sexta-feira, 11 de março de 2011

A UMinho fundação? Ecos do "4º Debate" do CG

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Uma palavra para terminar sobre o Conselho Geral a que pertenço e ligada a tudo o que acabámos de dizer.
O Conselho Geral tem feito, ao longo destes dois anos, um trabalho com interesse mas ainda muito longe do que lhe deve ser exigido.
A meu ver o CG não resolveu ainda o problema da sua relação com a Academia. Ele não tem conseguido comunicar com ela, como deve, pois a representa.
A informação na UM está, aliás, longe de circular como devia. Como membro do Conselho Geral tenho tido dificuldade em obtê-la (há um esquema muito burocrático e perverso de acesso à informação e depois de muito esforço ela por vezes é dada com a informação de reservada o que impede a respectiva difusão) .
Acresce que um exemplo expressivo dessa falha de comunicação do CG com a Academia é, desde logo, a participação exígua nos debates sobre o regime fundacional que ele próprio organizou e de que este é o último.
O CG tem de ter a arte de auscultar melhor a UM para poder tomar a deliberação fundamentada para que foi convocado.
Há vários modos de o fazer mas este - que teve, aliás, três sessões de muito interesse - não serviu.
Acresce que o Conselho Geral foi claramente ultrapassado nesta questão da passagem ao regime fundacional.
Diz o Programa de Acção para o Quadriénio 2009-2013 da UM aprovado pelo Conselho Geral que este deveria criar, sob proposta do Reitor, “um grupo de trabalho para analisar as vantagens e as desvantagens do modelo fundacional face à realidade da Universidade do Minho” . Ora o CG não formou esse grupo de trabalho de análise e antes passou a debater sem mais a passagem ao regime fundacional.
Continuo a considerar que o programa de acção estava certo e que o CG não o deveria ter desrespeitado como desrespeitou.
E assim como há quem diga que se as coisas correrem mal sempre se pode regressar ao regime anterior, coisa que só aparentemente será fácil, também se pode dizer que há tempo para passar ao regime fundacional sem pressas para que se for o caso, se possa dar um passo bem medido.
Volto ao princípio o que mais interessa à Universidade do Minho é unir as pessoas, pelo menos as que mais se interessam pela Universidade para a fazer avançar.
Não podemos perder de vista que o regime (o actual ou o fundacional) é um instrumento não é o essencial.
E para o principal não há tempo a perder.
Não se espere pela mudança para o regime fundacional para fazer da Universidade do Minho uma instituição com voz a nível nacional, como ao longo destes debates repetidamente se chamou a atenção.
Uma instituição que seja escutada pelo que nela se diz e faz nos mais diversos domínios do saber. Desde as ciências humanas e sociais (literatura, filosofia, educação, economia, ciência política, ciência da administração, sociologia e tantos outros) às ciências ditas exactas (física, química, matemática, ciências da natureza e tantas outras, não podendo ser esquecidas nem as engenharias, nem a medicina).
[...]»
António Cândido de Oliveira
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(excerto da parte final da posição tomada pelo colega referenciado na sua intervenção de abertura no debate de ontem, da iniciativa do CG)

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