As complexas mudanças e desafios que se colocam à sociedade actual com impactos visíveis mas ainda não totalmente absorvidos, como, por exemplo, o ritmo exponencial da evolução da ciência e da tecnologia, as tecnologias da informação e comunicação, a internacionalização e a globalização implicam novas exigências na arquitectura de espaços e lugares e na configuração dos ambientes de trabalho no campus universitário. Cada vez mais, a sustentabilidade e o respeito pelos ecossistemas se impõem como factores determinantes para o sucesso do ensino e da investigação pois contribuem decisivamente para que as pessoas se sintam mais motivadas, mais realizadas e mais felizes.
Antecipam-se para a Universidade do futuro mudanças fundamentais para as quais devem ser dadas respostas adequadas e em tempo útil, sob o risco de se comprometer o seu próprio desenvolvimento, nomeadamente: (i) demográficas (declínio demográfico; mais alunos em tempo parcial; maior pressão sobre a formação pós-graduada; aumento do número de estudantes estrangeiros; aumento do número de mulheres estudantes); (ii) tecnológicas (renovação da importância das bibliotecas, jornais e revistas na investigação; a importância crescente do e-learning; a aprendizagem em pequenos grupos e em espaços informais); (iii) internacionalização (a implementação do processo de Bolonha constitui um desafio à formação, cria exigências novas de competitividade e incentiva a cooperação inter-universitária). Neste contexto, a questão dos espaços e das instalações universitárias assume relevância especial.
A necessidade de implementar formas diferentes de ensino, com a crescente importância do ensino tutorial, o acolhimento de novos públicos e novos projectos de ensino implica a disponibilidade de espaços lectivos versáteis, polivalentes e flexíveis, o que requer abertura para a alteração, transformação e adaptação de espaços existentes. A existência de espaços que motivem prestígio internacional e a disponibilidade de infra-estruturas de acolhimento de estudantes estrangeiros pode constituir, neste contexto, aspecto diferenciador de atractividade.
A comunidade académica distingue-se por conter, dentro de si própria, a essência da abertura ao conhecimento e a criatividade. Um campus inovador deve proporcionar os melhores serviços, grande satisfação social e espaços de lazer, de forma a potenciar um trabalho interactivo de equipas de estudantes e investigadores e banalizar a formação de equipas mistas com a comunidade e as empresas. Esta visão pode ser também determinante para o sucesso na grande competição que começa a verificar-se na atracção de financiamentos, investigadores e novos talentos.
Com o aproveitamento dos meios tecnológicos disponíveis é possível desenhar um campus ambientalmente sustentável baseado em princípios modernos de racionalização de custos, onde os espaços simples e combinados, criados em ambientes naturais com a presença de água, permitam usufruir do convívio com a natureza.
O nível ecológico de um campus deve ser um elemento fundamental de análise ao desempenho dos seus espaços e lugares. As suas ligações à cidade, a criação de praças e a sustentabilidade dos edifícios (consumo de energia para aquecimento e iluminação, nível de CO2, uso de energia solar, nível de reciclagem e reutilização de água, aplicação de soluções bioclimáticas em telhados e fachadas) constituem peças fundamentais para garantir um modelo de harmonia espacial e de sensibilidade relativamente à natureza.
Desta forma, para além do papel na formação, investigação e transferência de conhecimento, a Universidade comporta-se, também, como agente de desenvolvimento sustentável, contribuindo para o aumento da competitividade global da sociedade.
José M. P. Vieira
Antecipam-se para a Universidade do futuro mudanças fundamentais para as quais devem ser dadas respostas adequadas e em tempo útil, sob o risco de se comprometer o seu próprio desenvolvimento, nomeadamente: (i) demográficas (declínio demográfico; mais alunos em tempo parcial; maior pressão sobre a formação pós-graduada; aumento do número de estudantes estrangeiros; aumento do número de mulheres estudantes); (ii) tecnológicas (renovação da importância das bibliotecas, jornais e revistas na investigação; a importância crescente do e-learning; a aprendizagem em pequenos grupos e em espaços informais); (iii) internacionalização (a implementação do processo de Bolonha constitui um desafio à formação, cria exigências novas de competitividade e incentiva a cooperação inter-universitária). Neste contexto, a questão dos espaços e das instalações universitárias assume relevância especial.
A necessidade de implementar formas diferentes de ensino, com a crescente importância do ensino tutorial, o acolhimento de novos públicos e novos projectos de ensino implica a disponibilidade de espaços lectivos versáteis, polivalentes e flexíveis, o que requer abertura para a alteração, transformação e adaptação de espaços existentes. A existência de espaços que motivem prestígio internacional e a disponibilidade de infra-estruturas de acolhimento de estudantes estrangeiros pode constituir, neste contexto, aspecto diferenciador de atractividade.
A comunidade académica distingue-se por conter, dentro de si própria, a essência da abertura ao conhecimento e a criatividade. Um campus inovador deve proporcionar os melhores serviços, grande satisfação social e espaços de lazer, de forma a potenciar um trabalho interactivo de equipas de estudantes e investigadores e banalizar a formação de equipas mistas com a comunidade e as empresas. Esta visão pode ser também determinante para o sucesso na grande competição que começa a verificar-se na atracção de financiamentos, investigadores e novos talentos.
Com o aproveitamento dos meios tecnológicos disponíveis é possível desenhar um campus ambientalmente sustentável baseado em princípios modernos de racionalização de custos, onde os espaços simples e combinados, criados em ambientes naturais com a presença de água, permitam usufruir do convívio com a natureza.
O nível ecológico de um campus deve ser um elemento fundamental de análise ao desempenho dos seus espaços e lugares. As suas ligações à cidade, a criação de praças e a sustentabilidade dos edifícios (consumo de energia para aquecimento e iluminação, nível de CO2, uso de energia solar, nível de reciclagem e reutilização de água, aplicação de soluções bioclimáticas em telhados e fachadas) constituem peças fundamentais para garantir um modelo de harmonia espacial e de sensibilidade relativamente à natureza.
Desta forma, para além do papel na formação, investigação e transferência de conhecimento, a Universidade comporta-se, também, como agente de desenvolvimento sustentável, contribuindo para o aumento da competitividade global da sociedade.
José M. P. Vieira
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