«A internacionalização como objetivo estratégico está bem presente nas universidades públicas portuguesas. Aliás, o grau de internacionalização atingido, em quase todas, é hoje muito significativo. E é fundamental que assim seja: a consciência de que o conhecimento é um bem estratégico determinou a sua busca, independentemente de fronteiras; levou à procura de formação superior à escala mundial; implicou dinâmicas de cooperação internacional, essenciais para desenvolver investigação, inovação e as próprias universidades; levou a um crescimento elevadíssimo da mobilidade de estudantes, havendo mais de 4 milhões de estudantes internacionais e estimando-se que esse número atinja os 7,2 milhões em 2025. Realidades bem conhecidas que mais não revelam senão que a dimensão internacional do Ensino Superior segue a par da própria globalização.
Se volto a trazer este assunto a esta coluna é porque continuam por criar condições que ajudem o Ensino Superior português a tirar mais partido da sua qualidade, das vantagens competitivas do país e dos instrumentos entretanto criados, como seja o Estatuto do Estudante Internacional. Condições que permitam afirmar a vocação global das nossas universidades e determinem um posicionamento muito melhor de Portugal enquanto exportador de Ensino Superior excelente.
Escrevo um dia depois de participar numa conferência, na Universidade Nova de Lisboa, de cujo mote retirei aliás o título desta crónica. Um evento que retomou uma preocupação suscitada há três anos, no mesmo local. Ficou agora, como já tinha ficado antes, demonstrado o enorme potencial de exportação das universidades públicas portuguesas. Não é, portanto, de mais diagnóstico que precisamos.
A responsabilidade dos reitores relativamente à internacionalização das suas instituições tem sido assumida e passos muito importantes têm sido dados. Mas seria fundamental que o Governo e outras autoridades, percebendo esse potencial muito significativo - que concretizado ajudará o país e a própria sustentabilidade das instituições - assumissem a sua quota-parte de responsabilidade.
Em particular, na criação de condições que permitam o desenvolvimento de uma imagem internacional forte das universidades, no seu todo, e uma presença marcante nos grandes certames internacionais, como fazem os outros países com quem competimos. Acredito que desta é que vai.
Há que criar condições que permitam o desenvolvimento de uma imagem internacional forte das universidades, no seu todo, e uma presença marcante nos grandes certames internacionais, como fazem os outros países com quem competimos.»
MANUEL ANTÓNIO ASSUNÇÃO
REITOR DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
(reprodução de artigo de opinião JORNAL DE NOTÍCIAS online, de 05 de Abril de 2016)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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