domingo, 29 de março de 2015

"Espaços verdes dos Campi - uma reflexão e um desafio"

«Caros colegas

Gostaria de partilhar convosco uma situação que se passou com uma aluna e que por acaso me foi relatada.

Com o início dos dias de sol, a referida aluna aproveitou uns minutos de descanso e estendeu-se num dos relvados do Campus de Gualtar. Para sua surpresa, foi abordada por um segurança que lhe comunicou que não podia estar deitada na relva.

Não sei se foi excesso de zelo por parte do segurança ou se realmente são essas as instruções recebidas. Em qualquer dos casos, a situação merece reflexão e é no mínimo estranha.

Aproveito a ocasião para lançar o desafio à Reitoria no sentido de repensar os espaços verdes dos Campi. Por muito agradáveis que possam aparentar, estão longe de poder cumprir por completo o papel que poderiam ter. Um espaço verde universitário, para além do seu papel meramente estético deveria desempenhar outras funções.

Como docente na Biologia, sou confrontado repetidas vezes com as queixas dos alunos de que faltam aulas de campo (e com alguma razão).
Ora os Campi, com uma gestão inteligente, poderiam facilmente colmatar essa lacuna. Além disso, estando as preocupações ambientais cada vez mais arreigadas na consciência colectiva e sendo um dos problemas ambientais nacionais a falta de conhecimento/desvalorização do património natural nacional, um espaço verde em que se recorre principalmente a espécies autóctones (a nossa flora compreende muitas espécies de valor ornamental e de baixa ou nula manutenção) teria um valor pedagógico significativo. A título de exemplo do que pode ser o Campus, temos o caso do Campus da UTAD

Se olharmos para os Campi actuais, verificamos a existência de um espaço que até é agradável mas que enferma de vários factores, nomeadamente no que diz respeito à escolha das espécies plantadas. Com raríssimas excepções, as espécies escolhidas são exóticas, tendo sido mesmo plantada uma espécie invasora, cuja utilização é proibida por lei. O espaço, tal como está, exige manutenção constante, com os custos inerentes. A manutenção nem sempre é a mais adequada, assistindo-se a podas desastrosas e nem sempre justificáveis (como por exemplo a dos 2 magníficos medronheiros situados em frente ao pavilhão gimnodesportvo de Gualtar).

O desafio que deixo à Reitoria é este: vamos repensar os espaços verdes dos Campi, pelo menos em Gualtar. Há soluções que permitiriam quase sem custos, transformar o Campus num espaço que pudesse ser simultaneamente um espaço lectivo, num espaço de lazer e sobretudo de muito baixa manutenção. Pela minha parte, estou disponível a colaborar e estou convencido que facilmente teríamos o envolvimento dos alunos neste processo.

Fica o desafio

votos de um bom fim de semana

Pedro Gomes


CBMA - Molecular and Environmental Biology Centre
SPVS – SOCIEDADE PORTUGUESA DE VIDA SELVAGEM
Biology Department
Minho University
Campus de Gualtar
4710-074 Braga
PORTUGAL«

(reprodução de mensagem de distribuição universal, proveniente do colega identificado, que nos caiu ontem na caixa de correio eletrónico)

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