«A Comissão Eleitoral (CE) é uma espécie de Pai Natal: no início toda a gente acredita que existe, mas no final sabe-se que é uma ilusão.
As eleições são um elemento fulcral de um regime que se quer democrático. A sua existência, por si só, é vista como prova de indubitável democracia. No entanto, até com os processos democráticos se deve lidar com democracia. Não foi isso, contudo, que se verificou nos processos inerentes às candidaturas à AAUM.
Abstendo-me já de comentar a existência de uma RGA fantasma, convocada na véspera da reunião e por meios muito duvidosos, passo directamente ao papel que a CE teve nos últimos dias.
Para começar, contactar inicialmente a CE teve o mesmo grau de dificuldade que o início de um diálogo com uma pessoa perecida. Aos emails não respondidos, somou-se um telemóvel avariado. Eu diria que uma CE, em vésperas de eleições, deve estar atenta a todos os meios de comunicação disponibilizados de forma a poder garantir um prosseguimento das eleições isento e democrático. Não foi isso que aconteceu. A respostas morosas a emails somou-se um número de telemóvel que nunca teve qualquer utilidade. Claro que um número que funcionasse podia ter sido disponibilizado pelo email institucional, mas isso seria esperar demasiado de tão pouca boa vontade. Como se não bastasse, quando finalmente se conseguiu falar com o presidente da CE (pelo número pessoal), foram obtidas respostas vagas e a conversa teve de ser dividida em vários telefonemas, já que o senhor presidente não conhecia as regras eleitorais e tinha de confirmá-las a meras horas do final do prazo para apresentação de listas.
A informação não foi disponibilizada como devia, tornou-se uma luta saber o que devia ser feito para a apresentação de uma lista, assim como todos os documentos que deviam ser apresentados, dificultando a entrega de uma lista e dificultando, por consequência, o exercício da democracia. Nem tudo é mau, contudo, e a comissão eleitoral ensinou-me que xs amigxs são para todas as ocasiões e que devemos estar sempre do lado delxs.
Não, não vou adjectivar. Até porque não sou ufana ao ponto de conseguir dizer se tudo isto foi incompetência ou má vontade.
Ana Bárbara Pedrosa»
(reprodução integral de mensagem que caiu no final do dia de ontem na caixa de correio electrónico da EEG-todos, proveniente da pessoa identificada - Ana Bárbara Pedrosa)
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