«Colegas,
A política científica nacional tem vivido, recentemente, uma série de episódios, em que se demonstra a caricatura trágica em que se transformou o que era tido como sério e nos colocava num reconhecido nível internacional.
A interpretação que tem vindo a ser feita por inúmeras instituições sobre o regulamento da FCT de avaliação das unidades de I&D (não contrariada expressa e publicamente pela Secretária de Estado da Ciência ou FCT, apesar de nos terem confirmado, em reunião no passado dia 31 de outubro, não ser essa a intenção, nem tendo tal estado previsto no regulamento) transporta não só mais elementos a esta triste história, como conduz a um circuito fechado que condicionará a investigação nacional até 2020.
Várias Universidades, Politécnicos e até Instituições Privadas chamaram "à casa-mãe" os seus docentes e investigadores (em alguns casos mais caricatos mesmo a quem não está em exclusividade ou tem até contratos renovados anualmente...), quebrando ligações e redes, para privilegiar a óptica do mero funcionário.
Dizer-se-ia que esta seria uma troca inteligente, com benefícios para todas as partes, exceto num país onde a ideia de "cacique" não foi abandonada e vigiar e punir se sobrepõe a qualquer lógica de gestão baseada no reforço positivo e onde a visão continua ainda muito ofuscada por uma certa miopia paroquial.
Supostamente convencidas de maior possibilidade em alcançar financiamento que não têm sabido reivindicar em outras instâncias, algumas instituições colocaram assim em causa (hipotecaram) os benefícios que iam colhendo da partilha e transferência de conhecimento, até mesmo os resultados desta (em publicações, patentes, etc.) que lhes permitiam competir em alguns rankings internacionais dos quais parecem se orgulhar.
Mas a chamada à base foi marcada não só pela lógica de controlo do funcionário, como também por um condicionamento elaborado por pressões, ameaças, conversas de corredor, com toda uma negociação (coação), que nada deveria ter a ver com os propósitos da boa investigação e que terá consequências que vão para além do curto-prazo já que este é o momento em que se está a definir o financiamento para 2014-2020.
Venha partilhar a sua experiência e histórias com outros colegas no próximo dia 23 de novembro, às 15h, em frente às instalações do Ministério da Educação e Ciência, na Av. 5 de Outubro.
Saudações Académicas e Sindicais,
A Direção do SNESup,
em 15 de novembro de 2013»
em 15 de novembro de 2013»
(reprodução de comunicado do SNESup com a data identificada)
[cortesia de nuno Soares da Silva]
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