A qualidade do serviço da Universidade deverá, entre outros aspectos, medir-se pela utilidade desse serviço a favor da sociedade envolvente. Desde logo, ao nível da formação de profissionais qualificados que coloca efectivamente no mercado, da investigação que pratica e dos serviços de natureza técnica e/ou científica que presta à comunidade.
Nas diversas avaliações externas independentes a que tem sido sujeita, a nossa Universidade tem, de modo geral, sido bem avaliada, nas várias componentes atrás mencionadas. O que, sendo motivo de satisfação, não nos deve impedir de realizar uma reflexão crítica sobre a utilidade que, de facto, temos tido, para a sociedade. Por forma a encontrar pontos onde, eventualmente, possamos melhorar ainda a nossa capacidade de servir. Vejamos então alguns tópicos que me parecem com alguma relevância para o tema:
Nas diversas avaliações externas independentes a que tem sido sujeita, a nossa Universidade tem, de modo geral, sido bem avaliada, nas várias componentes atrás mencionadas. O que, sendo motivo de satisfação, não nos deve impedir de realizar uma reflexão crítica sobre a utilidade que, de facto, temos tido, para a sociedade. Por forma a encontrar pontos onde, eventualmente, possamos melhorar ainda a nossa capacidade de servir. Vejamos então alguns tópicos que me parecem com alguma relevância para o tema:
Ensino
Parece evidente que o ensino deverá estar adaptado às reais necessidades do mercado de trabalho, começando pela escala local (a que mais óbvia capacidade empregadora tem) e indo até à escala europeia. Para tal, as ofertas de ensino deverão estar ajustadas ao mercado. Nem sempre tem sido assim, não tendo havido sempre essa preocupação. O que levou ao desaparecimento precoce de algumas ofertas a que estavam associados níveis de procura e de empregabilidade reduzidos. As recentes reformulações para adapatar o nosso ensino aos compromissos de Bolonha deveriam, por isso, ter constituído uma oportunidade para repensar estes aspectos. Todavia, a forma precipitada e algo ligeira com que o processo foi encarado pelos nossos dirigentes, e que culminou com algumas “imposições” e pouco debate, consagrou o desperdício dessa oportunidade que estava aberta, pelo menos nalgumas das Escolas. A título de exemplo, pergunto que utilidade tem para o mercado (e para os nossos alunos) que, em determinados projectos de ensino de Engenharia, o primeiro ciclo conduza a licenciaturas designadas de “Licenciatura em Ciência da Engenharia de ...”. Esse primeiro ciclo deveria, segundo o princípio de Bolonha, preparar profissionais qualificados para entrar no mercado de trabalho. O que, na minha opinião, não parece estar garantido desde logo. Há, por isso, no meu entender, aspectos que devem ser repensados, de forma o mais participada possível. Esses processos só são possíveis com uma estrutura dirigente da Universidade que aposte na participação efectiva dos seus membros na definição dos assuntos importantes. E muito dificilmente o serão se assentes no modelo centralista que foi instituído internamente nos últimos anos.
(continua em breve: 2ª parte – Investigação)
Fernando Castro
(Departamento de Engenharia Mecânica, EEng.)
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