«Antes do fim
de cada ano civil e ainda no decurso do primeiro trimestre do ano letivo, a academia
da Universidade do Minho (UM) vive um momento importante que passa
despercebido a muitos. Trata-se da eleição dos órgãos da Associação Académica
da Universidade do Minho (AAUM) e, assim,
nomeadamente da eleição da direção e do seu presidente.
Não é coisa
pouca e muito menos algo de interesse limitado aos estudantes. Na verdade,
a AAUM, que é uma entidade representativa dos
estudantes, tem por finalidade não só “organizar, defender e representar todos os estudantes” como
“defender intransigentemente uma universidade democrática" ; promover a
“formação cívica, física, cultural e científica dos estudantes”; e “criar
atividades que incentivem as relações
humanas e comunitárias” (artigo 5.º dos estatutos da AAUM).
A Universidade
do Minho, por sua vez, nos seus estatutos, não só reconhece a associação
académica como a promove e lhe confere
diversas competências, nomeadamente através do seu presidente (artigos
51, al. c), 57.º, 61.º e 115.º dos estatutos da UM).
Para se fazer
uma ideia do que é esta associação , que tem sede (provisória) na Rua D. Pedro
V, n.º 88, em Braga e delegação no
Campus de Azurém em Guimarães, importa
ter presente que ela representa os 19.000 alunos da Universidade do Minho, gere
um orçamento anual de cerca de 5.000.000
(cinco milhões de euros) e tem mais de 20 trabalhadores ao seu serviço. A AAUM
tem uma rádio ( a RUM – Rádio Universitária
do Minho) e um jornal semanal que é o
seu órgão oficial (Jornal Académico). Para desenvolver as suas atividades dispõe de um autocarro, de uma carrinha e de
um automóvel.
Todos os
alunos da UM participam nas eleições como eleitores, pois, pelo facto de
estarem inscritos na UM, são sócios por inerência da AAUM. No entanto, apenas os sócios que pagam quotas (uma quota
simbólica) podem ser eleitos (cerca de 10.000). Estas eleições costumam ser
pouco participadas mas não deviam. A AAUM tem uma influência na Universidade
que transcende até os seus estatutos e por isso não devem ser encaradas como
coisa menor.
E participar
na vida associativa não perturba o estudo, perguntar-se-á? Pode perturbar. Mas,
levada a sério, a AAUM é uma escola de preparação para a vida e mesmo
de organização pessoal dentro na universidade, pois um bom aluno saberá
conjugar a vida de estudo com a vida associativa. Não se pode esquecer que
foram presidentes de associações académicas brilhantes personalidades. Temos, em Braga, o exemplo de Francisco Salgado Zenha que foi um
excelente aluno e presidente da Associação
Académica de Coimbra.
A academia e o
meio envolvente têm os olhos colocados nos estudantes e estas eleições devem
ser atentamente seguidas, desejando-se uma boa disputa eleitoral para saber o que pensam os estudantes da UM e o que pretendem fazem por ela no
âmbito indicado pelos seus estatutos.
António Cândido de Oliveira
Nota – Neste
tempo efervescente não nos zanguemos por causa da política. Trabalhemos todos
por uma boa solução para o país, seja em que campo for, tendo presente que um
princípio básico da democracia é o respeito pelo outro que pensa diferente de
nós.»
(reprodução de artigo de opinião publicado na edição de hoje do Diário do Minho)
Sem comentários:
Enviar um comentário