A reunião do Conselho Geral da
UMinho realizada na 2ª feira pp. teve outros motivos de interesse para além dos
que assinalei na nota solta número 72, se bem que talvez possa ser considerada
uma reunião sem agenda. Digo isto porque não havia matérias que carecessem de
votação e aquele que era o assunto que à partida poderia suscitar mais atenção,
o plano estratégico para a UMinho, acabou remetido para um tempo já algo fora
da agenda e não ultrapassou ainda a fase de ser mais do que um conjunto de
acetatos alinhavando ideias mais ou menos exploratórias. Fica a expectativa que
a 3 de Dezembro, data para que está agendada a próxima reunião plenária do CG,
tenhamos uma proposta de estratégia e um texto bastante mais consolidados. Como
destaque, é de reter a afirmação produzida pelo reitor de que “Este documento
(leia-se, o plano estratégico) só vale a pena se resistir à mudança de reitor”.
Sublinha-se a expressão mudança de reitor, que fica bem ao actual titular enunciar,
fazendo-se votos de que essa mudança possa acontecer na primeira oportunidade,
o que será indicação de saudável ganhar de dinamismo da academia.
Na reunião, a merecer alguma
atenção estiveram, em particular, o
Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior.
Do que consta da nota informação oficial produzida retenho a posição comungada
pela generalidade dos membros do órgão, de reiterar “a relevância da distinção
entre situação económica familiar e situação fiscal do estudante neste processo
de definição de critérios de atribuição de bolsas de estudos”. Em boa verdade,
neste caso, também, está patente a vontade do governo em funções de usar
qualquer pretexto para se retirar do financiamento do ensino superior e de aumentar
a carga (fiscal e não só) que onera a generalidade das famílias portuguesas.
Reportada aos estudantes ainda, menos consensual foi a
discussão que foi mantida sobre as praxes nos campi e o gesto (ousado) de um número alargado de estudantes dos últimos
anos do 1º ciclo de se retirarem da cerimónia formal de acolhimento dos novos
alunos no momento em que o reitor iniciou o seu discurso. Digo menos consensual
porque os representantes da associação académica resolveram retorquir com a
reclamação de que haveria algumas situações em que os seguranças em serviço nos
campi se teriam excedido no controle
das acções dos praxistas, nomeadamente exigindo a respectiva identificação,
coisa grave, ao que parece. Esqueceram-se os ditos representantes de dizer que,
pese a acalmia genericamente vivida nos campi,
persistem situações mais ou menos ocasionais de berraria e de manifesto desafio
das determinações do reitor de interdição de praxes, nomeadamente as que quase
diariamente se podem ver logo cedinho, na entrada Sul do Campus de Gualtar, quando não, durante o dia, no anfiteatro
exterior existente junto das instalações da EEG, por exemplo. Percebe-se a
intenção dos representantes dos estudantes, mas nem sempre se pode “estar,
simultaneamente, de bem com Deus e com o Diabo”. Entenda-se que Deus é aqui sinónimo
de Academia, no sentido nobre do termo.
J. Cadima
Ribeiro
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