segunda-feira, 10 de agosto de 2009

UMinho: A NECESSIDADE DE UM EXERCÍCIO ESTRATÉGICO

1. Se a elaboração dos estatutos foi um momento de capital importância na história da Universidade do Minho que exigia a implicação generalizada dos membros da Academia no processo, muito mais o exige o processo de reforma da Instituição que se desencadeará com a instalação dos novos órgãos e do novo modelo de governação, no topo do qual está o Conselho Geral. Isso é tanto mais crucial quanto a Academia permaneceu relativamente alheada do processo de elaboração dos Estatutos e quanto estes se saldaram por uma relativa consagração de uma inércia passadista, não equacionando outras visões inovadoras de modelos de gestão mais eficazes para a UMinho.
2. Embora seja um lugar-comum, nunca é demais afirmar que a reforma da organização só poderá constituir um êxito se houver um verdadeiro interesse nela e uma grande dedicação por parte de toda a comunidade académica. Assim, o envolvimento e consequente participação de todos significam um claro benefício para a Instituição, decorrente da própria reflexão, do contraste de opiniões e do trabalho em equipa que sempre requererão.
3. Tendo falhado essa dimensão na fase precedente de repensar a Universidade, importa que esse tempo perdido se recupere agora, em sede de funcionamento do Conselho Geral e em sede de cada estrutura de poder doravante implementada, importando, para o efeito, que a mudança seja convenientemente informada e conduzida. A essa luz, entende-se que entre os primeiros passos que importará dar deverá estar a implementação de um exercício de análise e formulação estratégica na Instituição, onde sejam assumidas as opções estratégicas e identificadas as actividades a realizar num horizonte temporal de médio-longo prazo, nomeadamente a visão do que se pretende que venha a ser a UMinho.
4. A implementação de um exercício de análise e formulação estratégica constitui, ainda, uma excelente oportunidade para reflectir, de uma maneira ordenada, sobre quem somos e o que fazemos (identificação da Missão), e quais são os nossos pontos fortes e fracos, tudo convergindo para a definição da Visão que há-de enformar a Instituição. Na medida em que se procure e se promova um amplo debate colectivo no seio da Instituição, aos seus diferentes níveis, será de esperar que a instituição como um todo, e cada um dos seus agentes em particular, o venham a sentir como algo próprio e, daí, empenhar-se na sua concretização e sucesso.
5. O exercício de análise e formulação estratégica deverá constituir-se numa importante ferramenta de apoio a uma gestão que pretendemos participada, transparente, responsável, orientada para a satisfação das necessidades da sociedade e para a garantia de uma melhoria contínua e eficiente da actuação dos órgãos de governo e direcção da UMinho. Respondidas às questões básicas de “porque é que a Instituição existe”, “o que faz”, “como faz”, “onde quer chegar”, está construído o marco de referência para a tomada de decisões, proporcionando adequada orientação aos órgãos de gestão.
6. O exercício de análise e formulação estratégica não deve, contudo, ser considerado um documento estático, mas antes entendido como um processo permanente de monitorização das metas e objectivos traçados para a Instituição. Logo, deve mostrarse aberto a mudanças de um futuro que é incerto e contar com processos de revisão que permitam a incorporação de novas estratégias e projectos. Nessa dimensão, também se reconhecerá a qualidade da liderança que o Conselho Geral consiga oferecer à Instituição.
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(excerto do programa de candidatura do Movimento NDNR ao Conselho Geral, 2009)

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