quinta-feira, 15 de outubro de 2015

"Universidade Europeia quer mais estrangeiros em Portugal"

«Grupo norte-americano Laureate tem três instituições em Portugal e 80 em 29 países.
Um em cada dez estudantes da Universidade Europeia em Portugal (antigo ISLA-Lisboa), é estrangeiro. Em Espanha, o rácio desce para um em cada quatro e é, pelo menos, para essa meta que a instituição de ensino superior privado quer caminhar.
Em entrevista ao programa Grandes Negócios, do Etv, Nélson de Brito, CEO Ibérico da Universidade Europeia diz que não está "contente com o grau de internacionalização" e que a sua preocupação é "com o que vêm aí daqui a dez anos em termos demográficos. Sei que qualquer instituição em Portugal para manter os níveis de qualidade tem de ter uma certa dimensão e um certo número de alunos".
A Universidade Europeia entrou em Portugal através da compra do ISLA em 2011 e no início deste ano juntou ao seu currículo o IADE e IPAM, em Lisboa.
Com estas aquisições em Portugal, o grupo norte-americano Laureate contabiliza agora mais de 80 instituições de ensino superior em 29 países de todos os continentes. No total, estudam em universidades do grupo mais de um milhão de alunos e trabalham cerca de 80 mil profissionais.
Um grupo que começou em 1999 com a aquisição da universidade Europeia, em Madrid. Segundo Nélson de Brito o crescimento exponencial do grupo Laureate deve-se à forma como encara o ensino superior: o modelo académico tem de estar virado para a realidade empresarial, que é, na verdade, o mercado de trabalho.

A licenciatura de direito, na Universidade Europeia, em Lisboa, por exemplo, demorou dois anos a desenvolver, o tempo que Nélson de Brito considera necessário para fazer a diferença. "Ouvimos grande e pequenos escritórios de advogados, profissionais de direito da área pública e perguntámos uma coisa muito simples: o que é que profissionais que chegam lá vindos das faculdades deviam ter e não têm. A resposta foi negociação. Nenhum curso de direito tinha uma cadeira de negociação quando a maior parte dos processos hoje em dia nem chegam à barra do Tribunal. O nosso sucesso está na introdução de coisas que são diferenciadoras", referiu.
Por isso mesmo, há quatro anos a Europeia lançou em Portugal uma dupla licenciatura em direito em gestão. Os alunos escolhem se querem três anos de direito e um ano e meio de gestão ou vice-versa saem da universidade com dois diplomas. A intenção é formar melhores profissionais, "melhor preparados para trabalhar em qualquer parte do mundo", diz o CEO.

Instituição quer ser a primeira privada a ter curso de Medicina
O grupo Laureate tem já outra ambição para Portugal: ser a primeira universidade privada a ter cursos de Medicina. Por todo o mundo, as universidades do grupo norte-americano tem 21 cursos de Medicina. Tal como para o curso de Direito, o trabalho de campo está feito e o modelo académico desenhado.
"Há dois anos, falámos com todos os ‘stakeholders', médicos, gestores de hospitais públicos e privados e chegámos à conclusão que podíamos inovar na forma como se lecciona Medicina em Portugal". Com base nesse trabalho, o corpo docente está escolhido e até já foi construído um mestrado integrado que, para Nélson de Brito, pode atrair estudantes internacionais a Portugal por marcar a diferença.
A Universidade Europeia está agora a aguardar a aprovação da Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.»

(reprodução de notícia Económico Online, de 15 de outubro de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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