No dia 3 de março passado, três docentes do IE esgrimiram argumentos num acalorado debate em torno do regime fundacional, numa sessão organizada por um grupo de trabalho sobre este tema, a pedido da Presidência do IE. Sessão com pouca gente presente, 25-30 pessoas.
Começou por falar o Prof. Licínio Lima, bem conhecido na UM pelo seu posicionamento contra o regime fundacional. Denunciou a assinatura de uma petição pública contra a instituição de universidades-fundação, que ele próprio subscrevera, por ilustres membros da academia minhota que hoje defendem a transformação da UM em regime fundacional, tais como Sérgio Machado dos Santos e Rui Vieira de Castro. Insurgiu-se contra a mudança de crenças por parte destas pessoas (uma delas na mesa) e considerou que tal se devia a uma ‘venda da alma da universidade ao diabo’, sendo que este seria o liberalismo económico desenfreado.
Seguiu-se uma comunicação mais calma, por parte da Prof. Maria Clara Costa Oliveira (que assumiu estar em representação do NDNR), focalizando-se numa análise hermenêutica do texto da lei que institui as universidade fundação, fazendo notar a vacuidade do texto legislativo e como tal é perigoso, por –no seu entender- necessitar de legislação mais precisa, ainda não existente. Lembrou também que ninguém conhece as cláusulas de contrato entre os reitores das universidades-fundação actuais e o governo. Da sua exposição, retirou-se que seria muito imprudente avançar para um negócio do qual as regras não são conhecidas, e muitas estão ainda por estipular. Defendeu ainda que as escolas/centros de investigação/spin off da UM que se sintam seguras deverão seguir para regime fundacional, como previsto na lei, não obrigando as UO que não estejam de acordo a avançar nesse sentido (defendeu a realização de um referendo por escolas, a entregar aos membros do CG antes da votação final).
De seguida tomou a palavra o vice-reitor Rui Vieira de Castro que apresentou uma comunicação menos estruturada que as anteriores, defendendo as vantagens de gestão financeira e de pessoal que, em continuidade com aquilo que vem sido enunciado pelos debates pró-fundação organizados pelo CG. Na altura do debate teve ocasião de enunciar que se as humanidades se encontram em apuros financeiros, são, no seu entender, as principais responsáveis por essa situação. Argumentou várias vezes que era preciso estar de boa fé neste processo, acreditar na palavra da tutela.
O debate que se seguiu deu origem a um confronto bastante emotivo por parte dos dois protagonistas masculinos, tendo a colega optado – em algumas ocasiões –por lhes oferecer o seu tempo de resposta, face a perguntas da assistência. De dedos em riste, virados um para o outro, os dois colegas pareceram sobretudo não se perdoarem mutuamente ambos virem de uma tradição marxista.
A sessão terminou com o Presidente do IE a agradecer a participação de todos, e especialmente dos oradores convidados.
NDNR
Começou por falar o Prof. Licínio Lima, bem conhecido na UM pelo seu posicionamento contra o regime fundacional. Denunciou a assinatura de uma petição pública contra a instituição de universidades-fundação, que ele próprio subscrevera, por ilustres membros da academia minhota que hoje defendem a transformação da UM em regime fundacional, tais como Sérgio Machado dos Santos e Rui Vieira de Castro. Insurgiu-se contra a mudança de crenças por parte destas pessoas (uma delas na mesa) e considerou que tal se devia a uma ‘venda da alma da universidade ao diabo’, sendo que este seria o liberalismo económico desenfreado.
Seguiu-se uma comunicação mais calma, por parte da Prof. Maria Clara Costa Oliveira (que assumiu estar em representação do NDNR), focalizando-se numa análise hermenêutica do texto da lei que institui as universidade fundação, fazendo notar a vacuidade do texto legislativo e como tal é perigoso, por –no seu entender- necessitar de legislação mais precisa, ainda não existente. Lembrou também que ninguém conhece as cláusulas de contrato entre os reitores das universidades-fundação actuais e o governo. Da sua exposição, retirou-se que seria muito imprudente avançar para um negócio do qual as regras não são conhecidas, e muitas estão ainda por estipular. Defendeu ainda que as escolas/centros de investigação/spin off da UM que se sintam seguras deverão seguir para regime fundacional, como previsto na lei, não obrigando as UO que não estejam de acordo a avançar nesse sentido (defendeu a realização de um referendo por escolas, a entregar aos membros do CG antes da votação final).
De seguida tomou a palavra o vice-reitor Rui Vieira de Castro que apresentou uma comunicação menos estruturada que as anteriores, defendendo as vantagens de gestão financeira e de pessoal que, em continuidade com aquilo que vem sido enunciado pelos debates pró-fundação organizados pelo CG. Na altura do debate teve ocasião de enunciar que se as humanidades se encontram em apuros financeiros, são, no seu entender, as principais responsáveis por essa situação. Argumentou várias vezes que era preciso estar de boa fé neste processo, acreditar na palavra da tutela.
O debate que se seguiu deu origem a um confronto bastante emotivo por parte dos dois protagonistas masculinos, tendo a colega optado – em algumas ocasiões –por lhes oferecer o seu tempo de resposta, face a perguntas da assistência. De dedos em riste, virados um para o outro, os dois colegas pareceram sobretudo não se perdoarem mutuamente ambos virem de uma tradição marxista.
A sessão terminou com o Presidente do IE a agradecer a participação de todos, e especialmente dos oradores convidados.
NDNR
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PS: porque é legítimo que pessoas diferentes façam leituras distintas do que é dito por alguém, assim como é de todo ajustado repor a verdade "dos factos" quando esta pareça estar em causa, esclareça-se que o colega Lícinio Lima nos fez presente que uma parte do relato do que disse, disponível acima, não corresponde aos factos. Trata-se da parte em que se refere que ele disse que o Prof. Sérgio Machado dos Santos tinha mudado de ideias. Como nos transmitiu, disse sim que ele assinou a petição, mas acrescentou: "Nunca disse que o Prof. Sérgio Machado dos Santos era adepto da Fundação e tinha mudado de ideias".
Para que conste...
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