Este texto assenta em dois pressuspostos: o mais importante capital de um país é a formação científica, técnica e moral dos seus cidadãos; o sucesso de um país decide-se nas suas organizações formadoras. Com base nestes pressupostos, se lança a pergunta: o que faz a universidade pela competitividade do nosso país? A sua resposta, acredito, inspira e inspirará os líderes deste movimento.
As definições de Responsabilidade Social (RS) são tendencialmente muito vagas e ambíguas, dificultando a operacionalização do conceito e a classificação da realidade em categorias pela teoria viabilizadas. Proponho esta definição como aceitável: actuação orientada e comprometida para valorização do que é directamente importante para a sociedade. A actuação orientada implica politicas e objectivos. O comprometimento implica inclusão na missão e na axiologia organizacional. Ou seja, a RS implica politicas e valores para disponibilizar à sociedade o que ela necessita. Nestes termos, qual pode ser a RS de uma universidade? Proponho resposta organizada em três campos - a formação de cidadãos excelentes, o desenvolvimento da excelência organizacional e a libertação da criatividade pessoal e organizacional.
a) Criação de cidadãos para sociedade de excelência
A formação, incluindo ensino-aprendizagem-avaliação, favorece este ideal social e imperativo nacional? Quais são os valores adoptados e partilhados que orientam a conduta formativa? De que modo os agentes educacionais os actualizam na sua conduta diária? Os processos formativos e avaliativos exploram as sinergias da educação, científica e moral? Qual o ideal de cidadão a construir na universidade através dos seus diferentes projectos educativos? Onde se vislumbra, em que documentos e práticas estruturadas, a relação entre esse ideal e a identidade da universidade?
b) Valorização da excelência das organizações
A competitividade de um país depende da competividade das organizações, bem o sabemos desde que Porter formulou esta relação. E que a competitividade das organizações depende da competitvidade dos seus cidadãos organizacionais, também parece claro. Mas, qual é a função da universidade na estimulação do desenvolvimento das organizações? Tem a universidade uma politica estimuladora de intervenção no ambiente organizacional e de desenvolvimento das organizações que nele operam? Existe alguma relação entre essa politica e os requisitos da progressão na carreira docente, de modo a estimular desejável intercâmbio?
c) Libertação da capacidade criativa
A universidade beneficia da elevada especialização do seu corpo docente e da progressiva melhoria do seu pessoal de apoio adminsitrativo e técnico, cada vez mais valorizado em processos de formação contínua e acreditação de competências. Contudo, por que parece tão pouco capaz de ajustar os seus processos formativos e administrativos às exigências sociais e económicas actuais, à conformidade da gestão excelente? Por que parece tão rara a melhoria contínua das suas práticas, traduzidas em não conformidades e defeitos impressos em tantos procedimentos que diariamente vivenciamos? Por que ocorre adiamento quase generalizado e não anunciado da aplicação dos promissores princípios de Bolonha à formação?
É preciso adoptar politica de Responsabilidade Social e fazer dela promessa que a todos compromete na realização da universidade e do país. Porque o futuro sempre chega, silencioso e implacável.
Ivo Domingues
As definições de Responsabilidade Social (RS) são tendencialmente muito vagas e ambíguas, dificultando a operacionalização do conceito e a classificação da realidade em categorias pela teoria viabilizadas. Proponho esta definição como aceitável: actuação orientada e comprometida para valorização do que é directamente importante para a sociedade. A actuação orientada implica politicas e objectivos. O comprometimento implica inclusão na missão e na axiologia organizacional. Ou seja, a RS implica politicas e valores para disponibilizar à sociedade o que ela necessita. Nestes termos, qual pode ser a RS de uma universidade? Proponho resposta organizada em três campos - a formação de cidadãos excelentes, o desenvolvimento da excelência organizacional e a libertação da criatividade pessoal e organizacional.
a) Criação de cidadãos para sociedade de excelência
A formação, incluindo ensino-aprendizagem-avaliação, favorece este ideal social e imperativo nacional? Quais são os valores adoptados e partilhados que orientam a conduta formativa? De que modo os agentes educacionais os actualizam na sua conduta diária? Os processos formativos e avaliativos exploram as sinergias da educação, científica e moral? Qual o ideal de cidadão a construir na universidade através dos seus diferentes projectos educativos? Onde se vislumbra, em que documentos e práticas estruturadas, a relação entre esse ideal e a identidade da universidade?
b) Valorização da excelência das organizações
A competitividade de um país depende da competividade das organizações, bem o sabemos desde que Porter formulou esta relação. E que a competitividade das organizações depende da competitvidade dos seus cidadãos organizacionais, também parece claro. Mas, qual é a função da universidade na estimulação do desenvolvimento das organizações? Tem a universidade uma politica estimuladora de intervenção no ambiente organizacional e de desenvolvimento das organizações que nele operam? Existe alguma relação entre essa politica e os requisitos da progressão na carreira docente, de modo a estimular desejável intercâmbio?
c) Libertação da capacidade criativa
A universidade beneficia da elevada especialização do seu corpo docente e da progressiva melhoria do seu pessoal de apoio adminsitrativo e técnico, cada vez mais valorizado em processos de formação contínua e acreditação de competências. Contudo, por que parece tão pouco capaz de ajustar os seus processos formativos e administrativos às exigências sociais e económicas actuais, à conformidade da gestão excelente? Por que parece tão rara a melhoria contínua das suas práticas, traduzidas em não conformidades e defeitos impressos em tantos procedimentos que diariamente vivenciamos? Por que ocorre adiamento quase generalizado e não anunciado da aplicação dos promissores princípios de Bolonha à formação?
É preciso adoptar politica de Responsabilidade Social e fazer dela promessa que a todos compromete na realização da universidade e do país. Porque o futuro sempre chega, silencioso e implacável.
Ivo Domingues
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