domingo, 15 de março de 2015

"António Cruz Serra alerta para dívida do Estado e quer um novo Ministério para o Ensino Superior"

«São várias as chamadas de atenção e críticas que António Cruz Serra, reitor da Universidade de Lisboa faz a atuação do Governo no setor da educação superior.

António Cruz Serra considera que este é o momento para resolver as incoerências e premiar o desempenho das universidades, passando de uma fórmula distributiva para uma verdadeira fórmula de financiamento.
O atual reitor da Universidade de Lisboa defende que o cálculo de financiamento das universidades seja feito por aluno, tal como acontece com os acordos dos estados com os colégios privados, e para um período de 4 anos.
Mas não só, António Cruz Serra manifesta-se contra a possibilidade avançada pelo governo, de nos próximos 5 anos, cada instituição ficar impedida de aumentar ou reduzir mais de 10%, o número de estudantes em cada ano e defende que em alternativa seja criada dotação à parte para promover a existência das universidades e politécnicos do interior.
Já em relação à proposta apresentada pelo governo e que prevê que o financiamento das universidades passe a estar sujeito a um conjunto de critérios que passam pelo numero de alunos e pela investigação cientifica que produzem, Cruz Serra revela que a proposta tal como está leva a que exista uma “variação brutal” dentro de cada universidade, para cada uma das faculdades, com variações de mais de 10%.
Neste entrevista à Antena1 e ao Diário Económico, o reitor da Universidade de Lisboa revela ainda que nesta altura as universidades ainda não sabem qual é o orçamento de 2015, ou seja, qual é o reforço do orçamento por conta dos aumentos dos salários que resultaram das decisões do Tribunal Constitucional. 
Cruz Serra estima que o Estado esteja a dever ao ensino superior mais de 40 milhões de euros.
Quanto ao próximo governo, Cruz Serra espera que volte a existir um Ministro para a Ciência e Ensino Superior. Um ministro para o ensino superior, no seu entendimento permitiria influenciar decisões, facilitar o relacionamento com o ministério das finanças e dar mais autonomia ao ensino superior.»

(reprodução de notícia RTP NOTÍCIAS, de 14 Mar, 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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