quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

"Reitores esperançosos que 2016 seja ano de aposta no ensino superior"

«Menos burocracia e mais financiamento fazem parte do lote da esperança do CRUP, que gostaria de não ver repetidos alguns erros.

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Cunha, encara com expectativa positiva o ano de 2016, marcado pelo retomar de um Ministério próprio para o ensino superior.
Em declarações à Renascença, António Cunha diz entender que o regresso da pasta é um sinal de uma “maior vontade política de atender o que são as realidades e as especificidades das universidades”. Razão para “uma expectativa muito positiva”.
A expectativa depositada no novo Governo dirige-se também para a solução do financiamento. O CRUP insiste em mais autonomia e menos burocracia. “Esperamos que grande parte dos entraves burocráticos e administrativos à autonomia universitária possa vir a ser removida. São medidas que não implicam mais despesa e que facilitariam muito a vida às universidades tornando-as mais competitivas”, afirma António Cunha.
“Depois, certamente, que gostaríamos de encontrar com o governo modos de voltarmos encontrarmos financiamentos mais adequados”, adianta.
Para o presidente do CRUP, há questões que continuam a inquietar o ensino superior e há “estragos” feitos na ciência que não gostaria de ver repetidos. “Foram processos que, de facto, não foram bem conseguidos e que conseguiram causar estragos significativos no tecido científico nacional”, refere o também reitor da Universidade do Minho, referindo-se à avaliação dos centros de investigação pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
A Universidade do Minho viu agora aprovada, em Conselho de Ministros, a passagem a fundação pública – um exemplo que António Cunha admite que possa vir a ser seguido por outras universidades do país.»


[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

"Sobrinho Simões, o cientista que não presta atenção aos prémios"

« Foi considerado o patologista mais influente do mundo pelos seus pares.

Manuel Sobrinho Simões usa a gravata da Universidade do Porto (UP) com a camisa azul. Esta indumentária formal não é habitual num cientista descontraído, de discurso fácil e humor frequente. “Temos uma apresentação do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S) hoje à tarde”, justifica. A abertura operacional deste superlaboratório com 800 investigadores, que ajudou a criar nos últimos oito anos, é um dos motivos pelos quais 2015 correu muito bem ao patologista. O outro, nas suas palavras, foi a mudança política que considerava "indispensável para o panorama da Ciência e do Ensino Superior”. Mas sobre isso se falará adiante.
Aos argumentos usados por Sobrinho Simões para fazer uma apreciação positiva deste ano escapa, porém, um dos principais motivos para esta escolha do PÚBLICO: foi considerado o patologista mais influente do mundo pelos seus pares. Apesar de já ter recebido, por exemplo, o prémio Pessoa, em 2002, e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pelo Presidente da República, em 2004, continua a manter “uma relação difícil” com os prémios. “Tenho um bocado de vergonha”, confessa. “Fico sempre a perguntar-me: 'mas eu mereço? Não mereço? O que é que isto vale?'”
Desta feita, o galardão quase lhe passava despercebido. A distinção foi divulgada, no início deste mês, pela revista especializada The Pathologist, criada em 2014. A votação decorreu online, durante dois meses, e como o investigador do Porto apenas recebe a edição mensal em papel “nem sabia que estava a acontecer”. Em cima da sua secretária, no Serviço de Anatomia Patológica do Hospital S. João, tem ainda a edição do mês de Novembro da publicação e apenas no número seguinte sairá a notícia da sua eleição. A novidade acabou, assim, por chegar por email, numa mensagem do investigador que ficou em segundo lugar, o britânico Michael Wells, que trabalha no Leeds Teaching Hospitals. ”Ele é que me diz para ir ver o link e eu nem sabia ir ver o link”, conta. Acabou por ser a secretária a confirmar o prémio, que apanhou de surpresa Sobrinho Simões.
Na lista de cem patologistas elencados pela publicação especializada encontrou “60, 70 ou 80" que assegura serem melhores do que ele. Será a sua relação difícil com os prémios a manifestar-se? “Palavra de honra!”, responde. “Eu sou um tipo que sabe patologia da tiroide e das glândulas endócrinas. Aí sou de facto um dos melhores. Mas no resto não”. Sobrinho Simões acabaria por encontrar mais tarde uma justificação para a distinção. O que a revista The Patologist escolheu foi o patologista mais influente no mundo e aí o cientista portuense tem uma história antiga.
O cientista português foi, por exemplo, secretário-geral e depois presidente da Sociedade Europeia de Patologia, no início deste século, tendo por isso estado ligado à criação de várias divisões da Escola Europeia de Patologia como as de Ancara (Turquia) e Moscovo (Rússia) ou em diferentes países da Europa Central do e do Leste, casos da Polónia, Roménia e Sérvia. Na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) recebe estudantes do Brasil para formação há vários anos e, cada vez mais, pupilos oriundos de outros países sul-americanos. Além disso, nos últimos anos tem ensinado na Argélia e noutros países do Norte de África. Um percurso com alcance mundial que acaba por alargar o seu reconhecimento.
No texto em que a revista The Patologist justifica a escolha encontram-se outras pistas para perceber a sua importância mundial. São citadas, por exemplo, as suas contribuições para o diagnóstico clínico de cancro da tiroide, cujo protocolo é seguidos por “patologistas de hospitais dos quatro cantos do mundo” e elogiada a sua “disponibilidade para partilhar aquilo que sabe”, bem como o facto de ter contribuído “mais do que qualquer outras pessoa para a visibilidade da patologia na Europa”. “Foi muito agradável no fim do ano ter essa notícia”, acaba por reconhecer Sobrinho Simões. Mas insiste que “as outras duas são mais importantes”.
Manuel Sobrinho Simões é bisneto, neto, filho – e agora também pai – de médicos, tendo-se formando em Medicina pela FMUP, em 1971. Foram, porém, a investigação e a patologia que lhe conquistaram a atenção, tendo depois feito o doutoramento e pós-doutoramento na área. É professor catedrático da UP desde 1988 e, no ano seguinte, criou o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), um dos laboratórios europeus acreditados pelo Colégio Americano de Patologistas.
O instituto, que continua a dirigir, está prestes a “perder visibilidade”. Mas é por um bom motivo. Vem aí “algo maior”, diz. E isso entusiasma-o. Manuel Sobrinho Simões recebeu o PÚBLICO na mesma tarde em que o I3S, o superlaboratório do qual o Ipatimup é um dos três fundadores, era apresentado aos colegas da universidade e a empresas e outros parceiros. A inauguração oficial só deverá acontecer em Março, mas a abertura operacional, que aconteceu na semana passada, marcou o ponto final de um processo de mudança iniciado há três meses. Desde então, o novo edifício, contruído no pólo universitário de Asprela, no Porto, recebeu os equipamentos dos três centros que deram origem ao novo superlaboratório: o Ipatimup, o Instituto de Biologia Molecular e Celular e o Instituto de Engenharia Biomédica.
Um investimento de 21,5 milhões de euros permitiu juntar debaixo do mesmo tecto cerca de 800 investigadores, envolvidos em 192 projectos de investigação. A equipa de 160 funcionários de apoio e os custos anuais de funcionamento de pelo menos os 18 milhões de euros permitem compreender a dimensão da nova estrutura. Sobrinho Simões está entusiasmado, mas está também assustado. “É uma responsabilidade horrorosa. Passamos de uma operação pequenina, para uma operação gigantesca”, salienta. A mudança vai permitir “ganhos de escala brutais” e juntar “gente extraordinária” e essa é a sua principal mais-valia.
O novo o I3S organiza-se em torno de três grandes programas: cancro; neurociências e doenças degenerativas; interacção entre hospedeiro, patogénicos e dispositivos médicos, que juntarão investigadores dos três laboratórios de origem. Sobrinho Simões vai continuar a liderar a área do cancro e a sua intenção é aproveitar as condições proporcionadas pelo novo centro se constituir como um centro de excelência internacional no chamado cancro familiar.
Essa designação engloba não só os cancros hereditários – que têm uma explicação genética – mas também aqueles em que há um fenómeno declustering familiar. Ou seja, por muito que não se conheça o gene que provoca o cancro, encontra-se uma relação forte na sua prevalência em membros das mesmas famílias, como nos casos dos cancros da próstata ou da tiroide. “Queremos ser o sítio da Europa aonde toda a gente recorre quando tem um cancro familiar”, sintetiza. Sem capacidade de competir com os grandes centros de investigação médica mundiais nos cancros mais frequentes, nem nos mais mortais, o I3S vai concentrar-se num nicho.
De volta à política. Sobrinho Simões foi uma das primeiras vozes críticas da política científica seguida pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho nos últimos quatro anos. Há dois anos, numa entrevista ao PÚBLICO, denunciou o que considerava ser “uma espécie de destruição criativa” na ciência, antecipando o movimento de contestação aos cortes no financiamento público e às novas regras de apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia a investigadores e laboratórios que acabou por dominar o ano seguinte no sector. A esta distância, o cientista comenta: “Tinha razão”.
Classifica a tutela de Nuno Crato sobre a ciência como “terrível”: “Estimulou o individualismo num país que já tem tendência a ser minifundiário”, avalia Sobrinho Simões. E destruiu instituições “fundamentais” para o sistema científico nacional, acrescenta. Mesmo que estejam a ser capazes de atrair cada vez mais financiamento de projectos europeus para a sua actividade, "os investigadores portugueses precisam de instituições que os acolham. A ciência não se pode fazer no deserto”, defende.
Não podia, por isso, estar de acordo com a orientação dos últimos anos. E “viu com bons olhos” a mudança política que permitiu ao PS formar Governo, recuperar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – que não existia no organograma do anterior executivo – e escolher Manuel Heitor como ministro. Manuel Sobrinho Simões conhece bem o novo titular da pasta. Aprecia-o por ser “seríssimo, inteligente e com muito traquejo de organizações internacionais”. E também lhe merecem elogios o passado do governante como “investigador a sério” e a “sensibilidade para as ciências sociais e humanas”. “Não escondo que estou muito entusiasmado com esta escolha”, acrescenta.
O ânimo não o impede, contudo, de manter um sentido crítico sobre o que pode vir a ser o futuro próximo da ciência em Portugal. O sector é, para Sobrinho Simões, indissociável do ensino superior, para o qual a tutela já deu sinais de não haver condições para aumentar o financiamento público nos tempos mais próximos. Além disso, o país continua a ser capaz de formar doutorandos e doutorados “muito bons”, mas as empresas “absorvem pouca massa cinzenta”. Restam, por isso, pouco mais do que as universidades como estruturas com capacidade para aproveitar o conhecimento destas pessoas. O que cria um bloqueio. Por isso avisa que, “se o ensino superior se continuar a atrofiar, vamos perder ainda mais cérebros”»

(reprodução de artigo Público online, de 30/12/2015)

[cortesia Nuno Soares da Silva]

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

"Melhorar condições para ´fazer investigação em Portugal` é prioridade"

«Garantia é do ministro da Ciência, Manuel Heitor, que aponta a necessidade de "políticas novas" para que Portugal volte a ser uma referência
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior apontou como prioridade melhorar a situação de "fazer investigação em Portugal", nomeadamente quanto ao estatuto do investigador, e apontou a qualificação como caminho para tornar o país mais competitivo.
Em Guimarães, à margem da quarta edição do Fórum Anual de Graduados Portugueses no Estrangeiro (GraPE2015), Manuel Heitor afirmou que dar confiança a quem investiu no conhecimento é a "única solução" para que Portugal volte a ser um local atrativo para investigação e travar a "fuga de cérebros" do país.
"O estatuto dos investigadores é uma situação recorrente que depende do esforço de diferentes componentes. Obviamente está incluído no programa de Governo o esforço de melhorar sempre a situação de fazer a investigação em Portugal. É uma das nossas preocupações que requer um esforço gradual das instituições de adaptação a um cenário e a um contexto internacional bastante diferente daquele que havia quando o estatuto foi definido", disse.»

(reprodução de notícia DIÁRIO de NOTÍCIAS online, de 29 de dezembro de  2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"Jovens arquitectos sem reconhecimento para trabalhar no Reino Unido"

«Várias formações pós-Bolonha estão fora da lista europeia das qualificações, e isso tem justificado recusa do registo na ordem dos arquitectos britânica.

Dezenas de arquitectos nacionais estão a ter dificuldades em conseguir trabalho no Reino Unido porque as autoridades britânicas não reconhecem as formações que fizeram em Portugal. Os cursos terminados após o processo de Bolonha em várias universidades públicas e privadas não constam da lista anexa à directiva europeia das qualificações, e isso tem sido usado como justificação pela entidade britânica homóloga da Ordem dos Arquitectos para recusar o registo destes profissionais naquele país.
Os casos de jovens arquitectos têm-se acumulado, sobretudo nos últimos dois anos, e têm contornos semelhantes. Diana Bela Novo terminou a formação na Universidade Lusíada do Porto, em 2012. Estava a trabalhar como arquitecta em Portugal, mas "não tinha sustentabilidade suficiente", pelo que decidiu arriscar uma aventura fora do país. Recusou uma proposta do Qatar e optou pelo Reino Unido, convencida de que o reconhecimento das suas qualificações "seria o menor dos problemas".
Não foi assim. Em Junho, quando chegou a Londres, tratou de inscrever-se na Architects Registration Board (ARB), a homóloga britânica da Ordem dos Arquitectos, mas não conseguiu ver a sua formação reconhecida. O motivo da recusa foi o facto de o curso feito em Portugal não cumprir os requisitos para ser reconhecido no Reino Unido, pelo que não poderia assinar projectos de arquitectura nem mesmo usar o título de arquitecta.
"Não foi fácil, estive quase para desistir e tive que trabalhar num restaurante durante uns meses, para conseguir manter-me em Londres", conta Diana Novo. No mês passado, conseguiu finalmente uma posição num gabinete de arquitectura britânico, ainda que apenas lhe seja reconhecida a "parte 2" do título profissional — o equivalente a um técnico com formação superior — mas ainda não a "parte 3" que lhe permitiria, por exemplo, assinar projectos próprios.
O caso de Diana Bela Novo não é único. Na mesma situação estão mais de uma dezena de ex-colegas da Lusíada do Porto, que têm liderado um movimento para garantir o reconhecimento da formação naquela escola de Arquitectura. E tem havido outros casos em universidades privadas, como a Escola Superior Artística do Porto — cuja situação foi entretanto resolvida — ou públicas, como as universidades de Coimbra, Lisboa e Porto. A justificação da ARB é sempre a mesma: os cursos em causa não constam do Anexo 5 à directiva europeia das qualificações.
A situação só está a verificar-se no Reino Unido, onde cidadãos comunitários como os portugueses têm um processo de reconhecimento das qualificações profissionais apertado em profissões como a arquitectura. Em casos mais graves, a ordem britânica está mesmo a contactar estes profissionais, lembrando que o uso do termo "arquitecto" nos seus perfis de redes sociais podia configurar uma "ofensa criminal".
O problema que está a ser vivido é ainda uma consequência do processo de Bolonha. As universidades tiveram que adaptar os seus planos de estudos à nova estrutura das formações superiores que limitava as licenciaturas a três anos e implicava que cursos como o de Arquitectura tivessem necessariamente que ter mestrados integrados, totalizando cinco anos. Depois da conclusão desse processo, seria necessário notificar novamente a Comissão Europeia para que o curso fosse integrado no anexo à directiva comunitária — em que devem constar as formações em áreas como a Arquitectura ou Medicina. O processo de notificação é, porém, voluntário e nem todas as universidades estavam a fazê-lo.

Problema "não identificado"
No caso de Coimbra, a situação foi identificada "há dois anos", confirma o coordenador do curso de Arquitectura, Rui Lobo. Mas como estava a ser feita uma revisão do plano de estudos da formação, a resolução foi sendo adiada. "Não fazia sentido tratarmos do processo antes, porque teríamos que repeti-lo novamente agora", justifica aquele responsável, garantindo que o assunto será tratado ao longo deste ano lectivo. É também esse o prazo indicado pela nova presidente da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, Maria Manuel Oliveira, para tentar encontrar uma solução para os diplomados daquela instituição.
Estas universidades terão que começar o seu processo, que necessita de um parecer positivo da Ordem dos Arquitectos e de acompanhamento da Coordenação Nacional das Autoridades Competentes para o Reconhecimento das Qualificações Profissionais, um órgão na dependência da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, responsável por intermediar o processo entre as autoridades nacionais e Bruxelas.
O caso da Universidade Lusíada do Porto é distinto e tem contornos mais complexos. A instituição decidiu cumprir o processo para ser incluída na lista europeia e "cumpriu todos os formalismos necessários", ainda durante o Verão de 2011, para que isso acontecesse, garante Pedro Silva Vieira, coordenador do órgão responsável pela intermediação do processo com a Comissão Europeia.
"Eu sou o responsável primeiro pelo tratamento, tenho a certeza de que foi tudo cumprido", garante o director da Faculdade de Arquitectura e Artes da Lusíada do Porto, Francisco Peixoto Alves. Na mesma altura, aquela instituição de ensino superior encaminhou também os processos relativos aos seus cursos de arquitectura em Lisboa e Vila Nova de Famalicão, que foram incluídos no anexo da directiva em Junho de 2013. Na lista não constava, porém o curso do Porto.
O que aconteceu com esse processo? "Um problema não identificado e apenas agora reconhecido", responde Pedro Silva Vieira, sem dar mais explicações sobre o assunto. Os protestos dos arquitectos impedidos de trabalhar no Reino Unido por não terem as suas qualificações reconhecidas acabou por alertar as autoridades para o problema.
A solução estará, agora, a algumas semanas de distância. A informação que a Comissão Europeia deu às autoridades nacionais aponta no sentido de o curso da Lusíada vir a ser incluído no anexo à directiva durante o próximo mês, "tendo como data previsível o dia 18 de Janeiro de 2016".»

(reprodução de notícia Público online, de 28/12/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

"Rejuvenescimento do corpo docente"

Precisa-se de juventude nas salas de professores

(título de mensagem/artigo de opinião, datada/o de 25-Dez-2015, disponível em UM para todos)

sábado, 26 de dezembro de 2015

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

"Universidades: autonomia e responsabilidade"

«Mais autonomia exige mais transparência e mais responsabilização.

Referi já aqui a urgência de promover uma avaliação da aplicação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), aprovado em 2007. Porque, por princípio, a avaliação é um requisito básico da qualidade das políticas públicas. Mas também porque, no caso do RJIES, o artigo 185º estabelece a obrigatoriedade de avaliação da sua aplicação, cinco anos após a entrada em vigor. Passaram-se oito anos e essa avaliação ainda não foi realizada.

1. O RJIES é uma das três medidas de política lançadas por Mariano Gago e Manuel Heitor, que, nos últimos anos, permitiram promover uma efetiva reforma no ensino superior, aprofundando decisivamente a sua autonomia e modernização.
A primeira dessas medidas foi a adequação ao Processo de Bolonha, com um conjunto de regras que induziu mudanças nas condições de mobilidade de diplomados no espaço europeu e nas condições de acesso ao ensino superior ao longo da vida, assentes agora em sistemas harmonizados de acreditação e de reconhecimento de competências (D-L 74/2006).
Depois, em 2007, foi aprovado o RJIES, que instituiu os princípios de organização do sistema de ensino superior, criou órgãos de gestão com participação externa e promoveu a diversidade organizacional e de personalidade jurídica das instituições públicas (L 62/2007). Paralelamente, foi aprovado um novo regime legal de avaliação (L 38/2007) e criada uma nova instituição independente de avaliação, a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, A3Es (D-L 369/2007), para garantir a qualidade do ensino superior através de processos de avaliação e de acreditação externas, de acordo com práticas internacionais.
Por último, foi revisto o Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU), estabelecendo-se uma maior exigência na qualificação dos docentes, designadamente através do requisito do grau de doutor desde o início da carreira, da extinção dos quadros e do aumento da representação dos lugares do topo da carreira. O ECDU estabelece agora que o conjunto de professores catedráticos e associados deve representar entre 50% e 70% do número total de professores (D-L 205/2009). O regime de exclusividade é adotado como regra e reforça-se a transparência, com a obrigatoriedade de concursos internacionais, júris maioritariamente externos à instituição e eliminação de mecanismos de transição automática entre categorias.
2. Não há dúvidas sobre os objetivos destas reformas: modernizar as instituições de ensino superior tornando-as mais autónomas, qualificadas, abertas, transparentes e responsáveis. Sobre a aplicação das reformas têm sido produzidos relatórios e estudos que, embora parciais e avulsos, permitem hoje um conhecimento razoável dos seus impactos. Sabe-se que há resultados positivos, mas há também sinais de problemas gerados, alegadamente, por práticas não conformes ao espírito da Lei e das reformas empreendidas. Refiro apenas alguns exemplos.
Em primeiro lugar, a inversão da relação entre os conselhos gerais e os reitores, apontada em vários estudos. Os conselhos gerais foram concebidos como órgãos de governo das instituições de ensino superior, com elementos externos à universidade, com competências de escolha e fiscalização do Reitor. O reforço destes poderes dos conselhos gerais era o contraponto do reforço dos poderes executivos dos reitores. Na prática, porém, em algumas universidades, o Conselho Geral está transformado numa extensão do poder do Reitor, que exerce um papel ativo na sua criação e composição, inviabilizando-se assim a autonomia institucional necessária ao equilíbrio de poderes pretendido na Lei mas, como decorre da experiência da sua aplicação, deficientemente protegido nesta.
Em segundo lugar, o uso perverso da autonomia de gestão, designadamente na aplicação do ECDU. Os mecanismos de flexibilização e alargamento da possibilidade de recrutamento e contratação, concebidos para tornarem mais competitiva a contratação de professores estrangeiros ou altamente qualificados estão a ser usados, no sentido exatamente oposto, para contratar e manter fora da carreira docente centenas de professores e investigadores doutorados. Uma imensa maioria de jovens recém-doutorados é assim colocada em regime de trabalho intensivo (lecionação de 8 e 9 disciplinas diferentes por ano), sem direito à dedicação exclusiva, sem direito ao subsídio de férias e de natal. Em alguns departamentos, metade do serviço docente é assegurado por professores contratados em situações de escandalosa precariedade e degradação salarial.
3. Importa avaliar esta política pública. Não só por uma questão de princípio mas porque os processos de degradação vividos em algumas universidades poderão colocar em causa todos os ganhos obtidos com as reformas lançadas. Mais autonomia exige mais transparência e mais responsabilização.»

MARIA DE LURDES RODRIGUES  
Ex-ministra da Educação 

(reprodução de artigo de opinião Público online, de 2015/12/23)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

(Tantas) Boas Festas!

Hoje, particularmente, as nossas caixas de correio encheram-se de mensagens de boas festas, muitas delas províndas de pessoas ou entidades internas à UMinho. Não nos recordamos de tal ter acontecido nesta medida alguma vez. Como interpretar este dado? Seja como for, é sempre bom que nos enderecem votos boas festas. Fica o registo.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Instituto de Educação: resultados eleitorais

Ata final das eleições para os órgãos do IE:
http://www.ie.uminho.pt/Uploads/Eleicoes_2015/Ata%20final%20elei%C3%A7%C3%B5es%20IE.pdf

"Equipa de segurança no Campus de Azurém"

«Caros colegas,

É a 1ª vez que escrevo emails desta natureza para esta lista, mas o facto que se passou é grave.

Sou responsável pelo Laboratório de Robótica e há umas semanas atrás pedi autorização, tal como fazia com a equipa de segurança anterior, para trabalhar no laboratório fora do horário de expediente (a lista continha o meu nome e o de alguns alunos do laboratório).
Este Domingo foi preciso entrar e o segurança não autorizou. O aluno em questão ligou-me e pediu que falasse com o segurança mas o segurança disse que não falava ao telefone. O motivo que nos leva a querer entrar no laboratório não é para virmos conversar ou passar tempo, mas para "TRABALHAR".
O aluno veio cá, de longe, gastar combustível e teve que voltar embora.
 
O Laboratório de Robótica parou 7 dias para adaptar brinquedos para crianças com paralisia cerebral e agora temos o trabalho atrasado.
Sujeitamos-nos a trabalhar ao Domingo e somos impedidos de o fazer.
Foi pedida a identificação do funcionário que estava de serviço (Hélder Costa), e depois disso ele ainda ligou para o seu responsável (Ricardo Antunes) que lhe confirmou que não podíamos entrar. Não percebo o motivo de tal atitude.
Ficamos ainda a saber que a lista de autorizações está “no e-mail” dos seguranças, ou seja, se o computador não puder ligar (por alguma avaria) não existe lista.

Quero ainda lembrar outro detalhe. Ontem tínhamos baterias de litium a carregar, as quais se não forem desligadas quando carregadas correm um sério risco de explodir e arder. Já tivemos casos desses.

Aproveito ainda para dizer que a atitude destes novos seguranças é bastante arrogante, quando os abordamos falam sempre com duas pedras nas mãos, nunca ouvem ninguém, e para além disso têm um excesso de zelo que não ajuda em nada.
Quando os alunos querem sair do edifício à noite, têm que esperar que alguém lhes venha abrir a porta. Já esperamos mais de 40 minutos para que nos abrissem as portas. Se houver alguma emergência, não sei como é que as pessoas vão evacuar o edifício.

Somos uma comunidade (ou pelo menos deveríamos ser) que se deveria ajudar em vez de se andarem a estorvar/prejudicar uns aos outros.
Aproveito para realçar que NUNCA tivemos problemas com a equipa de segurança anterior. Sempre forem cordiais com docentes e alunos, e sempre foram respeitadas todas as regras por ambas as partes.

Estou disponível para conversar com algum responsável para esclarecer esta situação, caso eles se dignem receber-me.

Desejo ainda um Feliz Natal a todos (incluindo toda a equipa de segurança).

Com os melhores cumprimentos,
Fernando Ribeiro
Dir. do Departamento de Electrónica Industrial»

(reprodução de mensagem distribuída universalmente na rede da UMinho que nos caiu entretanto na caixa de correio eletrónico)

sábado, 19 de dezembro de 2015

Boas Festas!


"Governo recupera modelo que passa universidades a fundações"

«Ministro acredita que desta forma poderá responder ao problema de envelhecimento e precariedade dos professores universitário. Universidade do Minho é a quarta a ter estatuto de fundação pública.

O Governo do PS vai dar um novo fôlego ao regime fundacional no ensino superior. Oito anos depois de ter criado esta possibilidade, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) quer ver mais universidades a juntarem-se às três que tinham aderido ao modelo, esperando desta forma dar-lhes mais autonomia para a contratação de professores. Esta quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou a passagem da Universidade do Minho (UM) para esse estatuto.
A alteração do regime jurídico da UM é a primeira decisão do novo ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, e acontece três semanas depois da tomada de posse do novo Governo. O processo foi relativamente rápido porque a parte técnica “estava feita”. “Interessava o gesto político”, valoriza ao PÚBLICO Manuel Heitor. O governante afirma está a trabalhar para que o novo Governo “perceba esta necessidade de maior autonomia” do ensino superior que o regime fundacional pressupõe. “Quando os governos não podem garantir mais fundos às instituições, a melhor coisa que têm a fazer é dar-lhe autonomia”.
Manuel Heitor era secretário de Estado de Mariano Gago quando o regime fundacional foi criado pelo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), publicado em 2007. Tal como então, a intenção do modelo é “aproximar a sua gestão da das grandes instituições europeias”, defende, valorizando a maior flexibilidade de gestão e capacidade de contratação de pessoal com que as universidades-fundação ficam. De resto, o ministro quer que o regime fundacional seja usado pelas instituições para contratarem mais professores, de modo a resolverem os problemas de envelhecimento e precariedade laboral dos respectivos corpos docentes.
Este “sinal” do Governo é saudado pelo reitor da UM, António Cunha, que é também presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas: “Abre-se um novo ciclo de autonomia nas universidades que tão preciso era”.
A UM é a quarta instituição nacional a aderir ao regime fundacional, juntando-se às congéneres do Porto e Aveiro e o ISCTE, de Lisboa, que tinham aderido ao modelo quando este foi criado, há oito anos. Em breve, também a Universidade Nova de Lisboa deverá formalizar a sua passagem a fundação, estando o processo neste momento em curso. “Haverá outras que podem evoluir para este regime”, antecipa Manuel Heitor, ainda que adverta que “dificilmente” esta possibilidade pode ser seguida pela generalidade das instituições de ensino superior. O RJIES estabelece um conjunto de condicionamentos às instituições que pretendam aderir ao regime entre as quais a capacidade de atracção de receitas próprias, uma área em que as instituições mais pequenas têm apresentado dificuldades.
Quando à UM fecha desta forma um processo reaberto no início do ano e que recebeu “luz verde” do respectivo Conselho Geral em Setembro. A adesão ao regime fundação vai dar à universidade “maior capacidade para se diferenciar e ser competitiva a nível internacional”, acredita o reitor António Cunha. Aquela instituição de ensino superior chegou a ter o processo praticamente pronto em 2011, mas que acabou adiado pelas mudanças de posição do anterior executivo sobre o regime fundacional, mas nunca chegou a avançar para negociações com o Governo, uma vez que a nova equipa do Governo PSD-CDS, liderada por Nuno Crato, era contra este regime jurídico.
Só que entretanto houve uma inflexão na visão da tutela que foi anunciada no início do ano passado às universidades. Na primeira metade do mandato, as universidades-fundação foram apanhadas pela discussão acerca do custo para o Estado das fundações públicas e a tutela anunciou, em 2012, o fim deste regime, que seria substituído por um novo quadro de “autonomia reforçada”. O novo secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes – que no Verão de 2013 substituiu João Queiró – acabou por reabilitar o regime fundacional, já na fase final do mandato.»

(reprodução de artigo PÚBLICO online, de 17/12/2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

Passagem da UMinho para o estatuto de fundação: um comentário

"Vamos aguardar os desenvolvimentos que se possam suceder, tanto mais que o ministro anunciou a intenção de promover a generalização do modelo. Se for o caso, daí também resultará a irrelevância relativa do dito estatuto."

J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS DE 17 DE DEZEMBRO DE 2015"

«2015-12-17 às 14:00 
COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS DE 17 DE DEZEMBRO DE 2015 
1. O Conselho de Ministros aprovou hoje um conjunto de medidas no âmbito da política de relançamento da economia assumida como prioridade pelo XXI Governo Constitucional. A estas medidas acrescem outras em processo de Aprovação na Assembleia da República ou de negociação em sede de Comissão Permanente de Concertação Social. 
O «Pacote Rendimento», que inicia a devolução de rendimentos às famílias, integra o seguinte conjunto de medidas: 
- A atualização do valor das pensões do regime geral e do regime de proteção social; 
- A reposição do valor de referência do CSI (Complemento Solidário para Idosos); 
- A reposição do valor de referência do RSI (Rendimento Social de Inserção) e a reposição das escalas de equivalência; 
- O aumento dos três primeiros escalões do abono de família. 
Estas primeiras medidas de recuperação de rendimentos das famílias beneficiarão 440 mil portugueses em resultado da reposição dos mínimos sociais e mais de 1,1 milhão de crianças em resultado do aumento do abono de família. Serão ainda actualizados 2 milhões de pensões do Regime de Segurança Social e 120 mil pensões do regime da CGA. 
2. O Conselho de Ministros aprovou ainda um «Pacote Investimento», com o objetivo de dinamizar a economia real, reduzir o sobreendividamento e promover a capitalização das empresas. 
Neste sentido, foi criada uma Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas que irá proceder à inventariação e proposta de soluções concretas de diversificação das fontes de financiamento das empresas portuguesas, de modo a robustecer a sua saúde financeira e revitalizar o tecido produtivo nacional. Esta Estrutura de Missão termina os seus trabalhos em março de 2017 e não prevê custos adicionais, considerando que os membros que a integram não serão remunerados e que o apoio será feito por funcionários da Administração Pública. 
O Governo nomeou para esta Estrutura de Missão José António Barros, Esmeralda Dourado, Pedro Siza Vieira e João Nuno Mendes. 
3. O Conselho de Ministros aprovou um conjunto de medidas que prevêem uma rigorosa execução por duodécimos da Lei do Orçamento do Estado para 2015, durante um período transitório entre 1 de janeiro de 2016 e a entrada em vigor do novo orçamento para 2016. 
Assegura-se, assim, a estabilidade da transferência de ano orçamental, evitando-se qualquer perturbação no funcionamento dos serviços e no cumprimento das funções essenciais do Estado e demais organismos públicos. 
4. O Conselho de Ministros deliberou, sob proposta da Universidade do Minho, a conversão desta Universidade numa fundação pública com regime de direito privado, ao abrigo do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. 
Esta proposta está de acordo com o Programa do XXI Governo, reforçando a confiança no ensino superior e a autonomia das instituições científicas e académicas. A proposta não tem implicações orçamentais. 

Tags: pensões, idosos, RSI, famílias, crianças, rendimentos, investimento, empresas, Orçamento de Estado, universidade, fundações »

(reprodução integral do doc. em título)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

"Universidade de Aveiro pede «correções» na trajetória de cortes no ensino superior"

"O reitor da Universidade de Aveiro (UA), Manuel Assunção, alertou, esta terça-feira, o novo Governo para «eventuais excessos reformistas» no ensino superior público.
O anúncio de uma avaliação ao sistema feito pelo novo ministro da tutela também causou «perplexidade», já que existe um estudo recente da Associação das Universidades Europeias (AUE), a pedido do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).
«Valorizar a importância da avaliação, mas ignorar os resultados disponíveis não parece muito coerente», observou Manuel Assunção ao intervir na sessão solene do 42.º aniversário da UA.
O reitor deixou nota de situações que necessitam de transformação profunda, apontando o caso da «prática» da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) «de desrespeito pelas universidades que acolhem e pagam os salários da maioria dos investigadores».
Aludiu ainda à «exiguidade do apoio do Estado» que implicou cortes em áreas, sendo a manutenção dos edifícios a que mais sofreu, podendo tornar-se «uma bomba relógio». 
A dificuldade na renovação de professores deixou a média etária crescer para um nível «dramático». Manuel Assunção espera, por isso, do Governo políticas para a correção da «infeliz trajetória».
O aniversário da UA foi marcado pela entrega do doutoramento honoris causa a Adriano Moreira, momento que serviu para reconhecer «a singular trajetória de vida forjada com inteligência e sagacidade analítica e prospetiva», assim como o contributo para «a consolidação do ensino e da investigação na área das ciências políticas em Portugal».
A instituição distribuiu, igualmente, os prémios e bolsas de mérito pelos 75 melhores alunos do ano letivo anterior que são atribuídos por mais de 20 empresas e instituições parceiras. 
Catarina Correia, da licenciatura em Bioquímica, teve a melhor média, de 19 valores, arrecadando o Prémio Universidade de Aveiro/Caixa Geral de Depósitos (5 mil euros)."

(reprodução de notícia Jornal A BOLA online,  de 15-12-2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"Nota Informativa do Conselho Geral | Reunião de 14 de dezembro de 2015"

«Reuniu no dia 14 de dezembro, pelas 9h30, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Minho, Largo do Paço, Braga, o Conselho Geral da Universidade do Minho em sessão Aberta ao Público no período da manhã. Constavam da Ordem de Trabalhos:
- Assuntos de iniciativa do Conselho Geral
- Assuntos de iniciativa do Reitor
 
I - Assuntos de iniciativa do Conselho Geral
 
Em relação aos assuntos de iniciativa do Conselho Geral, foram prestadas diversas informações pelo Presidente e membros do Órgão. De seguida, procedeu-se à aprovação da Ata número 007/2015, relativa à reunião plenária de 5 de outubro, tendo sido aprovada por unanimidade.
Foi alvo de apreciação e debate o relatório apresentado pelo grupo de trabalho sobre votação eletrónica. O Conselho valorizou positivamente o desempenho da Comissão, sublinhando a importância desse projeto no que ele representa em termos de melhoria da dimensão democrática no interior da UMinho e da participação, pelo voto, dos elementos que integram a academia.
Finalmente, com vista à realização do II Encontro de Presidentes dos Conselhos Gerais das Universidades, a ter lugar em Évora, no próximo mês de janeiro, o CG elencou um conjunto de temas a levar ali pela delegação que o representará. Foi também trabalhada a composição daquela delegação, firmando-se a posição de que esta deverá integrar, além do presidente, um representante dos docentes, um representante dos estudantes e a representante dos trabalhadores não docentes e não investigadores.
 
II - Assuntos de iniciativa do Reitor
 
Nos pontos específicos da agenda do Reitor, foram disponibilizadas diversas informações relevantes sobre a Universidade do Minho e analisado o relatório sobre o concurso nacional de acesso 2015/2016, agora com informação consolidada.
O Reitor apresentou as propostas de extinção das subunidades de investigação Centro de Ciências e Tecnologias da Computação (CCTC); Centro de Gestão Industrial e da Tecnologia (CGIT) e Centro de Investigação Geológica, Ordenamento e Valorização de Recursos (CIG-R), as quais, após analisadas pela Comissão Especializada para a Investigação, Ensino, Qualidade e Avaliação, foram aprovadas por maioria.
Foi, ainda, feito o ponto de situação sobre o Plano de Investimento da UMinho.
 
 
O Presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho,
Álvaro Laborinho Lúcio»

(reprodução de mensagem  proveniente da entidade identificada, difundida universalmente na rede da UMinho,  que nos caiu entretanto na caixa de correio eletrónico)

domingo, 13 de dezembro de 2015

"Manifesto à maneira como o processo da ECUM está a ser desenvolvido": o anexo da mensagem distribuída 5ª feira pp.


"Praxes geram problemas psicológicos"

«20 por cento dos jovens portugueses abandonaram universidade.
Por Sara G. Carrilho A grande maioria dos universitários que foram alvo de praxes em Portugal desenvolveram problemas psicológicos. As conclusões são de um inquérito a 2453 jovens ibero-americanos, entre os 16 e os 26 anos, da rede de universidades Universia. No caso português, em que 73 por cento dos inquiridos responderam que foram alvo de praxes, 60% admitiram que tiveram consequências psicológicas; para 20 por cento, as praxes levaram ao abandono escolar; já 41% consideraram que as universidades são permissivas e que as praxes mais frequentes são brincadeiras pesadas; 80% nunca fizeram uma denúncia. "Humilhação nas praxes pode levar a insónias, incapacidade nos relacionamentos, falta de autoestima para enfrentarem uma vida profissional e pessoal. Pode até causar stress pós-traumático", disse a psicóloga Teresa Paula Marques ao CM.»

(reprodução de notícia CORREIO DA MANHÃ, de 11 de dezembro de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

"ISCTE cria primeira associação de alunos de doutoramento de Gestão na China"

«A Associação de Alunos de Doutoramento do ISCTE em Chengdu vai ser criada no sábado, cinco anos depois do arranque do programa em Gestão.

A Associação de Alunos de Doutoramento do ISCTE em Chengdu vai ser criada no sábado, cinco anos depois do arranque do programa em Gestão, que foi dos primeiros desenvolvidos num sistema de ‘joint-venture’ entre uma universidade estrangeira e chinesa.
O programa de doutoramento em gestão do ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) decorre na cidade de Chengdu, na província de Sichuan, em conjunto com a University of Electronic Science and Technology of China (UESTC).
A associação — a primeira associação de alunos de doutoramento do ISCTE na China — é composta por 120 membros, disse à agência Lusa a diretora de programas com a China do ISCTE, Virgínia Trigo.
“O objetivo é consolidar a ligação entre os alunos das várias edições do doutoramento e promover essas ligações, promover as pesquisas e o entendimento entre os dois países e as duas universidades”, afirmou.
“A educação é o melhor produto para se exportar e estes alunos e as suas famílias vão estar para sempre ligados a Portugal, [isto] tem um efeito multiplicador enorme. Achamos que é um grande contributo”, acrescentou, referindo que 40 alunos já se doutoraram em Chengdu.
A formalização da Associação de Alunos de Doutoramento do ISCTE em Chengdu vai contar com a presença do embaixador de Portugal na China, Jorge Torres-Pereira, e a delegada da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) em Pequim, Alexandra Leite.
A cerimónia vai ainda coincidir com a abertura do ano letivo da quinta edição do programa de doutoramento em Gestão em Chengdu.
O ISCTE tem também em curso um programa de doutoramento em Gestão Hospitalar na província chinesa de Cantão, adjacente a Macau, onde também já tem formalizada uma associação de alunos de mestrado.
“A nossa presença na China é bastante forte, porque desde 1989 que estamos nesta parte do mundo”, disse Virgínia Trigo, ao recordar que o ISCTE já esteve presente em Macau, tendo depois estendido a presença ao interior da China.
Já o reitor Luís Reto salientou que “fruto das ligações do ISCTE com as universidades chinesas”, é enviada uma média de 40 alunos chineses anualmente para fazerem mestrado no campus de Lisboa.
O reitor do ISCTE explicou que, além das universidades chinesas em Chengdu e Cantão, atualmente a instituição de ensino superior portuguesa tem em vigor mais de dez acordos com diferentes universidades chinesas, onde estão a ser ensaiados outros tipos de cooperação.
“Temos trocas de alunos nos dois sentidos, e estamos a tentar fazer outro tipo de diplomas mas não para doutoramentos porque depois começamos a ter um problema de qualidade, por não termos professores suficientes para orientar as teses”, acrescentou.»

(reprodução de notícia OBSERVADOR, de 11 de dezembro de 2015)


[cortesia de Nuno Soares da Silva]

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

"UNIVERSIDADES DO MINHO E PORTO MELHORAM POPULARIDADE DE NOTÍCIAS ONLINE"

«UMA EQUIPA DE INVESTIGADORES DAS UNIVERSIDADES DO MINHO E DO PORTO CRIOU UM SISTEMA INTELIGENTE QUE SUGERE MELHORIAS NO DESENHO DE NOTÍCIAS ONLINE ANTES DA SUA PUBLICAÇÃO, COM VISTA A AUMENTAR A SUA POPULARIDADE. O SISTEMA PERMITIU, NOS TESTES, AUMENTAR 15% A PROBABILIDADE DE UMA NOTÍCIA SER POPULAR E AINDA IDENTIFICAR A MAIORIA (73%) DAS NOTÍCIAS QUE VIRIAM A SER POPULARES.

A investigação venceu o ‘Best Paper Award’ da 17ª Conferência Portuguesa em Inteligência Artificial, entre 81 artigos de autores de 18 países, e foi já publicada pela editora Springer. O trabalho ‘A proactive intelligent decision support system for predicting the popularity of online news’, é da autoria de Paulo Cortez e Pedro Vinagre, ambos do Centro Algoritmi da Universidade do Minho (UMinho), e Kelwin Fernandes, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Tecnologia e Ciência (INESC TEC).
De acordo com a academia minhota, há um interesse crescente por notícias online, face à expansão da Internet, e a previsão das notícias mais populares, medida pelo número de partilhas, é cada vez mais estudada e cobiçada pelas empresas e instituições.
Os cientistas do Centro Algoritmi e do INESC TEC decidiram aplicar o seu novo ‘sistema de apoio à decisão inteligente’ a quase 40 mil notícias publicadas desde 2013 no Mashable, o maior blogue mundial de notícias sobre novas tecnologias, que tem 24 milhões de seguidores e 7,5 milhões de partilhas por mês. A equipa concluiu que a popularidade de uma notícia pode subir com uma fácil alteração, pelo seu autor, de atributos sugeridos como o número de palavras do título, as palavras-chave (já usadas noutras notícias) e a aposta em determinados links.
“É uma ferramenta fundamental para quem coloca notícias na Internet”, defende Paulo Cortez, que é também professor do Departamento de Sistemas de Informação da UMinho. O sistema inovador usa três módulos: recolha de dados, previsão de popularidade e otimização. No primeiro, agrega indicadores como número de palavras do título, palavras-chave, menções a notícias anteriores, partilhas dessas notícias, sentimento (positivo/negativo) por elas gerado e o uso de imagens ou vídeos. No módulo de previsão, os dados recolhidos são utilizados para treinar modelos de aprendizagem automática, criando um modelo que preveja a probabilidade de a notícia candidata ser popular. Por fim, usa-se o modelo de otimização para procurar sugestões de mudanças à notícia candidata, aumentando assim a popularidade estimada.
Os investigadores criaram ainda um protótipo na linguagem Python para testar a arquitetura do sistema com qualquer notícia Mashable. Os dados obtidos foram doados ao repositório científico ‘UCI Machine Learning’, tendo já atingido cerca de 30 mil visualizações e sido até aplicados em cursos na Universidade McGill, no Canadá, no Politécnico de Rensselaer, nos Estados Unidos da América, e no blogue mundial de alojamento Airbnb.
Pedro Vinagre está a reforçar o sistema inteligente proposto, no âmbito da sua tese do doutoramento em Informática ‘MAP-i’, das universidades do Minho, Porto e Aveiro.»

(reprodução de notícia Gazeta do Rossio, de 10 de Dezembro de 2015)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]