«Manuel Heitor pede um
"combate cerrado"a estas práticas académicas.
O
ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, expressou
nesta sexta-feira, em Braga, o seu "repúdio total" pelas praxes
académicas, "qualquer que seja a sua forma", e apelou a um
"combate cerrado" àquelas práticas de recepção ao caloiro.
"É uma das maiores pragas que temos de
combater", referiu Manuel Heitor, que falava na Universidade do Minho, na
abertura de um seminário sobreOrganização e
desenvolvimento do ensino superior.
O governante manifestou o seu apoio "a todos aqueles
que se têm batido contra a prática de praxes académicas e outras práticas
boçais e grosseiras que hoje continuam a ocorrer no contexto do ensino superior
em Portugal".
Há dias, 100 personalidades subscreveram um a carta aberta, intituladaIntegração no Ensino Superior: a democracia faz-se de
alternativas e dirigida a todas as instituições de ensino
superior, em que pedem alternativas à praxe.
Vincando o "repúdio total pelas praxes académicas,
qualquer que seja a sua forma", Manuel Heitor adiantou que vai escrever a
todos os responsáveis pelas instituições de ensino superior a pedir "um
combate cerrado" àquelas práticas.
Para o ministro, terá de haver uma
"co-responsabilização" das instituições, "não só dentro das
instalações mas de uma forma geral", por se tratar de "um processo
social complexo, que tem de ser percebido e combatido diariamente todos os
anos".
" [As praxes] devem ser combatidas por todos,
estudantes, professores e, muito especialmente, por todos os responsáveis por
instituições politécnicas e universitárias, independentemente do local da
ocorrência", defendeu.
Sublinhou que o sistema de reporte de praxes está
acessível na Direcção-Geral do Ensino Superior e que todos os processos serão
enviados para o Ministério Público. "Porque hoje temos de considerar
isso como um crime", acrescentou.
Já o presidente do Conselho de Reitores das Universidades
Portuguesas, António Cunha, defendeu que as universidades "têm de ser
espaços de liberdade" e instituições "comprometidas com os valores
humanistas". "Ninguém pode ser obrigado a fazer o que não quer
fazer", afirmou António Cunha, também reitor da Universidade do Minho.
Para Cunha, as universidades "têm de reagir a
comportamentos e práticas que perturbem as demais actividades e que sejam
atentatórios da dignidade humana e dos valores humanistas".»
(reprodução de notícia PÚBLICO
online, de 08/07/2016)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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