segunda-feira, 8 de agosto de 2011

À margem do CG: algumas notas soltas (53)

Cada reunião do CG deixa-nos como herança grandes frases, o que algumas vezes, paradoxalmente, acaba por rimar com pequenas ideias. Pena é que, no esforço de reduzir as actas a um documento de dimensão aceitável, se perca muito da riqueza do que se diz naquelas reuniões.
Como contributo para que, dessa dimensão da vida do CG, nem tudo se perca, alinho de seguida uma selecção (pessoal e não transmissível) de frases ditas na reunião do órgão de 18 de Julho pp. que merecem ser recordadas.
Para primeiro plano, não posso deixar de trazer a declaração, solene, de que “A universidade deverá ser mais criteriosa nos cursos que apresenta” (AC), quer dizer, que cria. É uma manifestação de vontade ou intenções que não posso deixar de saudar, se bem que me deixe alguma perplexidade a alteração radical de cenário em matéria de criação de cursos que se perfila. Mais me interrogo sobre se a UMinho (e as suas Escolas/Institutos, cada uma/um delas/deles) não devia ter, há muito, alguma ideia condutora do processo de criação de cursos, no sentido de caminho prospectivo por onde seguir. Diz o povo, e bem, a meu ver, que “mais vale tarde do que nunca” mas, mesmo assim sendo, não é tarde de mais para limitar a extensão do desastre que os dados sobre empregabilidade (entretanto divulgados e de há muito conhecidos, em variadas situações) prefiguram?
Outra frase a merecer elevado destaque é, neste caso, uma recomendação e, nalguma medida, um autêntico manifesto; a saber: “Não enveredem por usar pessoas que não sabem o que estão a fazer” (AM). Sabendo-se que o exemplo vem, amiúde, de cima, e que o que é imagem de marca de muito boa gente a exercer funções de alta responsabilidade é, exactamente, porfiarem na asneira, teme-se que a instituição enfrente proximamente a paralisia e uma razia de “quadros”. Curiosamente, “discutia-se” na altura a opção entretanto (mal)feita de (re)ensaiar usar programas informáticos para elaborar horários de ensino. Vamos aguardar com ansiedade o levar à prática de tal manifesto em boa hora enunciado.
A última grande frase que, nesta hora, quero invocar emergiu quando se falou dos pequenos, médios e grandes prémios com que professores e investigadores da UMinho vão regularmente sendo distinguidos, quando não confundidos. Na iminência do CG acabar ele próprio confundido com menções (honrosas) aos premiados, houve quem se lembrasse que há prémios e prémios e daí que, avisado, avisado seria, porventura, o CG não se meter nisso. Nas palavras, sábias, do “conselheiro” invocado tal soou, mais ou menos assim: “Preferia que nós não nos metêssemos nisso” (LL). Estranharão o uso do adjectivo (sábias). Uso-o para que saibam que não é só fora do Conselho Geral da UMinho que há gente sábia e, portanto, merecedora de grandes encómios e, sobretudo, de prémios (que no tempo que corre é, talvez, a única coisa que vale a pena, se forem financeiros, convenha-se).

J. Cadima Ribeiro

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