Começaram a chegar ao secretariado do Conselho Geral os primeiros contributos para o planeamento estratégico da Universidade do Minho decorrentes do processo de auscultação da academia lançado pelo Conselho Geral há algumas semanas, e que era suposto abranger um total de 40 grupos de trabalho integrando cada um deles 5 membros oriundos dos diversos corpos de actores que dão expressão material à UMinho.
Sendo embora cedo para tirar conclusões globais sobre a valia dos contributos daí resultantes, anoto desde já o seguinte:
i) a abordagem seguida pelos diferentes grupos parece diferenciar-se, o que é particularmente saudável do ponto de vista do alargamento do debate e da introdução neste de aproximações menos ortodoxas à realidade existente ou a construir;
ii) desde as primeiras leituras, resulta que são feitas análises de situação bastantes distintas em matéria de funcionamento dos serviços e estrutura orgânica, isto é, a realidade que é lida é expressão de uma pluralidade de enfoques, fruto de enquadramentos e experiências diferentes mantidas pelos relatores;
iii) sendo de saudar a heterodoxia, percebe-se amiúde que as leituras de situação feitas e as recomendações elaboradas reflectem um claro défice de visão e de reflexão sobre os princípios e a problemática da gestão da organização, isto é, bem intencionadas que são as ideias veiculadas, falha-lhes em muitos casos o pragmatismo associado à gestão e adequada estruturação da(s) organização(ões);
iv) finalmente, e como não poderia deixar de ser num exercício deste tipo, há quem enuncie soluções do tipo “a metro”, de que é ilustração a proposta de que “nenhum departamento possa ser inferior a metade do maior departamento atual” e “nenhuma escola possa ser inferior a metade da maior escola atual”, o que por si só significaria avançar para uma modificação orgânica radical da UMinho, em completa dessintonia com o processo de construção da instituição mantido até ao presente e, obviamente, de princípios básicos de coerência de reunião em sede institucional das áreas científicas.
Como deixei dito, sendo cedo para fazer o balanço da iniciativa do CG, pese todas as limitações de estruturação e implementação do exercício, continuo a entender que valeu a pena. A heterodoxia que emirja será mesmo o contributo mais revelante a retirar, posto que, falhando realismo e/ou operacionalidade a muitas propostas, daí há-de resultar a oportunidade para que seja feita alguma reflexão que crie espaço para soluções mais eficazes e eficientes.
J. Cadima Ribeiro
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