quinta-feira, 24 de março de 2016

"Estudantes do Superior querem travar abandono escolar"

«Associações Académicas assinalam hoje o Dia do Estudante com a entrega de um guia prático ao Governo com 27 medidas que, tomadas a curto e médio prazo, podem travar o abandono escolar.

Os estudantes do ensino superior querem simplificar os processos de transferência e mudança de cursos, escolher a forma de pagamento das propinas e criar um sistema de explicações entre estudantes para as disciplinas com maior taxa de reprovação. Tudo isto iria resultar numa redução do abandono escolar dos estudantes, acreditam as associações académicas.
Estas são apenas algumas das 27 sugestões de curto de médio prazo que os estudantes do ensino superior inscreveram num Guia de Práticas que, acreditam, reduzem o abandono escolar, seja por razões económicas ou vocacionais. O documento “Combate ao abandono escolar” que é hoje entregue à Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES), Maria Fernanda Rollo, pretende assinalar o Dia do Estudante.
Os estudantes sugerem que as explicações às disciplinas com maior reprovação iriam funcionar nas universidades e politécnicos e seriam “os ex-alunos ou os alunos com melhores notas naquelas disciplinas que iriam dar esse apoio ou tirar dúvidas para os exames”, explicou ao Económico Daniel Freitas, presidente da Federação Académica do Porto. Este é, aliás, um sistema que “há alguns anos funcionou como projecto-piloto na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto”, recorda o estudante.
Na generalidade as 27 medidas que constam do Guia Prático são adoptadas em algumas instituições e pelo seu “resultado positivo” os estudantes querem que sejam generalizadas.
É o caso do alargamento da forma de pagamento das propinas que os estudantes querem alargar para mensal, trimestral, semestral e anual. O que “só acontece em algumas instituições”, diz Daniel Freitas.
Apesar do Parlamento ter recomendado a realização de um estudo anual sobre o abandono escolar no Superior, o Ministério do Ensino Superior ainda não o fez.  
Os últimos números reportam ao ano lectivo 2012/2013 quando nesse ano lectivo desapareceram do sistema perto de nove mil alunos, que se conclui que tenham abandonado o Ensino Superior público e privado antes de completarem o primeiro ano do curso. O que significa quase 12% das novas matrículas, desse ano lectivo.
Portugal tem a meta, imposta pela União Europeia, de em 2020 atingir os 40% de diplomados entre os 30 e os 34 anos. Em 2014 a percentagem de diplomados nessa faixa etária estava em 31% “abaixo da expectativa gerada”, lê-se no relatório entregue hoje.  
É por isso “da maior relevância fomentar um maior envolvimento dos docentes, coordenadores de curso, pessoal de apoio técnico” para a “identificação de situações de risco” e travar o abandono escolar, defendem os estudantes que pedem para que este seja um assunto que o Governo coloque em cima da mesa.»

(reprodução de notícia ECONÓMICO online, de 24 de março de 2016)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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