segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Três directores de faculdade na corrida para reitor da Universidade do Porto"

«A sucessão de Marques dos Santos só deve acontecer em meados de Maio. As candidaturas serão avaliadas pelo Conselho Geral da Universidade

As candidaturas para a escolha do novo reitor da Universidade do Porto (UP) abriram sábado e, para já, há três candidatos perfilados para suceder a Marques dos Santos, que esteve oito anos à frente daquela que é considerada uma das maiores instituições de investigação científica portuguesas. A eleição do novo reitor só deve acontecer em Maio.
Sebastião Feyo de Azevedo, António Fernando Silva e João Proença, respectivamente, directores das faculdades de Engenharia, Ciências e Economia da UP estão no terreno há já algum tempo a preparar as suas candidaturas, que serão avaliadas pelo Conselho Geral da Universidade do Porto, constituído por 23 elementos, e presidido pelo ex-Provedor de Justiça, António Sousa.
O director da Faculdade de Engenharia, que se assume como um defensor da causa pública, diz que se sente preparado para ocupar o cargo de reitor da UP, porque para além da “motivação e do conhecimento” tem currículo. “Estou disponível para que o Conselho Geral se pronuncie sobre a minha candidatura”, afirmou ao PÚBLICO Sebastião Feyo, asseverando que vai manter-se fiel ao modelo fundacional da universidade que -sublinha -, deve ser aprofundado, embora sublinhe que é preciso perceber o que é que o Ministério da Educação e Ciência vai dizer relativamente ao regime jurídico do ensino superior que está em apreciação. “O projecto para a Universidade do Porto passa pela colaboração de todas as universidades orgânicas e o reitor deve ser um promotor da cooperação e do desenvolvimento”, defende Sebastião Feyo, de 62 anos.
Avesso a grandes mudanças, António Fernando Silva justifica por que é que a UP não se deve afastar do modelo de gestão que tem. “As rupturas não são aconselháveis, e uma universidade consolidada e com o prestígio da Universidade do Porto ainda menos”, defende, em declarações ao PÚBLICO.“A universidade tem que ter em si a criatividade, o poder de inovar para enfrentar os desafios, muitos dos quais não são previsíveis”, enfatiza, o director da Faculdade de Ciências, que se doutorou em electroquímica, em Inglaterra.
Revelando que a decisão de ponderar uma candidatura a reitor da UP “foi um processo difícil”, António Fernando Silva entende que “é preciso estabilizar e reforçar o clima de confiança na universidade”. Em seu entender, a “A Universidade do Porto tem espaço para crescer e deve crescer, tornando-se cada vez mais uma instituição de referência”. Destacando a excelência dos resultados que a UP apresenta, o professor, adverte para a importância da universidade se manter como um “farol da qualidade”.
Ancorado no “excelente” desempenho que a Faculdade de Economia tem demonstrado nos últimos anos, João Proença só vai anunciar a sua candidatura quando tiver em seu poder toda a informação necessária. “Há contactos no sentido de apresentar uma candidatura, mas a decisão ainda não está tomada”, declarou.
“Há vários públicos que entendem que posso protagonizar a mudança na UP, com um projecto challenger, mas não sei se a Universidade do Porto está preparada para este projecto de mudança”, afirma, declarando que “nada pode ser feito contra as pessoas e a universidade”, acrescentou Proença, garantindo que a candidatura “só acontecerá desde que tenha a percepção de que a universidade está aberta a um projecto de modernização”. “A Universidade do Porto tem um potencial que poderá ser melhor monitorizado e rentabilizado”, sublinha.»
(reprodução de notícia Público online, de 24/02/2014)
[cortesia de Nuno soares da Silva]

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