domingo, 3 de maio de 2009

Reflexão sobre uma campanha

(eleição dos representantes dos professores e investigadores para o Senado)

A meu ver - é uma opinião que exprimo - houve um número significativo de eleitores que gostaram do modo como o movimento “Universidade do Minho: Novos Desafios, Novos Rumos”(UM-NDNR) encarou estas eleições.
Nada de agredir ou desprezar as outras listas. Apenas a intenção de mostrar um claro descontentamento e preocupação com a situação actual da nossa Universidade e procurar mostrar que é possível fazer melhor.
A lista começou por apresentar um programa (que, julgo, pouca gente leu, mas isso é outra história) e distribuir dois boletins muito simples: um deles resumindo o programa (provavelmente já mais lido) e outro “Universidade em números” meramente informativo, tendo como objectivo a apresentação de elementos sobre a UM (um boletim que interessasse a todos, gostassem ou não da lista). Durante a campanha, os elementos mais activos da lista percorreram as escolas com o cabeça de lista Fernando Castro à frente, em Gualtar e Azurém, dando a cara e distribuindo os boletins .
Nestas eleições é preciso falar de Fernando Castro. Sugerido para liderar a lista, numa reunião ampla do grupo organizada para fazer o balanço das eleições para o CG e preparar o futuro, ele constituiu, para quem o conhecia, uma confirmação e, para mim, que o conhecia mal (embora me tivesse deixado uma muito boa impressão na campanha anterior), uma excelente surpresa.
Ele soube interpretar e executar o melhor do nosso movimento do qual nunca se isolou durante a campanha e a preparação dela . E marcou desde cedo o rumo: nestas eleições não estavam em causa pessoas (evitando a tradicional e redutora tendência que temos de catalogar as pessoas em boas – as nossas – e péssimas – as que não estão do nosso lado); estavam em causa, sim, políticas.
E aí Fernando Castro foi, de longe, o mais contundente de todos os candidatos. A grande maioria dos colegas não costuma ir a debates, pois parte do princípio que eles não têm interesse, mas os destas eleições tiveram.
E se alguém tiver dúvidas sobre esse interesse , ainda pode ver as intervenções inicial e final de FC que estão no blogue e no site do movimento . Ele preparou-se, estudando (ainda que sem ter a informação que gostava de ter e com a humildade de quem sabia que podia cometer erros de análise) e sobressaiu claramente, apresentando problemas sérios da UM e da respectiva gestão. Enquanto uns discutiam ora subscritores, ora debilidades das outras listas, ele, calado, dizia para quem quisesse “ouvir” : mas essa não é a nossa guerra! Preocupem-se com os problemas da Universidade que não são poucos!
Por isso na intervenção final dizia : “(…) Somos uma lista que não é contra ninguém. Que é, apenas e só, pela Universidade do Minho”. E dizia também, na mesma intervenção, logo a abrir: “O momento actual que se vive na Universidade apresenta vários aspectos particularmente críticos, nomeadamente na componente de gestão financeira, de planeamento estratégico, de organização interna. Esta situação põe em causa e claramente prejudica os muitos esforços individuais dos docentes e investigadores desta casa, inequivocamente avaliados entre os melhores do País. Esta situação, por isso, não nos conforta, antes nos impele a agir, no sentido de ajudar a invertê-la."
Este comportamento da lista fez, a meu ver, a diferença e a academia, através daqueles que mais se interessam pela UM cumprindo o dever de votar, deu uma lição.
Dito isto: importa passar à acção! o Movimento UM-NDNR tem consciência de que só com a colaboração de todos é possível inverter esta situação da UM em que não há dinheiro para o essencial, em que não há concursos nem promoções de pessoal , em que se parece cultivar mais a exclusão do que a inclusão e a motivação.
Há muito trabalho pela frente: o novo Conselho Geral e o novo Senado têm de dar o exemplo.

António Cândido de Oliveira

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