quarta-feira, 8 de abril de 2015

"José Ferreira Gomes diz que Ensino Superior deve ´reinventar-se` para enfrentar ´choque demográfico`"

«O secretário de Estado do Ensino Superior alertou esta terça-feira que as universidades e politécnicos têm de se preparar para "o choque" da quebra demográfica expectável após 2018, diferenciando e ajustando as suas ofertas formativas.

"Temos a necessidade premente de ser capazes de utilizar esta pequena janela de três ou quatro anos, em que a quebra [demográfica e de alunos] será modesta ou até inexistente, para reconfigurar as nossas instituições", defendeu José Ferreira Gomes.
Só assim é que a rede de Ensino Superior e as próprias instituições, sejam universidades ou politécnicos, vão poder "aguentar o choque que vai ser o período imediatamente posterior" a 2018, continuou, em declarações à agência Lusa à margem de um seminário em Évora.
"A população estudantil candidata ao concurso nacional de acesso vai manter-se até 2018, começando depois a cair em função da quebra demográfica muito rápida que é conhecida", explicou José Ferreira Gomes.
O secretário de Estado realçou que é sabido já que, "entre 2020 e 2030, a queda de população em idade de entrar no Ensino Superior vai ser à volta de 30%", o que se vai juntar "à queda que já houve nos últimos anos".
Daí que, o Ensino Superior em Portugal, tal como na Europa, tenha que se "reinventar" e "adaptar a novas condições", avisou o governante que tutela esta mesma pasta. "Aproveitando esta janela de oportunidade destes três a quatro anos, as instituições têm de se preparar para o que vem a seguir, que é uma queda da demografia", insistiu.
A reconversão e a diferenciação das ofertas formativas são mudanças que têm de ser feitas, disse José Ferreira Gomes, defendendo que as universidades e politécnicos devem também apostar mais "na reciclagem e em dar uma segunda oportunidade" a quem já está activo no mercado laboral.
O governante falava à Lusa à margem do seminário "Acesso ao Ensino Superior: Desafios para o século XXI", promovido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pela Universidade de Évora.
Já o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, referiu à Lusa que o acesso ao ensino superior é uma "questão central", daí este organismo ter aprovado uma proposta de alteração destas regras, em Fevereiro.
O CCISP, frisou Joaquim Mourato, "não está minimamente contra os exames nacionais", mas considera que existem "oscilações muito grandes das notas" destas provas, "de ano para ano". Uma situação que "põe em causa e não avalia correctamente a capacidade de frequência do ensino superior", afirmou, defendendo que "esta variabilidade deve ser analisada".
"Sendo os exames nacionais uma variável eliminatória no acesso, é dramático termos aqui oscilações tão grandes, que deixam de fora milhares de estudantes, de um ano para o outro", avisou.»

(reprodução de notícia Jornal de Negócios online, de 08 Abril 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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