Há cerca de 14 ou 15 anos, numa troca de impressões franca e viva com o director de um jornal do Minho onde mantinha colaboração regular, este saiu-se-me com a afirmação de que, ao contrário de mim, não pretendia mudar o mundo. A dita afirmação surpreendeu-me porque a linha editorial do jornal em causa estava longe de ser acomodada. Eu também não pretendia mudar o mundo, só não era capaz de calar a revolta ou o desconforto que me provocavam certos episódios da vida política e social local e nacional.
Depois disso, continuei a ser, a sentir assim, com a diferença que fui ficando progressivamente mais desencantado e menos esperançoso que as coisas mudassem e, mesmo, que houvesse real vontade de tornar o nosso quotidiano e o nosso futuro, como cidadãos e como portugueses, mais risonhos.
Os últimos anos marcaram-me muito, já que até o meu local trabalho deixou de ser refúgio de esperança. A nobreza da missão que sempre acreditei estar associada à Universidade foi cedendo passo a simples jogos de poder, a exercícios de gestão animados pelo mais puro amadorismo, a fugas para diante em matéria de orientação estratégica que não deixassem à vista que o rei ia nu, e não era possuidor de figura que merecesse ser apreciada. Para que tudo ficasse pior, à procissão que ia nos campi de Braga e Guimarães, a certa altura, acabaram por se juntar figurantes vindos directa e expressamente de Lisboa. Claro está que, quem os ouça falar, não os toma por tolos.
Que fazer (como questionaria Lenine, há muitas dezenas de anos, num dos seus livros)? Pois, que havia (há) a fazer senão resistir, mais que não seja para que fiquemos tranquilos com a nossa consciência? Mudar o mundo, eu? Não, simplesmente lutar para que a lama que a enxurrada gerou não nos cubra até ao pescoço ou nos leve com ela.
Resistência, é a resposta, também aqui na Universidade do Minho. É neste espírito que abraço o desafio de que este sítio electrónico dá notícia, que só é novo porque os desafios que se nos põem se renovam cada dia, tal qual devia renovar-se a esperança de termos uma Universidade do Minho melhor, que, por sua vez, só pode ser uma Universidade do Minho ao serviço do desenvolvimento da região e do pais.
Depois disso, continuei a ser, a sentir assim, com a diferença que fui ficando progressivamente mais desencantado e menos esperançoso que as coisas mudassem e, mesmo, que houvesse real vontade de tornar o nosso quotidiano e o nosso futuro, como cidadãos e como portugueses, mais risonhos.
Os últimos anos marcaram-me muito, já que até o meu local trabalho deixou de ser refúgio de esperança. A nobreza da missão que sempre acreditei estar associada à Universidade foi cedendo passo a simples jogos de poder, a exercícios de gestão animados pelo mais puro amadorismo, a fugas para diante em matéria de orientação estratégica que não deixassem à vista que o rei ia nu, e não era possuidor de figura que merecesse ser apreciada. Para que tudo ficasse pior, à procissão que ia nos campi de Braga e Guimarães, a certa altura, acabaram por se juntar figurantes vindos directa e expressamente de Lisboa. Claro está que, quem os ouça falar, não os toma por tolos.
Que fazer (como questionaria Lenine, há muitas dezenas de anos, num dos seus livros)? Pois, que havia (há) a fazer senão resistir, mais que não seja para que fiquemos tranquilos com a nossa consciência? Mudar o mundo, eu? Não, simplesmente lutar para que a lama que a enxurrada gerou não nos cubra até ao pescoço ou nos leve com ela.
Resistência, é a resposta, também aqui na Universidade do Minho. É neste espírito que abraço o desafio de que este sítio electrónico dá notícia, que só é novo porque os desafios que se nos põem se renovam cada dia, tal qual devia renovar-se a esperança de termos uma Universidade do Minho melhor, que, por sua vez, só pode ser uma Universidade do Minho ao serviço do desenvolvimento da região e do pais.
Braga, 22 de Outubro de 2008
J. Cadima Ribeiro
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