1. As unidades orgânicas de ensino e investigação, e respectivas subunidades, são as entidades a quem cumprirá, em primeira instância, definir a oferta de ensino da Instituição, aos seus variados níveis. Deverão fazê-lo atentas às necessidades e desafios que a sociedade lhes coloca, informadas por estratégias claras e apostadas na qualidade dos profissionais e cidadãos que formam. Nos respectivos planos de orientação e estatutos próprios deverão tê-lo presente.
2. A implementação súbita, no que respeita à maior parte da oferta de Ensino da UMinho, do modelo de Bolonha, teve como principal consequência nefasta não se ter assegurado a realização de cursos com componentes fortemente interdisciplinares, que o sistema de créditos possibilita, e que se pode encontrar em vários países do mundo. A opção dos órgãos de poder da Universidade foi a de aparentemente mudar muito, mas garantindo que o controle de cada curso se mantinha nos departamentos específicos que já o detinham, numa operação de cosmética apelidada nos corredores de ‘contas de merceeiro pela aplicação de regra de três simples’ na conversão dos créditos. O cumprimento do ideário de Bolonha encontra-se, naquilo que é mais fundamental, por realizar e, deste modo, propomo-nos actuar para que tal venha a ser revisto.
3. Uma estrutura curricular baseada nos créditos obtidos pelos alunos em áreas por eles escolhidas (tendo por base os créditos considerados fundamentais de um curso de licenciatura específico) teria também possibilitado o desempenho real do papel de tutor, figura retórica da organização curricular que esta Universidade adoptou, sobre a qual muitos dos docentes continuam sem compreender o significado, sobretudo devido à variedade de modelos de actuação que lhe subjazem e que dificilmente se coadunam com a tipologia lectiva que actualmente exercem. Consideramos que deverá caber a cada subunidade garantir a formação pedagógica dos seus docentes em função dos cursos em que se encontram envolvidos, dada a não existência de modelos pedagógicos universais e inquestionáveis. Não podemos também esquecer que a base de qualquer sucesso pedagógico escolar é a competência científica dos respectivos professores.
4. Ainda que o processo de formação de docentes possa ser coordenado superiormente, deverão as decisões emanarem das unidades e subunidades de ensino, devido à formação específica que cada um proporciona, devendo ainda caber aos departamentos a escolha de profissionais que assegurem essa formação, bem como a sua avaliação e adequação permanentes.
5. Consideramos ainda que é preciso analisar o modo como se está a processar a “auto-aprendizagem” dos alunos, e como estamos a garantir a aprendizagem individual de competências de saber-fazer, mas também de conhecer, saber-estar e saber-ser (e tal não se obtém facilmente com portfolios colectivos meramente textuais, nem com trabalhos de investigação de grupo, por exemplo). Metodologias lectivas aparentemente muito activas mas que orientam os estudantes para avaliações de tipo minimalista, com questionários por preenchimento, deverão também ser questionadas em termos de fundamentação pedagógica.
6. De forma sumária, listam-se de seguida algumas acções, aos diferentes níveis da oferta de ensino, que há necessidade de desencadear em nome da melhoria da agilidade e da eficácia na gestão dos cursos e que, directa ou indirectamente, podem contribuir para a respectiva qualidade e afirmação externa.
i) Ao nível do 1º ciclo e ciclo integrado:
- criação e garantia de bom funcionamento de Secretariados de Apoio aos cursos do 1º ciclo e ciclo integrado, enquanto estruturas de apoio ao processo de ensino/aprendizagem e peças da estrutura de relações públicas das Escolas.
ii) Ao nível do 2º ciclo:
- definição, conjuntamente com os directores das unidades e subunidades de ensino, e os directores dos cursos de 2º ciclo, de uma estratégia de calendarização da abertura destes cursos;
- estudo da viabilidade de avançar para a promoção internacional dos cursos e as formas de o materializar (atendendo à maior facilidade de acesso por parte de estrangeiros detentores de cursos de 1º ciclo organizados de acordo com o processo de Bolonha);
- melhoria da oferta de cursos formais, seminários, e programas curtos de formação para responder às necessidades da sociedade, em articulação com as unidades e subunidades de investigação e de extensão universitária.
iii) Ao nível do 3º ciclo e ciclo integrado:
- estabelecimento de contacto com instituições universitárias pré-seleccionadas para estudar a viabilidade da concretização de parcerias na criação/implementação de cursos de doutoramento e agilização de formas de intercâmbio de estudantes e professores;
- aposta na captação de alunos estrangeiros, com vista a compensar a pequena dimensão do mercado nacional neste nível de ensino, tendo como mercados-alvo, para além de alunos de países signatários do protocolo de Bolonha, os países de língua portuguesa.
iv) Ao nível de formação pós-graduada para executivos do sector público e privado:
- identificação das necessidades de formação nesta área, recorrendo ao contacto directo com empresas e instituições da região.
2. A implementação súbita, no que respeita à maior parte da oferta de Ensino da UMinho, do modelo de Bolonha, teve como principal consequência nefasta não se ter assegurado a realização de cursos com componentes fortemente interdisciplinares, que o sistema de créditos possibilita, e que se pode encontrar em vários países do mundo. A opção dos órgãos de poder da Universidade foi a de aparentemente mudar muito, mas garantindo que o controle de cada curso se mantinha nos departamentos específicos que já o detinham, numa operação de cosmética apelidada nos corredores de ‘contas de merceeiro pela aplicação de regra de três simples’ na conversão dos créditos. O cumprimento do ideário de Bolonha encontra-se, naquilo que é mais fundamental, por realizar e, deste modo, propomo-nos actuar para que tal venha a ser revisto.
3. Uma estrutura curricular baseada nos créditos obtidos pelos alunos em áreas por eles escolhidas (tendo por base os créditos considerados fundamentais de um curso de licenciatura específico) teria também possibilitado o desempenho real do papel de tutor, figura retórica da organização curricular que esta Universidade adoptou, sobre a qual muitos dos docentes continuam sem compreender o significado, sobretudo devido à variedade de modelos de actuação que lhe subjazem e que dificilmente se coadunam com a tipologia lectiva que actualmente exercem. Consideramos que deverá caber a cada subunidade garantir a formação pedagógica dos seus docentes em função dos cursos em que se encontram envolvidos, dada a não existência de modelos pedagógicos universais e inquestionáveis. Não podemos também esquecer que a base de qualquer sucesso pedagógico escolar é a competência científica dos respectivos professores.
4. Ainda que o processo de formação de docentes possa ser coordenado superiormente, deverão as decisões emanarem das unidades e subunidades de ensino, devido à formação específica que cada um proporciona, devendo ainda caber aos departamentos a escolha de profissionais que assegurem essa formação, bem como a sua avaliação e adequação permanentes.
5. Consideramos ainda que é preciso analisar o modo como se está a processar a “auto-aprendizagem” dos alunos, e como estamos a garantir a aprendizagem individual de competências de saber-fazer, mas também de conhecer, saber-estar e saber-ser (e tal não se obtém facilmente com portfolios colectivos meramente textuais, nem com trabalhos de investigação de grupo, por exemplo). Metodologias lectivas aparentemente muito activas mas que orientam os estudantes para avaliações de tipo minimalista, com questionários por preenchimento, deverão também ser questionadas em termos de fundamentação pedagógica.
6. De forma sumária, listam-se de seguida algumas acções, aos diferentes níveis da oferta de ensino, que há necessidade de desencadear em nome da melhoria da agilidade e da eficácia na gestão dos cursos e que, directa ou indirectamente, podem contribuir para a respectiva qualidade e afirmação externa.
i) Ao nível do 1º ciclo e ciclo integrado:
- criação e garantia de bom funcionamento de Secretariados de Apoio aos cursos do 1º ciclo e ciclo integrado, enquanto estruturas de apoio ao processo de ensino/aprendizagem e peças da estrutura de relações públicas das Escolas.
ii) Ao nível do 2º ciclo:
- definição, conjuntamente com os directores das unidades e subunidades de ensino, e os directores dos cursos de 2º ciclo, de uma estratégia de calendarização da abertura destes cursos;
- estudo da viabilidade de avançar para a promoção internacional dos cursos e as formas de o materializar (atendendo à maior facilidade de acesso por parte de estrangeiros detentores de cursos de 1º ciclo organizados de acordo com o processo de Bolonha);
- melhoria da oferta de cursos formais, seminários, e programas curtos de formação para responder às necessidades da sociedade, em articulação com as unidades e subunidades de investigação e de extensão universitária.
iii) Ao nível do 3º ciclo e ciclo integrado:
- estabelecimento de contacto com instituições universitárias pré-seleccionadas para estudar a viabilidade da concretização de parcerias na criação/implementação de cursos de doutoramento e agilização de formas de intercâmbio de estudantes e professores;
- aposta na captação de alunos estrangeiros, com vista a compensar a pequena dimensão do mercado nacional neste nível de ensino, tendo como mercados-alvo, para além de alunos de países signatários do protocolo de Bolonha, os países de língua portuguesa.
iv) Ao nível de formação pós-graduada para executivos do sector público e privado:
- identificação das necessidades de formação nesta área, recorrendo ao contacto directo com empresas e instituições da região.
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(excerto do programa de candidatura do Movimento NDNR ao Conselho Geral, 2009)
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