em Oxford, no domingo da semana passada (24 de Abril) A iniciativa pertenceu à IARU (International Alliance of Research Universities) e reuniu responsáveis da Universidade Nacional da Austrália (vice-chanceler), da Universidade Nacional de Singapura (presidente), Universidade de Pequim (presidente), Universidade da Cidade do Cabo (vice-chanceler), Universidade de Copenhaga (reitor) e da Universidade de Oxford (vice-chanceler).
O aspecto mais estimulante foi também o mais preocupante. Sob a vigorosa liderança da nova vice-chanceler de Oxford, Louise Richardson, os participantes foram gentilmente levados a subscrever a sua tese principal: o que faz uma grande universidade no século XXI é basicamente o mesmo que fez as grandes universidades no passado, desde a sua génese, na Grécia Antiga, à sua consagração, na Idade Média Cristã.
E qual foi o mistério dessa grande e velha ideia de Universidade? É muito simples, por mais que isso desagrade aos activistas políticos de todas as cores: a sua independência; a sua dedicação desinteressada à busca do bem, da verdade e do belo, através de um debate inteiramente livre entre propostas rivais.
Esta preocupação de independência e de liberdade foi crucial para as universidades medievais. Todas elas nasceram sob especial estatuto de independência do poder político — que lhes era concedida pela protecção do Papa, em Roma. É por isso que todas as mais antigas universidades europeias nasceram cristãs. Para grande surpresa dos nossos intelectuais semi-educados, que hoje reproduzem ortodoxias politicamente correctas, universidade cristã queria simplesmente dizer: universidade livre.
Louise Richardson, a vice-chanceler de Oxford, alertou para os perigos que hoje ameaçam esta velha e nobre ideia de universidade livre. Por um lado, as pressões dos governos para que as universidades “produzam resultados”. Esta pressão só poderá ser eficazmente derrotada se as universidades diversificarem as suas fontes de financiamento e recusarem a proletarização dos professores e investigadores sob a tutela de agências estatais.
Por outro lado, existe hoje a ameaça muito directa da censura política exercida por activistas estudantis. Esta é agora exercida em nome da proibição de “discursos ofensivos”, o que significa basicamente discursos com que alguns alunos activistas discordem.
Alunos do Oriel College, em Oxford, queriam retirar do colégio a estátua de Cecil Rhodes porque ela seria ofensiva, dado que Rhodes teria sido “colonialista”. No Christ Church College, também em Oxford, um debate foi cancelado porque havia palestrantes contra o aborto, o que um grupo de alunos considerou ofensivo. Palestrantes que critiquem o radicalismo islâmico são hoje regularmente boicotados. Palestrantes que defendam Israel são hoje também regularmente impedidos de falar.
É um facto que estas ameaças de censura partem hoje sobretudo da extrema-esquerda. Isso merecerá certamente uma análise sobre o que se passa no panorama intelectual à esquerda. Mas, do ponto de vista da Universidade, tanto importa que a censura venha da esquerda como da direita, ou do centro. O lugar da Universidade, como sublinhou enfaticamente Louise Richardson, é o lugar da livre controvérsia, do exame desapaixonado das ideias por outras ideias.
Michael Oakeshott costumava dizer — ecoando as palavras de Edmund Burke e do Cardeal Newman — que a Universidade é o lar de uma perene conversação: civilizada, respeitosa e desapaixonada. Uma conversação entre vozes do passado, vozes do presente e vozes do futuro. Todas devem ter voz. Mas a nenhuma deve ser concedida a supremacia absoluta.
Esta era a ideia de Universidade medieval. É um inquietante sinal dos tempos chamados modernos (ou pós-modernos) que ela esteja hoje a ser ameaçada por activistas semi-educados. Estes bárbaros modernos (ou pós-modernos) querem colocar as universidades ao serviço de causas políticas e sob controlo estatal. Contra os novos bárbaros, é preciso defender a velha ideia de Universidade.»
João Carlos Espada
(reprodução de artigo de opinião OBSERVADOR online, de 2/5/2016)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"What is Happening to our Universities?"

Artigo IDEAS.REPEC.org
What is Happening to our Universities?

[Abstract
In recent decades, many universities have been moving in the direction of a more hierarchical and centralised structure, with top-down planning and reduced local autonomy for departments. Yet the management literature over this period has stressed the numerous benefits of flatter organisational structures, decentralisation and local autonomy for sections or departments. What might explain this paradox? And why have academics remained strangely quiet about this, meekly accepting their fate? The paper critically examines the dangers of centralised top-down management, increasingly bureaucratic procedures, teaching to a prescribed formula, and research driven by assessment and performance targets, illustrating these with a number of specific examples. It discusses a number of possible driving forces of these worrying developments, and concludes by asking whether academics may be in danger of suffering the fate of the boiled frog.


(reprodução de título e de resumo de artigo acessível no endereço eletrónico identificado)

domingo, 1 de maio de 2016