segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Plano de Actividades e Orçamento da Universidade do Minho para 2014: declaração de voto

No quadro da discussão e votação do “Plano de Actividades e Orçamento da UMinho - 2014”, em sede de reunião do Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho realizada nesta data, 27 de Janeiro de 2017, os signatários declaram que se abstiveram na votação do documento pelas seguintes razões:
i) porque, embora sendo sensíveis à preocupação enunciada no doc. sobre os efeitos nefastos na qualidade do desempenho da Instituição de mais uma redução significativa do financiamento proveniente do orçamento de Estado, e ao contexto de incerteza que as políticas nos âmbitos do Ensino Superior e da Investigação têm gerado e vão continuar a gerar, é seu convencimento que há dimensões da gestão proposta que merecem crítica e são geradoras de interrogação;
ii) porque, decorrente das restrições orçamentais a que se alude antes, consideram redobradamente desajustados os objetivos anteriormente definidos no âmbito do  planeamento estratégico, elemento informador central do Plano e Orçamento da Universidade do Minho para o presente ano.
Sublinham-se de seguida alguns daqueles que consideramos ser os aspetos mais críticos da proposta de Plano e Orçamento para 2014 submetidos pela reitoria ao Conselho Geral, seguindo parte do que reteve a Comissão Especializada de Planeamento e Assuntos Financeiros no parecer que elaborou:
- preocupa-nos a inconsistência que o doc. mantém entre a enunciada vontade de preservar e cultivar a motivação dos seus agentes (professores, investigadores, trabalhadores não docentes que atuam nas diferentes áreas da missão da Instituição) e premiar o mérito e a ausência de qualquer instrumento que dê corpo às ideias expressas, o que, obviamente, põe em causa a respetiva capacidade de manter os melhores profissionais e sustentar a posição da UMinho em rankings e outros indicadores da qualidade do desempenho das instituições universitárias. Entende-se, a propósito, que a restrição orçamental não pode ser desculpa para tudo, tanto mais que nesta vertente da motivação e da mobilização dos agentes há muitos outros instrumentos a que Instituição pode recorrer;
- desconforta-nos que a palavra “ética” apareça várias vezes no Plano de Atividades, fazendo-se referência também ao Código de Ética e à existência de uma Comissão de Ética, e haja situações no funcionamento da Instituição em que haja espaço para questionar se esse elemento informador básico esteve presente;
- preocupa-nos o atraso que subsiste no processo de implementação da contabilidade analítica, que é peça muito relevante do processo de transparência da gestão da Universidade, aparte o que possa contribuir para o aumentando da respetiva eficiência e eficácia - sendo algo que vem sendo prometido há anos e resulta de determinação superior, escapa-nos porque não foram reunidas condições ainda para se avançar neste domínio;
- preocupa-nos o crescimento muito significativo, desde 2010 a 2014, do encargo com “Estudos, pareceres, projectos e consultadoria”, sendo caso para questionar a imprescindibilidade e a real utilidade da aquisição externa desses serviços;
- finalmente, e por referência ao enunciado em “4.2 - Linhas Orientadoras do Orçamento”, desconforta-nos a intenção enunciada de “continuação do esforço de diminuição dos custos com energia”, sabida que é a implicação que tal tem em matéria de condições de trabalho proporcionadas aos agentes da instituição (e aos alunos) e de incentivo à qualidade do seu desempenho, num quadro em que entendemos que não há espaço para precarizar mais as condições de aquecimento e refrigeração de salas e gabinetes de trabalho sem atingir dramaticamente a funcionalidade dos espaços.

Braga, 27 de Janeiro de 2017

Os signatários, membros do Conselho Geral da UMinho

 J. Cadima Ribeiro

Rui Ramos


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