"Fundação para a Ciência e Tecnologia vai atribuir 2416 bolsas ao abrigo de noventa e seis Programas de Doutoramento que envolvem universidades portuguesas, universidades internacionais e empresas. O investimento total será de 190 milhões de euros.
Em 2012 e 2013, num total de 450 candidaturas a Programas de Doutoramento por parte de Universidades, Unidades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e empresas, nacionais e internacionais, foram aprovadas noventa e seis pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). No âmbito destes Programas, no total serão atribuídas 2416 bolsas de doutoramento durante oito anos.
O financiamento da FCT será de 190 milhões de euros para os Programas de Doutoramento, como explicou Leonor Parreira, Secretária de Estado da Ciência em Conferência de Imprensa.
«Nos dois primeiros Concursos foram aprovados para financiamento noventa e seis Programas em todas as áreas científicas e tecnológicas desde as Humanidades às Ciências Exatas», explicou Leonor Parreira e acrescentou que «os Programas selecionados correspondem a 22% das candidaturas apresentadas, envolvem perto de 2500 bolsas de doutoramento durante os próximos quatro a cinco anos, bem como financiamento suplementar para atividades formativas num investimento total de fundos públicos que ronda os 190 milhões de euros».
Do total dos noventa e seis Programas de Doutoramento aprovados, 65% são de âmbito nacional, 28% de âmbito internacional e 7% desenvolver-se-ão em ambiente empresarial.
No que se refere aos Programas de Doutoramento de âmbito nacional e internacional, a área das Ciências Exatas e da Engenharia é a que abarca o maior número de Programas de Doutoramento (35), seguida da área das Ciências Sociais e Humanas (27), das Ciências da Vida e da Saúde (17) e das Ciências Naturais e do Ambiente (10).
Dos setes Programas em ambiente empresarial aprovados – que terão um cofinanciamento mínimo de 25% por parte das empresas – três são na área das Ciências da Vida e da Saúde, três na área das Ciências Exatas e da Engenharia e um na área das Ciências Naturais e do Ambiente.
Os Programas de Doutoramento em ambiente empresarial duplicaram de 2012 para 2013, destacou Leonor Parreira que afirmou que este aumento revela «um interesse de várias das nossas empresas, quer grandes empresas quer pequenas e medias empresas, em responder a este novo instrumento de apoio a uma formação doutoral mais próxima das especificidades do mundo empresarial».
A Secretária de Estado da Ciência referiu ainda que numa altura em que as empresas portuguesas acolhem apenas 3% dos doutores em comparação com 30% de doutores nas empresas estrangeiras, estes novos Programas de Doutoramento são «um primeiro e importante passo no caminho que ainda temos de trilhar para educar uma nova geração de doutores preparados para o mercado não académico».
Leonor Parreira acrescentou ainda que este «é também um excelente instrumento para estreitar os laços entre as nossas universidades, unidades de investigação e as empresas, garantindo a prazo uma maior mobilidade de investigadores altamente qualificados para o tecido produtivo».
Isto porque os Programas Doutorais vêm de alguma forma corresponder à política do Governo que, de acordo com Leonor Parreira, assenta em dois eixos fundamentais. «Por um lado, aumentar a competitividade internacional da nossa Ciência e Tecnologia (C&T) e, por outro lado, aproximar a ciência da indústria para que esta assuma as suas responsabilidades no desenvolvimento da C&T portuguesas e incorpore cada vez mais a ciência e tecnologia modernas na sua atividade».
Numa análise às bolsas atribuídas por disciplinas científicas, o maior número de bolsas será atribuído na área das Ciências Exatas e da Engenharia, ou seja, 1048 bolsas o que corresponde a 44%, seguidas de 564 bolsas ou 23% que serão atribuídas na área das Ciências da Vida e da Saúde, 484 ou 20% na área das Ciências Sociais e Humanas e 320 ou 13% na área das Ciências Naturais e do Ambiente.
Leonor Parreira deixou ainda claro que os resultados dos Programas de Doutoramento, sobre os quais é agora apresentado um primeiro balanço, «mostram que o Concurso Individual anual para Bolsas de Doutoramento deixou de ser desde 2013 o principal mecanismo para formação avançada em Portugal», já que «as Bolsas de Doutoramento financiadas pela FCT passarão de forma progressiva maioritariamente, mas não totalmente, por Programas de Doutoramento FCT selecionados em concurso aberto e competitivo».
Também Miguel Seabra, Presidente da FCT, afirmou que «a partir de 2015 temos um compromisso por parte da FCT anual de cerca de 600 Bolsas de Doutoramento por ano, em que a seleção dos bolseiros é agora descentralizada, deixa de ser feita num Concurso de Bolsas Individuais e passa a ser esse recrutamento e seleção de estudantes por cada um dos Programas Doutorais conforme o pacote de bolsas que foi atribuído a cada um e que neste momento podem gerir»."
[cortesia de Nuno Soares da Silva]