«Olá a todos:
É sempre muito delicado comentar apreciações desta natureza por este canal colectivo. Admitindo que não constitui insuportável incómodo para ninguém, aqui apresento curta opinião:
1) O problema do corte salarial é injusto. Porque a) o seu valor será usado de forma não reprodutiva, pois se destina a custear juros da dívida pública e b) há pequenos grupos das elites nacionais que não são significativamente afectados por este corte, como acontece em institutos e fundações publicas;
2) Este esforço será insuficiente pois, comparando o preço a que vendemos neste momento a dívida publica (cerca de 7%) e a taxa de crescimento da economia (cerca de 1%), facilmente a) se percebe que vai ser preciso aranjar mais dinheiro para cobrir o défice e b) se avalia o tipo de herança que estamos a deixar aos nossos filhos, os quais têm de deenvolver fidelidade contingencial à família e ao país, emigrando e dando à exploração doutras nações a qualificação que possuem e que por nós foi paga;
3) Este esforço reflecte má governação. Do país, realizada pelas nossas elites políticas, das organizações, realizada por empresários, dirigentes e gestores. Do sistema de ensino, realizada por dirigentes, professores, famílas e alunos. Na teoria da gestão, há ensaios reconhecidos e ensinados sobre diversos capitais fundamentais, mas pouca importância se tem dado à cultura, esse fundamental capital.
4) Este esforço (isolado) será inútil. Eu creio que a nossa sociedade está desprovida de valores morais, organizadores do olhar e do sentir, e de princípios éticos, organizadores da conduta e da actuação, que sejam facilitadores do desenvolvimento contínuo, partilhado e solidário da nação, indispensável no contexto da actual globalização. Para onde quer que olhemos, essa mesma constatação é possível. Sem actuar no sistema de ensino, na formação e na regulação social (para materializar a democracia, tal qual a desejamos), todo o esforço terá efeitos imediatos mitigados e efeitos a longo prazo nulos ou mesmo negativos. E, mesmo com intervenção urgente, muitos de nós não viveremos o suficiente para vislumbrar os seus efeitos estruturantes.
Como não temos a privilegiada cultura das sociedades do norte da Europa nem a sageza das elites da Coreia do Sul, o que devemos fazer?
Cordiais saudações
Ivo Domingues»
(reprodução integral de mensagem de distribuição universal na rede da UMinho que nos caiu entretanto nas caixas de correio electrónico)
É sempre muito delicado comentar apreciações desta natureza por este canal colectivo. Admitindo que não constitui insuportável incómodo para ninguém, aqui apresento curta opinião:
1) O problema do corte salarial é injusto. Porque a) o seu valor será usado de forma não reprodutiva, pois se destina a custear juros da dívida pública e b) há pequenos grupos das elites nacionais que não são significativamente afectados por este corte, como acontece em institutos e fundações publicas;
2) Este esforço será insuficiente pois, comparando o preço a que vendemos neste momento a dívida publica (cerca de 7%) e a taxa de crescimento da economia (cerca de 1%), facilmente a) se percebe que vai ser preciso aranjar mais dinheiro para cobrir o défice e b) se avalia o tipo de herança que estamos a deixar aos nossos filhos, os quais têm de deenvolver fidelidade contingencial à família e ao país, emigrando e dando à exploração doutras nações a qualificação que possuem e que por nós foi paga;
3) Este esforço reflecte má governação. Do país, realizada pelas nossas elites políticas, das organizações, realizada por empresários, dirigentes e gestores. Do sistema de ensino, realizada por dirigentes, professores, famílas e alunos. Na teoria da gestão, há ensaios reconhecidos e ensinados sobre diversos capitais fundamentais, mas pouca importância se tem dado à cultura, esse fundamental capital.
4) Este esforço (isolado) será inútil. Eu creio que a nossa sociedade está desprovida de valores morais, organizadores do olhar e do sentir, e de princípios éticos, organizadores da conduta e da actuação, que sejam facilitadores do desenvolvimento contínuo, partilhado e solidário da nação, indispensável no contexto da actual globalização. Para onde quer que olhemos, essa mesma constatação é possível. Sem actuar no sistema de ensino, na formação e na regulação social (para materializar a democracia, tal qual a desejamos), todo o esforço terá efeitos imediatos mitigados e efeitos a longo prazo nulos ou mesmo negativos. E, mesmo com intervenção urgente, muitos de nós não viveremos o suficiente para vislumbrar os seus efeitos estruturantes.
Como não temos a privilegiada cultura das sociedades do norte da Europa nem a sageza das elites da Coreia do Sul, o que devemos fazer?
Cordiais saudações
Ivo Domingues»
(reprodução integral de mensagem de distribuição universal na rede da UMinho que nos caiu entretanto nas caixas de correio electrónico)
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